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O diretor-executivo de futebol do Flamengo, Bruno Spindel, não será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta quarta (29). O dirigente rubro-negro teve a sessão adiada por motivo de viagem. Spindel vai para a Suíça participar de curso da Fifa. Uma nova data será marcada para o julgamento.
Bruno Spindel foi denunciado por críticas à arbitragem e à CBF após as partidas do Flamengo com o Botafogo e o Red Bull Bragantino. Nas duas ocasiões, o diretor-executivo procurou a imprensa para reclamar de marcações contra o Rubro-Negro. Em Bragança Paulista, Spindel foi bastante enfático ao apontar erros dos árbitros contra o Fla. As informações são da repórter Letícia Marques, do GE.
Citando o dono da SAF do Botafogo, que apontou sem provas que houve manipulação de resultados no Brasileirão, Bruno Spindel perguntou com ironia após o empate em 1 a 1 com o Red Bull Bragantino, em 4 de maio, que “o Flamengo teria que dizer que tem roubo para ser respeitado pela arbitragem”.
Bruno Spindel pode receber punição que vai de 15 a 180 dias
O STJD ainda não definiu a nova data para o julgamento do dirigente do Flamengo. Bruno Spindel pode receber uma suspensão que vai de 15 a 180 dias. O diretor-executivo de futebol rubro-negro poderá se defender das acusações.
O Flamengo volta a atuar pelo Brasileirão neste domingo (2), às 16h, no maracanã, contra o Vasco. O Rubro-Negro não atua pelo campeonato nacional desde 11 de maio, quando venceu o Corinthians por 2 a 0, em jogo pela sexta rodada. Com 11 pontos, o Fla está em terceiro lugar na tabela.
A menção à expressão “gelo no sangue” e o trecho de uma música foram interpretados por torcedores como uma crítica direta à atual gestão comandada por Bap
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O Flamengo vive dias de instabilidade nos bastidores. A gestão de futebol liderada por Luiz Eduardo Baptista, o Bap, passa por críticas e questionamentos, enquanto o nome de José Boto, contratado no início da temporada como diretor técnico, tem sido centro de tensões recentes. No meio do furacão, Marcos Braz, ex-vice-presidente de futebol e figura influente nas conquistas de 2019, voltou à tona nas redes sociais com uma publicação que causou burburinho entre torcedores e bastidores do clube.
A expressão “gelo no sangue”, eternizada por Braz durante o ano mágico de 2019, ressurgiu. Em um story publicado em sua conta no Instagram, o ex-dirigente exibiu uma imagem com a frase, acompanhada por um trecho da música “Deixe a Vida Rolar”, do cantor Clovis Pê: “De boa, de nada. O tempo diz tudo. Faz o que der vontade. Sem medo do mundo.”
A combinação entre a legenda e a imagem não passou despercebida pela torcida, que viu ali um recado direto à cúpula atual do futebol rubro-negro. Torcedores rapidamente repercutiram a postagem. Muitos interpretaram como uma crítica velada à forma como o departamento de futebol vem sendo conduzido após a saída de Braz. Outros, porém, lembraram os maus resultados sob sua gestão nos últimos anos, especialmente em 2023 e 2024, e trataram a publicação como oportunismo.
O alvo da crise é José Boto, português com passagem por clubes como Shakhtar Donetsk e Benfica. Desde que assumiu o cargo no Flamengo, no início de 2024, o dirigente luso tem encontrado dificuldade para aplicar sua filosofia de trabalho no Ninho do Urubu. Relatos de bastidores indicam desgaste com o presidente Bap, principalmente após o veto da contratação do atacante irlandês Mikey Johnston, indicado por Boto.
A situação acendeu o alerta vermelho dentro do clube e pode culminar em uma eventual saída do profissional. Fontes próximas ao departamento de futebol indicam que uma reunião entre as partes deve acontecer nos próximos dias para discutir o futuro de José Boto. A relação entre ele e Bap se deteriorou ao longo das últimas semanas, e o veto a Johnston foi apenas a gota d’água.
A decisão do Mengão de recuar nas negociações por Mikey Johnston continua repercutindo internamente e nas redes sociais, entre dirigentes e influencias
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O assunto dividiu opiniões entre torcedores e reacendeu críticas à postura da diretoria, especialmente em relação ao compromisso com o profissionalismo prometido por Bap. De um lado, parte da torcida entendeu que o recuo foi sensato. A avaliação interna, conforme apurado, considerou o histórico de minutagem do jogador, a intensidade exigida pelo calendário brasileiro e o estilo de jogo do elenco atual. Esses fatores, somados, indicaram risco alto para uma contratação que exigiria imediatismo.
Entretanto, a ala mais crítica da torcida vê a desistência como um sinal de fraqueza. Na visão desses torcedores, a diretoria cedeu à pressão externa, contrariando justamente o discurso de profissionalismo e autonomia técnica que foi um dos pilares da eleição de Bap. Em meio ao impasse, uma entrevista antiga de Bap ao Flow Sport Club, dada ainda durante a campanha presidencial, ganhou destaque novamente.
O trecho, viral nas redes sociais, traz o dirigente falando sobre a importância dos scouts e criticando o peso excessivo da opinião popular. A declaração mais comentada e compartilhada foi direta: “Mas a gente acha que, porque assistimos a 500 horas de futebol, que enxergamos e conhecemos mais do que os caras. A gente não conhece.” A frase sintetiza o ponto de vista da diretoria sobre como decisões devem ser tomadas — com dados, análise e critério, não com base em clamor popular.
Durante a entrevista, Bap detalhou como o departamento de scout trabalha, revelando processos que vão muito além da simples observação de partidas. São cruzamentos de dados, análises de comportamento físico e psicológico e adaptação ao estilo de jogo da equipe. Sem citar nomes, Bap contou que o Flamengo analisava a contratação de um atleta, mas que os analistas identificaram que o jogador só conseguia manter intensidade por dois blocos de 30 minutos. Após esse período, tornava-se lento e vulnerável — algo que inviabilizaria seu uso em jogos de alta exigência.
Embora o presidente não tenha ligado diretamente esse caso ao nome de Mikey Johnston, a explicação é interpretada por muitos como uma justificativa embasada para a decisão recente. O clube analisou, ponderou e concluiu que a contratação não se encaixava no perfil necessário. O dirigente ainda destacou a evolução tecnológica no futebol, com softwares que comparam desempenhos e projetam cenários. Para Bap, isso permite ao scout ver mais do que os olhos captam ao vivo — e, por isso, devem ter autonomia.
A empresa havia adquirido o mando de campo do confronto, transferindo o jogo para o Maranhão, com a promessa de arcar com todos os custos logísticos do Flamengo
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O Flamengo decidiu recorrer à Justiça para cobrar uma dívida de R$ 587.354,00 da empresa JJ Produções Eventos, responsável pela organização da partida contra o Botafogo-PB, realizada no dia 1º de maio, pela terceira fase da Copa do Brasil. Nesse sentido, a empresa quitou metade do valor ao rubro-negro.
A empresa havia adquirido o mando de campo do confronto, transferindo o jogo para o Maranhão, com a promessa de arcar com todos os custos logísticos do Flamengo, incluindo transporte, hospedagem e demais despesas operacionais.
O objetivo da negociação era potencializar a arrecadação com bilheteria, já que o jogo, originalmente marcado para João Pessoa (PB), foi transferido para o Estádio Castelão, em São Luís (MA). No entanto, o acordo não foi cumprido integralmente. Segundo o Flamengo, o clube tinha gasto R$ 887 mil com a operação da partida, mas recebeu apenas R$ 300 mil de reembolso até então. Restando, portanto, mais de meio milhão de reais.