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Abel Ferreira já deu o pontapé inicial para a partida entre Palmeiras e Flamengo, na quarta-feira (7), às 20h (de Brasília), no Allianz Parque, pelo jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil. Após o empate contra o Inter no domingo (4), o técnico português convocou a torcida, criticou a imprensa, e revelou que disse a seus jogadores que nesta temporada o Alviverde estará "contra tudo e todos".
Veja a fala do treinador alviverde:
"Esse ano vai ser contra tudo e contra todos. Muitas vezes criam-se notícias, inventam-se, dizem que as lideranças isso e aquilo. Isso é só para gerar notícia, é falso, ruim, jornalismo raso, baixo. Parece que cheguei aqui há quatro dias. Não estou aqui há quatro dias, estou há quatro anos. Não preciso que falem bem de mim, preciso que me respeitem como homem, como português, só preciso que me respeitem. O que fazem os jogadores comigo ou a direção, é isso que exijo dos outros, respeito. Não vou respeitar quem não me respeita. Conheço muito bem quem faz jornalismo sério, e não estou a dizer que sou perfeito e acerto em tudo que faço. Mas olhando o passado recente, tenho acertado mais do que tenho errado. Mas peço desculpas pelos erros que cometi. Aqui parece que todos são perfeitos, e os dirigentes, jogadores e treinadores são os incompetentes. Darei sempre a cara para defender os meus jogadores, como sempre fiz. Muita coisa aconteceu ao mesmo tempo, e mais uma vez: este ano vai ser contra tudo e contra todos. Já preparei os jogadores para isso"
O que aconteceu?
O Palmeiras conseguiu "estancar" a crise de resultados e arrancou um empate contra o Internacional. A equipe tinha três derrotas nos últimos três jogos e o empate, com um gol no final da partida, aliviou a situação da equipe antes do jogo decisivo contra o Flamengo.
Abel Ferreira aproveitou o momento de alívio para criar um ambiento favorável à equipe antes da decisão e inflamou a torcida. O técnico pediu o apoio condicional dos torcedores do primeiro ao último segundo no jogo contra o Flamengo.
"Para aqueles que estão distraídos, mau intencionados, oportunistas, para aqueles que têm inveja do Palmeiras, são nesses períodos que temos que ver quem está do nosso lado, que são aqueles que querem continuar a pertencer e ajudar esse grupo a continuar a ganhar. A força tem que vir de dentro, todos somos um não é só nas vitórias. O treinador tem como função escolher os jogadores para jogar, gostem ou não, mas quem tem a informação toda sou eu. Não é jornalista, torcedor ou oportunista. A função do nosso diretor é ajudar na gestão do grupo, contratar jogadores e vender jogadores. Nossa presidente nem vale a pena falar. Ela é absolutamente extraordinária, tem mais coragem que muitos juntos. E a nossa torcida, os 16 milhões que temos, que na quarta [contra o Flamengo] nos ajudem do primeiro ao último segundo para buscar a vaga na próxima fase", acrescentou.
Abel usou o lema pela primeira vez em abril de 2021. Naquele ano, o Palmeiras optou por poupar seus titulares no Campeonato Paulista para utilizá-los na Libertadores e teve dificuldades para confirmar sua classificação para a fase seguinte do Estadual. Os muros do Allianz Parque foram pichados pelos resultados ruins e Abel chegou a dizer que naquele ano seria "contra tudo e contra todos".
O Palmeiras terminou a temporada de 2021 com o título da Copa Libertadores sobre o Flamengo. O lema de Abel virou um mantra palmeirense que ecoava nas arquibancadas. Contra o mesmo Rubro-negro, o Alviverde precisará reverter um placar de 2 a 0 para avançar á próxima fase na Copa do Brasil. Abel disse em sua coletiva que esse é o momento da torcida e da equipe sofrerem juntas.
"Não conheço só equipes que vencem, só técnicos que ganham e só jogadores que jogam bem, nem famílias perfeitas. Chegou nosso momento de sofrer juntos"
Ex-zagueiro do Mais Querido e atual jogador do Londrina, Wallace questiona dependência de atletas de fora e aponta falhas na base
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Ex-capitão do Flamengo, o zagueiro Wallace, atualmente no Londrina, time que disputa a Série C do Campeonato Brasileiro, fez duras críticas ao cenário atual do futebol nacional. Em entrevista ao portal Lance!, o defensor expressou preocupação com o que chamou de “perda de identidade” do estilo brasileiro, especialmente pela baixa utilização de talentos formados nas categorias de base e o aumento da presença de atletas estrangeiros.
Wallace destacou que, embora não seja contra a presença de estrangeiros nos clubes brasileiros, acredita que muitos dos que chegam ao país não apresentam nível técnico superior ao dos jogadores formados localmente. Para ele, isso revela um desequilíbrio preocupante.
Ex-Flamengo, Wallace desabafa sobre gringos: "Não são superiores"
“O Brasil está se distanciando das suas características principais. Vejo poucas equipes valorizando suas categorias de base. Temos buscado atletas no exterior que, sinceramente, não são superiores aos nossos. Talvez sejam do mesmo nível ou até inferiores”, afirmou. O zagueiro ainda citou países como Venezuela e Uruguai como exemplos da contradição que enxerga no mercado:
“É estranho termos que buscar reforços em lugares com populações bem menores que a nossa. O Brasil tem 220 milhões de habitantes. Não encontrar talentos suficientes aqui é um sinal de que algo está errado. A conta não fecha”, completou.
Com passagem pelo Mais Querido entre 2013 e 2016, Wallace conhece de perto a pressão e a exigência das grandes torcidas. Apesar de ter sido capitão em boa parte do período no Rubro-Negro, sua passagem dividiu opiniões entre os torcedores. Após deixar o clube da Gávea, acumulou passagens por Vitória, Corinthians, Grêmio e Brusque, antes de chegar ao Londrina.
Diretor de futebol do clube, em entrevista recente: “Hoje, buscamos atletas mais jovens, com lastro físico para aguentar a temporada” seguindo a pedida
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Em entrevista ao jornal O Globo, o diretor de futebol do Flamengo, José Boto, falou abertamente sobre a política de contratações adotada pelo clube em 2025 e usou o atacante Juninho como exemplo para explicar a nova linha de pensamento. O dirigente reconheceu que o ex-jogador do Qarabag ainda não atingiu seu melhor momento, mas tratou a chegada como parte de um projeto mais amplo que visa reforçar o elenco com nomes mais jovens, com capacidade física elevada e margem para desenvolvimento.
Juninho chegou ao Flamengo no início do ano por 5 milhões de euros, valor considerado acessível diante do mercado atual. A contratação foi vista internamente como uma alternativa à saída de Gabigol, que deixou o clube na virada da temporada. Segundo Boto, o planejamento era claro: trazer um nome que pudesse oferecer mobilidade e versatilidade ofensiva, mesmo que ainda precisasse se ajustar à realidade do futebol brasileiro em alto nível.
“Juninho veio para ser o segundo avançado, atrás do Bruno Henrique, enquanto o Pedro não voltava. Cumpriu bem. Está em adaptação a uma realidade diferente da que vivenciou em sua carreira, e isso leva mais tempo”, explicou Boto.
No Qarabag, Juninho atuava em um contexto competitivo muito abaixo do que encontrou no Flamengo. Apesar da experiência europeia, o atacante chegou sem grande alarde, mas com a expectativa de ser útil no curto prazo. A comissão técnica, porém, ainda aguarda que ele se firme no elenco, algo que não aconteceu até o momento.
Boto fez questão de frisar que o modelo de contratação atual do clube valoriza não apenas o talento técnico, mas, principalmente, o aspecto físico dos jogadores. Ele citou a intensidade do calendário brasileiro e a exigência por atletas com capacidade de recuperação rápida e alto desempenho físico.
A fala de Boto vai ao encontro da postura adotada pelo departamento de futebol na atual temporada, que priorizou nomes com menor desgaste acumulado e maior margem de entrega física. Essa mudança de critério é reflexo também do histórico recente do Flamengo com atletas que chegaram com status elevado, mas não corresponderam fisicamente.
Treinador rubro-negro demonstra confiança em grande campanha nos Estados Unidos e exalta reencontro com elenco inglês onde passou pela sua carreira
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Com menos de uma semana para a estreia do Flamengo na Copa do Mundo de Clubes, Filipe Luís deu o tom da preparação rubro-negra em entrevista ao perfil oficial da Libertadores. O técnico reforçou a seriedade do torneio, exaltou a chance de medir forças com gigantes internacionais e deixou evidente o desejo de ir longe na competição que será realizada nos Estados Unidos entre 14 de junho e 13 de julho.
Filipe Luís sobre Mundial: “Conquistamos a nossa vaga nesse Mundial e é um privilégio poder jogar contra outros grandes clubes."
O Flamengo está no Grupo D, ao lado de Chelsea (Inglaterra), Espérance (Tunísia) e Los Angeles FC (Estados Unidos). A estreia será contra os tunisianos, no dia 16, e o treinador já projeta dificuldades. Em 2023, o Espérance complicou a vida de adversários e reforçou a tradição de clubes africanos em competições da FIFA.
O treinador também comentou a imprevisibilidade característica do futebol, especialmente em torneios curtos como o Mundial de Clubes. Para ele, a chave será o desempenho coletivo e a consistência durante os 90 minutos.“Conquistamos a nossa vaga nesse Mundial e é um privilégio poder jogar contra outros grandes clubes".
Entre os adversários, o Chelsea é o que desperta mais atenção — não apenas pelo peso do elenco, mas também por um fator pessoal: o reencontro com o clube onde Filipe Luís atuou durante a temporada 2014/2015. Foram apenas 26 jogos, mas o suficiente para criar laços com pessoas que permanecem no clube inglês.
A preparação do Flamengo para o torneio incluiu um planejamento físico e logístico cuidadoso. O elenco viajou para os Estados Unidos com antecedência, adaptando-se ao fuso horário e ao clima local. O clube também evitou desgastes desnecessários no fim do Campeonato Carioca, priorizando a recuperação e o trabalho tático.