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Os investimentos da Arábia Saudita no futebol estão longe do fim. Com cada vez mais interesse em fazer contratações de impacto, o alvo da vez é ninguém menos que Vinicius Júnior, cria do Flamengo e um dos principais jogadores em atividade no futebol mundial. E a ideia é fazer de Vini muito mais do que um jogador de futebol.
Segundo informações do portal GE, a proposta para jogar no Al-Ahly é de um salário de 1 bilhão de euros (R$ 6 bilhões) por cinco anos de contrato. Além disso, o interesse saudita é que Vinicius Jr seja um dos embaixadores da Copa do Mundo de 2034 que será realizada na Arábia Saudita. O jogador ainda teria a oportunidade de exercer um cargo no futebol após sua aposentadoria.
A oferta é de uma valorização de 13 vezes em relação ao que Vinicius Jr ganha hoje no Real Madrid. Na temporada passada, ele teve seu contrato renovado até o meio de 2027 e teve um aumento que o colocou no patamar de um dos maiores salários do clube merengue. A projeção é que Vini receba 45 milhões (R$ 271 milhões) até o final de seu vínculo atual. Como comparação, o valor recebido pelo mesmo tempo na Arábia Saudita seria de 600 milhões de euros (R$3,6 bilhões).
O staff do jogador teria balançado com a proposta, vista como uma oportunidade de resolver a sua vida e a de sua família por diversas gerações. Vinicius Jr ainda tem grande interesse em ampliar o seu instituto que, segundo o site oficial, tem como objetivo apoiar escolas públicas na construção de novos modelos de ensino-aprendizagem, utilizando a tecnologia como ferramenta e o esporte como linguagem.
O Real Madrid, contudo, segue irredutível em não negociar o jogador e tem como posição só liberá-lo em caso de pagamento total da multa rescisória de 1 bilhão de euros (R$ 6 bilhões). Os árabes, porém, entendem que existe uma margem de negociação. Um possível empecilho para os planos sauditas é o desejo do jogador de ganhar a Bola de Ouro.
Nenhum jogador atuando fora da Europa jamais conquistou a premiação e, apesar da votação considerar apenas a temporada passada, o entendimento do staff de Vinicius Júnior é de que devido a grande temporada com o Real Madrid onde conquistou o Campeonato Espanhol e a Champions e nenhum jogador se destacando na Euro, os votos de Vini poderiam diminuir se ele escolhesse deixar o futebol europeu.
Desde que chegou ao Real Madrid vindo do Flamengo, Vinicius Junior realizou 264 jogos, marcou 84 gols e deu 59 assistências. No período, conquistou dois Mundiais de Clubes, duas Champions, três La Liga, uma Copa do Rei, três Supercopas da Espanha e uma Supercopa da Europa.
A menção à expressão “gelo no sangue” e o trecho de uma música foram interpretados por torcedores como uma crítica direta à atual gestão comandada por Bap
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O Flamengo vive dias de instabilidade nos bastidores. A gestão de futebol liderada por Luiz Eduardo Baptista, o Bap, passa por críticas e questionamentos, enquanto o nome de José Boto, contratado no início da temporada como diretor técnico, tem sido centro de tensões recentes. No meio do furacão, Marcos Braz, ex-vice-presidente de futebol e figura influente nas conquistas de 2019, voltou à tona nas redes sociais com uma publicação que causou burburinho entre torcedores e bastidores do clube.
A expressão “gelo no sangue”, eternizada por Braz durante o ano mágico de 2019, ressurgiu. Em um story publicado em sua conta no Instagram, o ex-dirigente exibiu uma imagem com a frase, acompanhada por um trecho da música “Deixe a Vida Rolar”, do cantor Clovis Pê: “De boa, de nada. O tempo diz tudo. Faz o que der vontade. Sem medo do mundo.”
A combinação entre a legenda e a imagem não passou despercebida pela torcida, que viu ali um recado direto à cúpula atual do futebol rubro-negro. Torcedores rapidamente repercutiram a postagem. Muitos interpretaram como uma crítica velada à forma como o departamento de futebol vem sendo conduzido após a saída de Braz. Outros, porém, lembraram os maus resultados sob sua gestão nos últimos anos, especialmente em 2023 e 2024, e trataram a publicação como oportunismo.
O alvo da crise é José Boto, português com passagem por clubes como Shakhtar Donetsk e Benfica. Desde que assumiu o cargo no Flamengo, no início de 2024, o dirigente luso tem encontrado dificuldade para aplicar sua filosofia de trabalho no Ninho do Urubu. Relatos de bastidores indicam desgaste com o presidente Bap, principalmente após o veto da contratação do atacante irlandês Mikey Johnston, indicado por Boto.
A situação acendeu o alerta vermelho dentro do clube e pode culminar em uma eventual saída do profissional. Fontes próximas ao departamento de futebol indicam que uma reunião entre as partes deve acontecer nos próximos dias para discutir o futuro de José Boto. A relação entre ele e Bap se deteriorou ao longo das últimas semanas, e o veto a Johnston foi apenas a gota d’água.
A decisão do Mengão de recuar nas negociações por Mikey Johnston continua repercutindo internamente e nas redes sociais, entre dirigentes e influencias
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O assunto dividiu opiniões entre torcedores e reacendeu críticas à postura da diretoria, especialmente em relação ao compromisso com o profissionalismo prometido por Bap. De um lado, parte da torcida entendeu que o recuo foi sensato. A avaliação interna, conforme apurado, considerou o histórico de minutagem do jogador, a intensidade exigida pelo calendário brasileiro e o estilo de jogo do elenco atual. Esses fatores, somados, indicaram risco alto para uma contratação que exigiria imediatismo.
Entretanto, a ala mais crítica da torcida vê a desistência como um sinal de fraqueza. Na visão desses torcedores, a diretoria cedeu à pressão externa, contrariando justamente o discurso de profissionalismo e autonomia técnica que foi um dos pilares da eleição de Bap. Em meio ao impasse, uma entrevista antiga de Bap ao Flow Sport Club, dada ainda durante a campanha presidencial, ganhou destaque novamente.
O trecho, viral nas redes sociais, traz o dirigente falando sobre a importância dos scouts e criticando o peso excessivo da opinião popular. A declaração mais comentada e compartilhada foi direta: “Mas a gente acha que, porque assistimos a 500 horas de futebol, que enxergamos e conhecemos mais do que os caras. A gente não conhece.” A frase sintetiza o ponto de vista da diretoria sobre como decisões devem ser tomadas — com dados, análise e critério, não com base em clamor popular.
Durante a entrevista, Bap detalhou como o departamento de scout trabalha, revelando processos que vão muito além da simples observação de partidas. São cruzamentos de dados, análises de comportamento físico e psicológico e adaptação ao estilo de jogo da equipe. Sem citar nomes, Bap contou que o Flamengo analisava a contratação de um atleta, mas que os analistas identificaram que o jogador só conseguia manter intensidade por dois blocos de 30 minutos. Após esse período, tornava-se lento e vulnerável — algo que inviabilizaria seu uso em jogos de alta exigência.
Embora o presidente não tenha ligado diretamente esse caso ao nome de Mikey Johnston, a explicação é interpretada por muitos como uma justificativa embasada para a decisão recente. O clube analisou, ponderou e concluiu que a contratação não se encaixava no perfil necessário. O dirigente ainda destacou a evolução tecnológica no futebol, com softwares que comparam desempenhos e projetam cenários. Para Bap, isso permite ao scout ver mais do que os olhos captam ao vivo — e, por isso, devem ter autonomia.
A empresa havia adquirido o mando de campo do confronto, transferindo o jogo para o Maranhão, com a promessa de arcar com todos os custos logísticos do Flamengo
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O Flamengo decidiu recorrer à Justiça para cobrar uma dívida de R$ 587.354,00 da empresa JJ Produções Eventos, responsável pela organização da partida contra o Botafogo-PB, realizada no dia 1º de maio, pela terceira fase da Copa do Brasil. Nesse sentido, a empresa quitou metade do valor ao rubro-negro.
A empresa havia adquirido o mando de campo do confronto, transferindo o jogo para o Maranhão, com a promessa de arcar com todos os custos logísticos do Flamengo, incluindo transporte, hospedagem e demais despesas operacionais.
O objetivo da negociação era potencializar a arrecadação com bilheteria, já que o jogo, originalmente marcado para João Pessoa (PB), foi transferido para o Estádio Castelão, em São Luís (MA). No entanto, o acordo não foi cumprido integralmente. Segundo o Flamengo, o clube tinha gasto R$ 887 mil com a operação da partida, mas recebeu apenas R$ 300 mil de reembolso até então. Restando, portanto, mais de meio milhão de reais.