Bolívar terá desfalque de atacante titular para confronto contra o Flamengo pela Libertadores

Há algum tempo, o Flamengo vem enfrentando dificuldades para apresentar um bom futebol, e agora as dúvidas sobre o trabalho de Tite estão mais evidentes do que nunca. Para o jornalista Gian Oddi, essas críticas ao treinador do Mengão demoraram a surgir, e ele acredita que há uma "generosidade fora do comum" com Tite.

Segundo Gian, se outro técnico estivesse no lugar de Tite e não conseguisse fazer um elenco tão estrelado render, sua posição já estaria em risco há muito mais tempo. O jornalista, inclusive, usou Vanderlei Luxemburgo como comparação para ilustrar a situação.

“Estamos no nono mês desse ano, o Tite começou o trabalho dele no ano passado, e eu fico imaginando se fosse o Vanderlei Luxemburgo o técnico do Flamengo, o quanto ele apanharia. Então eu acho que existe uma generosidade com o Tite absolutamente fora do comum”, analisou Gian Oddi.

Após a derrota para o Peñarol no Maracanã, no jogo de ida das quartas de final da Libertadores, surgiram muitas questões sobre Tite. Desde a escolha de deixar Léo Ortiz no banco até a estratégia de jogo pouco ofensiva, mesmo precisando de um resultado positivo, o treinador enfrenta seu momento de maior instabilidade no Flamengo.

No comando do Flamengo desde outubro de 2023, Tite vive um período de grandes incertezas. Apesar de ainda estar nas disputas de três competições, o técnico não consegue extrair o melhor futebol de um elenco qualificado. Mesmo levando em consideração os desfalques que o time tem enfrentado, Gian Oddi acredita que Tite precisa mostrar resultados de forma urgente.

“Chega, não tô dizendo que o Tite é para ser demitido. Mas é preciso olhar para o elenco do Flamengo, e eu sei que o desconto tem que existir, basta olhar para quem esta fora do time do Flamengo nesse momento. Mas ele tem muito subsídio para trabalhar, e claro, ele teve muitos problemas, mas o Flamengo vai lá e contrata o lateral que jogou com a camisa da Juventus nos últimos dez anos. Então assim, estamos falando de caras de altíssimo nível”

Desde sua chegada, Tite esteve à frente do Flamengo em 67 partidas, acumulando 40 vitórias, 12 empates e 15 derrotas. No período, o time marcou 106 gols e sofreu 48.

Após a derrota do Flamengo para o Peñarol (URU) por 1 a 0, Tite foi alvo de xingamentos por parte dos torcedores no Maracanã. O treinador, inclusive, tornou-se um tema recorrente nas perguntas direcionadas aos candidatos à presidência do clube. Em entrevistas, os principais postulantes apresentaram opiniões divergentes sobre a continuidade de Tite no comando da equipe.

Rodrigo Dunshee, candidato apoiado pela situação, elogiou Tite, mas afirmou que ainda não tomou uma decisão definitiva sobre a permanência do técnico caso seja eleito. Luiz Eduardo Baptista, o BAP, destacou que precisará de tempo para avaliar a questão.

Wallim Vasconcellos, por sua vez, foi o mais direto em relação à situação de Tite, afirmando que, se eleito, o contrato do treinador não será renovado. Já Maurício Gomes de Mattos adotou uma postura mais evasiva, sem se comprometer. Por fim, Delair Dumbrosck condicionou a continuidade de Tite aos resultados alcançados até o fim da temporada.

O contrato de Tite com o Flamengo vai até dezembro deste ano, o que coloca a decisão sobre sua renovação nas mãos do próximo presidente do clube. A multa rescisória é calculada com base no salário mensal da comissão técnica, que gira em torno de R$1 milhão, multiplicado pelo número de meses restantes no contrato. Portanto, caso Tite fosse demitido agora, faltando três meses para o término do contrato, a multa seria de aproximadamente R$3 milhões. No entanto, a atual diretoria não planeja demitir o treinador antes do final do vínculo.

“Tite é um treinador excepcional, é o nosso comandante. Ainda não tive a oportunidade de discutir com ele sobre o futuro, mas pretendo fazê-lo em breve. Por ora, não tenho uma posição definitiva a respeito.” (Entrevista ao podcast Jannuzzi & Abuzze).

“Diante das circunstâncias que o Flamengo enfrenta, seria profundamente injusto avaliar o desempenho do Tite de forma negativa. O clube estava em uma situação muito mais complicada antes da sua chegada, e ele ainda está disputando três competições. A responsabilidade pelos desafios não recai exclusivamente sobre a comissão técnica. Vamos avaliar com calma o que é melhor para o Flamengo.” (Entrevista ao podcast Coluna do Fla).

“Particularmente, não gosto do estilo de jogo do Tite. O contrato dele termina no final do ano e não pretendo renová-lo. O futebol precisa avançar para o século XXI, e não acredito que o Tite esteja alinhado com o que imaginamos para o Flamengo a partir de 2025.” (Entrevista ao jornal Lance).

Em eventos de campanha, Maurício Gomes de Mattos costuma ser evasivo sobre a permanência de Tite, afirmando que pretende montar uma estrutura profissional para definir o técnico ideal para o início de sua gestão em 2025.

“Se Tite vai continuar ou não, os resultados é que vão determinar. Ele é um excelente técnico, tem uma grande comissão, mas só os resultados dirão.” (Entrevista ao YouTube do Coluna do Fla).

O Flamengo foi multado pela Conmebol devido a incidentes com sua torcida durante a partida contra o Bolívar, realizada no dia 15 de agosto, no Maracanã, pelas oitavas de final da Copa Libertadores. A vitória por 2 a 0 garantiu um bom resultado ao clube, mas comportamentos inadequados da torcida, como o uso de sinalizadores e outros objetos pirotécnicos, resultaram em sanções financeiras ao time carioca.

O clube foi punido com base no artigo 12.2 c) do Código Disciplinar da Conmebol, que proíbe o uso de sinalizadores, fogos de artifício ou qualquer tipo de pirotecnia nos estádios. Além disso, o Flamengo foi enquadrado no artigo 27, que prevê penalidades mais severas para clubes reincidentes em infrações dessa natureza. Este não é o primeiro incidente do tipo envolvendo a torcida flamenguista, o que contribuiu para a decisão de aplicar uma multa significativa.

O valor total da multa foi estipulado em US$ 20 mil (equivalente a R$ 110,4 mil). Além disso, a Conmebol determinou que o Flamengo pague mais US$ 13,3 mil (cerca de R$ 73,6 mil) para cobrir gastos relacionados ao espaço de hospitalidade durante o jogo, uma responsabilidade que, segundo o artigo 4.2.13 do Manual de Clubes da Libertadores, é do clube mandante.

Essas infrações são consideradas graves, principalmente em torneios internacionais como a Libertadores, onde a Conmebol adota uma postura rígida para garantir a segurança e a ordem nos estádios. A reincidência do Flamengo nesse tipo de comportamento pode ser vista como um agravante na decisão da juíza Amarílis Belisario, vice-presidente da Comissão Disciplinar da Conmebol.