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O Flamengo, sob o comando de Tite, vive um momento delicado no Brasileirão, marcado por uma sequência de três derrotas consecutivas fora de casa. A mais recente ocorreu no último domingo (01), contra o Corinthians, na Neo Química Arena, onde o Rubro-Negro perdeu a chance de somar três pontos cruciais na competição. Esse revés representou um feito negativo que o clube não experimentava há mais de dois anos, quando enfrentou situação semelhante em junho de 2022.
A sequência atual de derrotas começou no Morumbi contra o São Paulo, seguiu no Nilton Santos contra o Botafogo, e culminou na Neo Química Arena contra o Corinthians. Essas derrotas seguidas como visitante não aconteciam desde a série de jogos contra Bragantino, Internacional e Atlético-MG em 2022, que resultaram na demissão do técnico Paulo Sousa. Naquele momento, a derrota para o Bragantino foi decisiva para a saída de Sousa, abrindo espaço para a contratação de Dorival Júnior, que iniciou sua passagem pelo clube também com duas derrotas.
ERROS ATRÁS DE ERROS DE TITE
Além de prejudicar a moral da equipe, essa sequência de resultados negativos teve impacto direto na posição do Flamengo na tabela de classificação do Brasileirão. Com 44 pontos, o clube estacionou na quarta colocação, vendo seus principais concorrentes se distanciarem. Palmeiras, com 47 pontos, Fortaleza, com 48, e Botafogo, com 50, se consolidam nas primeiras posições, enquanto o Flamengo precisa reagir para não se afastar ainda mais da luta pelo título.
A situação se torna ainda mais crítica considerando os nove pontos desperdiçados nos últimos jogos, que poderiam ter alavancado o Flamengo para uma posição mais confortável na competição. Com a pausa no calendário devido à Data FIFA, o Rubro-Negro terá um período para se reorganizar antes de enfrentar novos desafios. O próximo compromisso pelo Brasileirão está marcado para o dia 15 de setembro, dando à equipe um breve respiro para corrigir os erros recentes. Contudo, antes disso, o Flamengo tem um jogo importante pela Copa do Brasil, no dia 12 de setembro, o que adiciona mais uma camada de pressão sobre o elenco e a comissão técnica.
O jogador de 28 anos reforçou o desejo de um retorno ao clube e revelou que mantém contato frequente com Filipe Luís, ex-companheiro do craque
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Andreas Pereira nunca escondeu a ligação emocional com o Flamengo. Mesmo com o peso do erro na final da Libertadores de 2021, o jogador deixou portas abertas e o sentimento, segundo ele, nunca mudou. A declaração recente aquece o imaginário do torcedor, que não esquece os bons momentos do camisa 18 no Maracanã.
Desde que voltou à Inglaterra, após fim do empréstimo com o Flamengo em 2022, Andreas consolidou-se como titular absoluto no Fulham. Sob o comando de Marco Silva, é um dos motores do meio-campo da equipe londrina. Ainda assim, a conexão com o Rubro-Negro resiste ao tempo e à distância.7
Segundo o próprio jogador, a relação com Filipe Luís com quem atuou no Flamengo segue próxima. O lateral multicampeão virou auxiliar técnico permanente da comissão rubro-negra, o que pode facilitar um eventual reencontro no futuro: "Tenho em mente um dia voltar ao futebol brasileiro. Como todo mundo sabe, tenho um carinho muito grande, sempre demonstrei esse carinho também. Se eu voltasse ao Brasil, gostaria muito de voltar ao Flamengo", afirmou Andreas à CazéTV.
A boa fase no Fulham não impede que Andreas projete um novo capítulo no Flamengo. Apesar do contrato até 2026, o desejo existe, e o momento certo dependerá de negociação e contexto. O clube inglês, aliás, desembolsou cerca de 10 milhões de euros para contratá-lo em definitivo. Internamente, o Flamengo não trata o nome de Andreas como prioridade no momento. Com De la Cruz, Arrascaeta, Gerson e Allan no setor, o elenco atual é robusto no meio-campo.
A trajetória de Andreas no Ninho do Urubu foi marcada por altos e baixos. Após estreia promissora em 2021, caiu em desgraça diante da torcida após a falha que resultou no gol de Deyverson, na final da Libertadores. O erro pesou, mas não apagou a sequência de boas atuações e a identificação demonstrada dentro e fora de campo.
Treinador italiano destaca qualidade do jogador do Mais Querido em coletiva antes da estreia contra o Equador pelas Eliminatórias
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Carlo Ancelotti, multicampeão por onde passou, começa oficialmente sua trajetória à frente do Brasil nesta quarta-feira (5), contra o Equador, pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026. E logo na primeira coletiva oficial como técnico da Seleção, o nome de Gerson apareceu com destaque.
Sem abrir os 11 iniciais, o treinador deixou claro que o meio-campo será uma das áreas mais valorizadas do seu sistema, e Gerson parece estar nos planos. “Essa equipe tem por característica muita qualidade no meio. Gerson tem muita qualidade não só no jogo de construção, mas também no jogo entrelinhas”, disse Ancelotti.
Ancelotti sobre Gerson do Flamengo: "Sabe o momento de acelerar e quando pausar. Isso é raro"
A fala pode parecer protocolar, mas, no contexto do ciclo que se inicia, tem peso. Gerson voltou à Seleção em boa fase pelo Flamengo e, mesmo sem unanimidade entre torcedores e parte da imprensa, tem se mostrado um nome de confiança da nova comissão. Ancelotti citou ainda Bruno Guimarães, outro nome do setor, o que indica que a ideia é montar um meio mais técnico.
Internamente, o Flamengo acompanha com atenção essa movimentação. O clube entende que uma eventual consolidação de Gerson na Seleção pode aquecer o interesse europeu na próxima janela. Mas, ao mesmo tempo, a diretoria vê com bons olhos a valorização de um ativo que já é tratado como líder técnico e comportamental no elenco.
Na Seleção, o ambiente é positivo. A comissão tem elogiado o comportamento do jogador nos treinos e a capacidade de se adaptar a diferentes funções. Na era Tite, Gerson chegou a ser testado como um segundo volante mais fixo. Agora, há expectativa para vê-lo em uma função de meia mais solto, explorando seu potencial de chegada à área e passes entrelinhas — algo que Ancelotti destacou com todas as letras. “Ele entende o jogo de forma inteligente, sabe o momento de acelerar e quando pausar. Isso é raro”, completou o treinador, que teve contato com Gerson ainda na Europa, quando o camisa 8 defendia a Roma.
Camisa 10 rubro-negro diz que tem planos definidos para sua carreira após o torneio global realizado pela FIFA em junho nos EUA
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A entrevista foi publicada no canal do Baixinho no YouTube e trouxe declarações sinceras do camisa 10, que é frequentemente apontado como um dos estrangeiros mais importantes a vestir a camisa do clube. Em tom direto, Arrascaeta explicou que a Europa fez parte de um sonho antigo, mas que hoje esse desejo já não pulsa da mesma forma.
Arrascaeta sobre sair do Flamengo: "A Europa era um sonho que eu tinha mais vigente quando eu era mais novo"
Apesar de não ter feito carreira no Velho Continente, o meia construiu no Brasil uma trajetória de respeito. Desde que chegou ao Flamengo, em 2019, vindo do Cruzeiro, acumula títulos importantes e uma relação profunda com a torcida. Com a camisa rubro-negra, Arrascaeta já conquistou duas Libertadores, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil e várias taças regionais, além de protagonizar momentos decisivos.
A identificação com o clube é tamanha que ele é um dos jogadores mais aplaudidos no Maracanã a cada escalação. Além disso, o jogador deixou claro que a escolha de permanecer no futebol brasileiro é também motivada pelo ambiente competitivo e pelas oportunidades de disputar grandes títulos com frequência.
O Flamengo, nesse sentido, oferece exatamente isso. "A Europa era um sonho que eu tinha mais vigente quando eu era mais novo. Hoje em dia, eu sei que com a minha idade é muito difícil que um grande clube vá vir me buscar". A fala vem num momento em que jogadores sul-americanos ainda veem o futebol europeu como destino final.
A opção de Arrascaeta por permanecer no Brasil, especialmente num clube com a estrutura e projeção internacional do Flamengo, sinaliza também uma mudança de mentalidade entre os grandes nomes do continente. A entrevista também teve um tom de gratidão. O camisa 10 reconheceu que atingiu um patamar de relevância no futebol atuando no Brasil e que isso foi decisivo para sua carreira na seleção uruguaia, da qual é peça importante há anos.