
Futebol
|
A relação conturbada entre o vice de futebol do Flamengo, Marcos Braz, e o atacante Gabigol tem sido um dos fatores que contribuíram para a perda de comando no vestiário e a crise no clube. Essa ruptura entre jogador e dirigente teve origem em uma discussão em julho e se intensificou, culminando no fim de um diálogo que vinha desde 2019.
Essa situação reflete um desgaste gradual que Marcos Braz tem enfrentado, marcado por fases ruins e problemas menores que se somaram. A relação com Gabigol era especialmente importante para o vice de futebol, já que o jogador tinha influência sobre o grupo de atletas e atuava como um canal de comunicação entre a diretoria e os jogadores.
No entanto, a relação com outras lideranças no elenco não era igualmente positiva, e havia uma divisão interna que dificultava a capacidade de Marcos Braz exercer sua influência e poder no vestiário. Segundo informações internas, há um consenso de que a chegada de novas vozes de comando, incluindo um executivo profissional, se torna necessária.
A promoção de Gabigol a camisa 10 e capitão, realizada pelo presidente Rodolfo Landim, tinha como intuito reforçar a influência da diretoria na condução do vestiário. No entanto, essa estratégia não teve sucesso, e Gabigol não conseguiu exercer um papel de liderança efetiva tanto dentro quanto fora do clube.
Nesse contexto, a diretoria do Flamengo está considerando a contratação de um novo executivo para desempenhar um papel mais ativo na reformulação do clube, que está planejada para o final da temporada. Além disso, a saída de Marcos Braz antes do término do mandato de Landim, que ocorre no próximo ano, também tem sido discutida como uma possibilidade.
Em negociações anteriores, o Rubro-Negro chegou a iniciar conversas avançadas para adquirir o meia formado pelo Vasco da Gama, mas não avançou
|
Em negociações anteriores, o Rubro-Negro chegou a iniciar conversas avançadas para adquirir o meia formado pelo Vasco. A diretoria do Flamengo via Evander como um jogador estratégico para o meio-campo, mas o acordo não se concretizou devido a vários fatores, incluindo valores e timing da janela.
A premiação de cerca de R$ 150 milhões recebida pela participação no torneio, somada aos R$ 160 milhões oriundos da venda de Gerson para o Zenit, dá novo fôlego
|
Apesar da frustração com a derrota para o Bayern de Munique nas oitavas do Mundial de Clubes, o Flamengo garantiu um retorno financeiro expressivo com sua participação no torneio internacional. Segundo dados oficiais, o clube embolsou aproximadamente R$ 150 milhões da FIFA, um valor que representa um dos maiores recebimentos em premiação internacional na história rubro-negra.
Essa quantia, somada ao valor que será recebido pela transferência de Gerson ao Zenit, da Rússia, reposiciona o Flamengo no mercado e permite movimentações mais ambiciosas na janela do meio do ano. O Zenit optou por não negociar diretamente com o Flamengo e depositou o valor integral da multa rescisória de Gerson, avaliada em R$ 160 milhões.
A operação foi feita de forma unilateral, e, embora não envolva taxas de vitrine ou bônus de performance, garante liquidez imediata ao Rubro-Negro. Com isso, o clube soma cerca de R$ 310 milhões em novas receitas apenas neste mês de junho, algo que muda o patamar das negociações para o restante da temporada.
Até o momento, a janela de transferências de 2025 havia sido discreta. As principais chegadas foram a do atacante Juninho, ex-Qarabag, por 5 milhões de euros (cerca de R$ 31,2 milhões), além do lateral-zagueiro Danilo e do meio-campista Jorginho, ambos contratados sem custos por estarem livres no mercado. Com os novos recursos, a diretoria projeta uma atuação mais agressiva.
A ideia é trazer jogadores com maior capacidade técnica e física para elevar o patamar do elenco nas competições que ainda restam. O nome mais quente neste momento é o do meia Jorge Carrascal, atualmente no Dínamo de Moscou. Segundo apuração do ge, o Flamengo prepara uma proposta de 12 milhões de euros (cerca de R$ 77 milhões) para tentar tirar o colombiano da Rússia.
Clube espanhol aceita negociar atacante por empréstimo de uma temporada; jovem perdeu espaço com a chegada de Mbappé na temporada
|
Com a janela de transferências do meio do ano aberta, o Flamengo avalia movimentações estratégicas para fortalecer o elenco. Uma das posições que mais demandam atenção da diretoria é o comando do ataque. E um nome que pode entrar de vez no radar é o de Endrick, ex-Palmeiras, atualmente no Real Madrid. Endrick perdeu espaço no elenco espanhol após a chegada de Kylian Mbappé e o crescimento de Gonzalo García, jovem promessa espanhola que brilhou no Mundial de Clubes.
O Real Madrid, por sua vez, não descarta emprestá-lo por uma temporada, justamente para que o atacante ganhe mais minutos e experiência. Apesar de ser uma das grandes apostas do futebol brasileiro, Endrick encontra dificuldades para conquistar espaço no time principal do Real. Mbappé chegou para ser titular absoluto e já assumiu a referência ofensiva.
Ao mesmo tempo, Gonzalo García aproveitou bem as oportunidades e virou uma alternativa frequente no banco. Esse cenário faz com que o clube madrilenho veja com bons olhos a possibilidade de emprestar Endrick por um ano. A intenção é garantir que o jogador atue com regularidade e mantenha a evolução técnica, algo difícil de acontecer neste momento no Real.
Internamente, o Flamengo acompanha o movimento com atenção, mas ainda sem avançar em tratativas. O clube entende que, caso Endrick esteja realmente disponível, pode se tornar uma alternativa viável para suprir uma possível lacuna no elenco. A diretoria, inclusive, tem monitorado o mercado de atacantes centralizados. Endrick, que se destaca justamente nessa função, entraria como uma reposição imediata em caso de saída de algum dos atuais jogadores da posição.
Hoje, o Flamengo conta com Pedro e Juninho como principais nomes para a função de centroavante. No entanto, o cenário pode mudar nas próximas semanas. Juninho negocia para deixar o clube, enquanto Pedro, atualmente reserva, não descarta uma transferência em busca de mais minutos. Essa instabilidade no setor ofensivo reforça a necessidade de ter alternativas à disposição. Endrick, por ser jovem, promissor e já adaptado ao futebol brasileiro, surge como um nome que, em termos técnicos e de mercado, poderia agregar ao elenco comandado por Filipe Luís.