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O Campeonato Brasileiro de 2020 marcou um dos títulos mais emocionantes da história recente do Flamengo. Após uma arrancada nas rodadas finais, o Rubro-Negro conquistou o octacampeonato na última rodada, superando o Internacional. Um dos personagens daquele campeonato, o meia Thiago Galhardo relembrou as provocações trocadas com Gabigol e minimizou qualquer polêmica.
“Tudo é normal, chato é não ter mais provocação. Foi por causa do Matheus Henrique, que jogava no Grêmio e postou no Twitter uma piadinha com ‘cheirinho’. Me assustei até, porque eu já me assumi flamenguista”, contou Galhardo, em entrevista ao GE.
Acho que a zoação faz parte, tem que ser dessa forma saudável..."
O jogador do Internacional na época explicou que a provocação foi feita ainda durante a disputa, diferente da reação dos rubro-negros após o título.
“Fiz a provocação antes de acontecer qualquer coisa. Eles (Flamengo) só fizeram depois. Se tiveram coragem de colocar a cara, foi depois do que aconteceu. Acho que a zoação faz parte, tem que ser dessa forma saudável. Está tudo bem para mim”, completou.
A troca de farpas ganhou força após uma vitória do Inter sobre o Grêmio. Durante uma live, Galhardo comemorou fazendo gesto com os dedos no nariz — interpretação comum entre torcedores do Flamengo como referência ao “cheirinho”. A resposta veio após a confirmação do título brasileiro, quando Gabigol, durante a festa, fez questão de citar o rival.
“Seu Galhardo, seu moleque! ‘Cê’ tem que respeitar, garoto. Olha aqui pra você, ó. Cheira aqui, garoto (mostrando a medalha). Seu moleque! Não foi campeão e não foi artilheiro”, provocou o atacante, que ainda voltou a tocar no assunto ao lado de Willian Arão: “Thiago Galhardo, Thiago Galhardo… Ele meteu o cheirinho pra nós. O que que Thiago Galhardo ganhou? Não ganhou nada”.
A definição do título de 2020 foi uma das mais acirradas dos últimos anos. Na última rodada, o Flamengo perdeu para o São Paulo no Morumbi, e o Internacional precisava vencer o Corinthians no Beira-Rio para ficar com a taça. Edenilson chegou a marcar nos acréscimos, mas o gol foi anulado por impedimento. O 0 a 0 selou o octacampeonato rubro-negro.
Atacante entende decisão da comissão técnica e evita criar ruído nos bastidores após ser preterido contra a LDU no Maracanã na última quinta
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O Flamengo venceu a LDU de Quito com autoridade e confirmou sua força jogando no Maracanã. Com gols de Léo Ortiz e Luiz Araújo, o time comandado por Filipe Luís não deu margem para contestação e foi superior em praticamente todos os momentos da partida. O desempenho coletivo foi elogiado, inclusive pelo treinador da LDU, que admitiu a superioridade rubro-negra durante a coletiva pós-jogo.
Mas, além do que aconteceu com a bola rolando, uma escolha feita antes do apito inicial movimentou as discussões entre torcedores: Pedro, um dos principais nomes do elenco, ficou no banco de reservas. A opção foi tratada com naturalidade pelo técnico Filipe Luís, que justificou a preservação do atacante. O camisa 9 está em processo de retorno gradual após se recuperar de uma lesão muscular e, segundo a comissão técnica, o planejamento prevê evitar sobrecarga.
Pedro entrou apenas na segunda etapa, substituindo Bruno Henrique, e teve participação discreta, sem grandes oportunidades para finalizar. Ainda assim, demonstrou entrega tática e foi bem nas disputas físicas contra a defesa equatoriana. A ausência entre os titulares não foi recebida com incômodo por parte do jogador. Internamente, segundo apuração do portal Bolavip, Pedro entendeu a decisão como parte de um plano de recuperação e aceitou o banco com maturidade, reforçando o clima de confiança no trabalho de Filipe Luís.
A comissão técnica valoriza não apenas o aspecto físico, mas também a adaptação do camisa 9 a um estilo de jogo mais dinâmico, com troca de posições e maior mobilidade no terço final do campo. Pedro, que tem características mais fixas, vem buscando se ajustar às novas exigências do modelo.
Nos bastidores, a conduta de Pedro é vista como exemplar. O jogador tem sido elogiado por companheiros e pela comissão técnica pela postura profissional e pela disposição em contribuir mesmo fora dos 11 iniciais. Em paralelo, Michael, que iniciou entre os titulares, teve desempenho contestado por parte da torcida. Filipe Luís, no entanto, saiu em defesa do camisa 30 e reforçou sua confiança no atacante, destacando seu papel tático no sistema de marcação alta.
O volante ganha chance entre os titulares com desfalques no meio de campo; Michael deve seguir entre os 11 iniciais mesmo após críticas
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A preparação do Flamengo para o clássico contra o Botafogo, neste domingo (18), encaminha uma mudança significativa no meio de campo. Com Gerson suspenso, e sem poder contar com Allan e Erick Pulgar, que seguem em tratamento no departamento médico, o técnico Filipe Luís deve promover o jovem Evertton Araújo ao time titular.
O volante de 21 anos tem sido presença frequente nas atividades do elenco principal e, aos poucos, vai ganhando espaço no grupo. Com postura discreta e boa capacidade de marcação, Evertton entra como alternativa natural para a função de primeiro volante, preenchendo a lacuna deixada pelos titulares ausentes.
A tendência é que ele atue ao lado de De La Cruz e Arrascaeta, numa formação que já foi testada por Filipe Luís em treinos no Ninho do Urubu. O técnico, inclusive, vê com bons olhos a desenvoltura do jovem diante de um adversário que vive boa fase, como é o caso do Botafogo. No setor ofensivo, mais dúvidas.
Pedro, que ficou no banco no meio da semana e ainda se recupera de desconforto muscular, não tem presença garantida entre os titulares. Caso não inicie, Bruno Henrique, Luiz Araújo e Michael devem formar o trio de ataque — repetindo a formação que venceu a LDU pela Libertadores, no Maracanã.
O desempenho de Michael agradou à comissão técnica, principalmente pela intensidade e movimentação no setor ofensivo. Ele se mantém como forte candidato à titularidade. Luiz Araújo, por sua vez, vive bom momento e segue entre os 11. Já Bruno Henrique foi poupado em parte da última partida, mas treinou normalmente e deve iniciar o clássico.
Com um ataque produtivo e defesa sólida em casa, o Rubro-Negro tenta transformar os números da temporada em resposta ao retrospecto recente negativo
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O confronto entre Flamengo e Botafogo, neste fim de semana, coloca frente a frente dois cenários bem distintos em 2025. Enquanto o Flamengo sustenta uma das campanhas mais fortes como mandante, o Botafogo ainda não sabe o que é vencer – ou sequer marcar – fora de casa no Campeonato Brasileiro.
Desde 2019, o Rubro-Negro não vence o rival no Maracanã pela Série A. De lá pra cá, foram três derrotas seguidas no estádio, um retrospecto que acende o alerta para o torcedor. Mas o desempenho atual reacende a esperança de virada. Nos quatro jogos como mandante neste Brasileirão, o Flamengo somou três vitórias e um empate. O aproveitamento é de 83%, com 12 gols marcados e apenas um sofrido. A média de 2,5 gols por partida reflete a consistência ofensiva da equipe de Filipe Luís.
Do outro lado, o Botafogo vive situação oposta. Com 8% de aproveitamento como visitante – um empate e três derrotas –, o time comandado por Renato Paiva sequer balançou as redes longe de casa até aqui. As estatísticas escancaram o problema: média de apenas 0,29 gols esperados por jogo.
Além disso, o setor ofensivo do alvinegro pouco finaliza fora de casa. A baixa produção ofensiva é agravada pela dificuldade de propor o jogo longe do Nilton Santos. A expectativa é de um time fechado, apostando nas bolas paradas. A defesa do Flamengo se mostra um trunfo. Em quatro partidas como mandante, sofreu apenas um gol e cedeu, em média, 5,5 finalizações por jogo. O comportamento coletivo sem a bola tem sido consistente, especialmente quando a equipe consegue controlar a posse.
Mas há um ponto sensível: o jogo aéreo. A equipe sofreu cinco dos últimos oito gols em bolas levantadas na área. A fragilidade levou até à saída do profissional responsável por treinar esse fundamento no clube, o que revela uma preocupação interna com o tema. Coincidentemente – ou não –, essa é justamente a principal arma do Botafogo. Cinco dos últimos seis gols do time alvinegro saíram em jogadas de cruzamento ou escanteio. Ou seja: o que o Flamengo mais tem sofrido é o que o Botafogo mais tem conseguido produzir.