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Filipe Luís projeta Flamengo competitivo no Mundial de Clubes e duelo especial contra ex-clube
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A recente lista de pré-convocados da Seleção Brasileira para a próxima Data Fifa trouxe seis jogadores do Flamengo, incluindo Gerson. A decisão do técnico Dorival Júnior em testar o volante em uma nova função foi influenciada, em parte, por Filipe Luís, atual comandante do Mais Querido. Após a vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, o treinador rubro-negro afirmou que sua escolha tática pode ter facilitado o trabalho do treinador da Amarelinha, já que utilizou o camisa 8 mais recuado, semelhante ao que Dorival pretende fazer na equipe nacional.
Durante a coletiva pós-jogo, Filipe Luís ressaltou a versatilidade de Gerson e explicou que a decisão de reposicioná-lo em campo foi estratégica. O treinador afirmou que queria manter um ataque mais agressivo e, por isso, recuou o meio-campista. Esse movimento tático acabou sendo positivo não apenas para o CRF, mas também para a Seleção Brasileira, que deve utilizá-lo da mesma forma. Para o comandante do Mengão, o jogador se encaixa bem em diversas funções, podendo atuar como um segundo volante ou até mesmo um armador central.
MUDANÇA DE POSICIONAMENTO NA TEMPORADA ATUAL
Desde que Filipe Luís assumiu o comando técnico, Gerson tem sido utilizado em diferentes funções dentro do meio-campo. No final de 2024, o camisa 8 atuava em uma posição mais avançada pelo lado direito, sendo fundamental para a marcação pressão e a criação de jogadas ofensivas. Entretanto, com o crescimento de nomes como Gonzalo Plata e Luiz Araújo no setor ofensivo, o jogador passou a desempenhar um papel mais recuado, ajudando na transição e na distribuição do jogo.
GERSON SE DESTACA COMO PEÇA POLIVALENTE
A capacidade de Gerson de atuar em diferentes posições tem sido um diferencial para o Mais Querido. Além de ser escalado como um segundo volante, ele já desempenhou o papel de armador central, função que geralmente pertence a Arrascaeta. Essa versatilidade chamou a atenção de Dorival Júnior, que já testou o meio-campista em diferentes setores quando comandava o Rubro-Negro. A ideia do treinador da Seleção Brasileira é aproveitar essa característica para aumentar as opções táticas da equipe.
A convocação oficial da Seleção Brasileira ainda não foi divulgada, mas Gerson está entre os 52 nomes pré-selecionados pela CBF. No entanto, apenas 23 jogadores farão parte da lista definitiva. A definição acontecerá nos próximos dias, e o meio-campista do Mengão segue como um dos fortes candidatos a integrar a equipe que enfrentará Colômbia e Argentina, nos dias 20 e 25 de março, respectivamente.
Volante ítalo-brasileiro será relacionado para a partida contra o Espérance, da Tunísia, mas deve começar no banco, uruguaio ainda trata lesão e vira dúvida.
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Ainda em processo de adaptação física e tática, Jorginho deve ser opção no banco de reservas. A ideia da comissão técnica é utilizá-lo de forma gradual durante a competição, sem queimar etapas. No treino tático realizado no CT improvisado em Orlando, Filipe Luís testou a manutenção da dupla Erick Pulgar e Gerson, titulares nos últimos compromissos da equipe.
Apesar de seguir entre os titulares, Gerson vive os últimos momentos com a camisa rubro-negra. O volante está em negociações avançadas para ser vendido ao Zenit, da Rússia. O desfecho está previsto para depois da participação do Flamengo no torneio internacional. O camisa 8 tem mantido postura profissional, participa normalmente dos treinos e demonstra foco no título. A diretoria trata a situação com cautela, mas sabe que dificilmente manterá o jogador após junho.
Se Jorginho entra, De La Cruz continua como ausência confirmada. O uruguaio ainda se recupera de lesão muscular e segue na fisioterapia. O clube trabalha com a expectativa de tê-lo disponível para a segunda rodada da fase de grupos, contra o Chelsea, na sexta-feira (20), mas ainda sem garantia.
O jogo contra o Chelsea é encarado como o duelo-chave da fase de grupos. Com elenco numeroso, os ingleses devem vir com força máxima e pressionados após a temporada irregular na Premier League. Filipe Luís sabe da importância de contar com jogadores com bom passe e leitura de jogo, como De La Cruz, em um confronto de alto nível técnico e físico.
O Flamengo encerrará sua participação na fase de grupos no dia 24 de junho, diante do Los Angeles FC. A comissão técnica traçou como meta ter todos os jogadores à disposição até esse jogo. A ideia é não correr riscos de desfalques importantes na reta final. Quem também falou sobre Jorginho foi Olivier Giroud, atacante do LAFC e campeão mundial pela França. Em entrevista nos EUA, o camisa 9 destacou a qualidade do volante:
Ex-zagueiro do Mais Querido e atual jogador do Londrina, Wallace questiona dependência de atletas de fora e aponta falhas na base
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Ex-capitão do Flamengo, o zagueiro Wallace, atualmente no Londrina, time que disputa a Série C do Campeonato Brasileiro, fez duras críticas ao cenário atual do futebol nacional. Em entrevista ao portal Lance!, o defensor expressou preocupação com o que chamou de “perda de identidade” do estilo brasileiro, especialmente pela baixa utilização de talentos formados nas categorias de base e o aumento da presença de atletas estrangeiros.
Wallace destacou que, embora não seja contra a presença de estrangeiros nos clubes brasileiros, acredita que muitos dos que chegam ao país não apresentam nível técnico superior ao dos jogadores formados localmente. Para ele, isso revela um desequilíbrio preocupante.
Ex-Flamengo, Wallace desabafa sobre gringos: "Não são superiores"
“O Brasil está se distanciando das suas características principais. Vejo poucas equipes valorizando suas categorias de base. Temos buscado atletas no exterior que, sinceramente, não são superiores aos nossos. Talvez sejam do mesmo nível ou até inferiores”, afirmou. O zagueiro ainda citou países como Venezuela e Uruguai como exemplos da contradição que enxerga no mercado:
“É estranho termos que buscar reforços em lugares com populações bem menores que a nossa. O Brasil tem 220 milhões de habitantes. Não encontrar talentos suficientes aqui é um sinal de que algo está errado. A conta não fecha”, completou.
Com passagem pelo Mais Querido entre 2013 e 2016, Wallace conhece de perto a pressão e a exigência das grandes torcidas. Apesar de ter sido capitão em boa parte do período no Rubro-Negro, sua passagem dividiu opiniões entre os torcedores. Após deixar o clube da Gávea, acumulou passagens por Vitória, Corinthians, Grêmio e Brusque, antes de chegar ao Londrina.
Diretor de futebol do clube, em entrevista recente: “Hoje, buscamos atletas mais jovens, com lastro físico para aguentar a temporada” seguindo a pedida
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Em entrevista ao jornal O Globo, o diretor de futebol do Flamengo, José Boto, falou abertamente sobre a política de contratações adotada pelo clube em 2025 e usou o atacante Juninho como exemplo para explicar a nova linha de pensamento. O dirigente reconheceu que o ex-jogador do Qarabag ainda não atingiu seu melhor momento, mas tratou a chegada como parte de um projeto mais amplo que visa reforçar o elenco com nomes mais jovens, com capacidade física elevada e margem para desenvolvimento.
Juninho chegou ao Flamengo no início do ano por 5 milhões de euros, valor considerado acessível diante do mercado atual. A contratação foi vista internamente como uma alternativa à saída de Gabigol, que deixou o clube na virada da temporada. Segundo Boto, o planejamento era claro: trazer um nome que pudesse oferecer mobilidade e versatilidade ofensiva, mesmo que ainda precisasse se ajustar à realidade do futebol brasileiro em alto nível.
“Juninho veio para ser o segundo avançado, atrás do Bruno Henrique, enquanto o Pedro não voltava. Cumpriu bem. Está em adaptação a uma realidade diferente da que vivenciou em sua carreira, e isso leva mais tempo”, explicou Boto.
No Qarabag, Juninho atuava em um contexto competitivo muito abaixo do que encontrou no Flamengo. Apesar da experiência europeia, o atacante chegou sem grande alarde, mas com a expectativa de ser útil no curto prazo. A comissão técnica, porém, ainda aguarda que ele se firme no elenco, algo que não aconteceu até o momento.
Boto fez questão de frisar que o modelo de contratação atual do clube valoriza não apenas o talento técnico, mas, principalmente, o aspecto físico dos jogadores. Ele citou a intensidade do calendário brasileiro e a exigência por atletas com capacidade de recuperação rápida e alto desempenho físico.
A fala de Boto vai ao encontro da postura adotada pelo departamento de futebol na atual temporada, que priorizou nomes com menor desgaste acumulado e maior margem de entrega física. Essa mudança de critério é reflexo também do histórico recente do Flamengo com atletas que chegaram com status elevado, mas não corresponderam fisicamente.