
Futebol
|
O Flamengo entra em campo nesta quarta-feira (28), às 21h30 (de Brasília), no Maracanã, com uma missão clara: vencer o Deportivo Táchira e carimbar de vez sua classificação para as oitavas de final da Libertadores. A equipe comandada por Filipe Luís não quer depender de ninguém e busca terminar a fase de grupos na liderança, caso o Central Córdoba tropece na altitude de Quito diante da LDU.
O cenário é favorável. Com 81,1% de chances de avançar às oitavas, segundo projeção do Departamento de Matemática da UFMG, o Rubro-Negro precisa fazer o que se espera dele diante do lanterna da chave — o Táchira chega ao Rio sem somar pontos na competição e já eliminado. Além da classificação, o Fla também mira o primeiro lugar do Grupo C. Para isso, precisa fazer sua parte e torcer por um resultado paralelo. Uma vitória simples pode ser suficiente, dependendo do saldo de gols, para ultrapassar o Central Córdoba, que lidera com vantagem mínima.
Mesmo sem a mesma consistência de temporadas anteriores, o time carioca chega à rodada final embalado pela força do elenco e o apoio da torcida. O fator Maracanã pesa — e a expectativa é de casa cheia para empurrar o grupo em mais um momento decisivo. A confiança no desempenho rubro-negro não é gratuita. Segundo a Bola de Cristal da UFMG, o time brasileiro tem 60,1% de chances de vencer os venezuelanos. O empate aparece com 21,4%, e uma improvável vitória do Táchira aparece com apenas 18,5%.
Na última rodada, o Fla arrancou empate fora de casa contra a LDU e manteve-se vivo na briga pela classificação. Agora, atuando diante do seu torcedor, a expectativa é de imposição desde os primeiros minutos.Para o duelo, Filipe Luís contará com força máxima, salvo eventuais desfalques de última hora. A ideia da comissão técnica é manter a estrutura da equipe titular, respeitar o adversário, mas também imprimir intensidade desde o início para resolver a partida o quanto antes.
Se a vaga for confirmada, será mais um passo importante para um elenco que passou por reformulação recente e tenta mostrar evolução sob o comando do novo treinador. A Libertadores é tratada como prioridade no calendário da temporada. Nos bastidores, o clube tem monitorado os possíveis adversários para o mata-mata e entende que garantir a liderança pode fazer diferença no chaveamento. O pensamento, porém, é de foco total no jogo desta quarta.
Lateral uruguaio relatou tensão nos bastidores da última rodada da fase de grupos e revelou que soube do placar da LDU ainda no vestiário
|
O Flamengo venceu, se classificou, mas não escapou do drama. A última rodada do Grupo F da Libertadores foi tensa, com os três primeiros colocados podendo avançar e qualquer tropeço significando eliminação. Diante disso, Varela, titular na lateral-direita e um dos mais regulares do time no torneio, abriu o jogo sobre o clima no vestiário e a tensão que tomou conta do elenco.
— Fiquei sabendo do resultado no intervalo, quando disseram que estava 2 a 0 para a LDU. A Libertadores é assim mesmo, às vezes em alguns momentos do jogo você vai estar classificado e em outros eliminados. Mas sabíamos que só dependíamos de nós. Ganhando o jogo, passaríamos de fase — disse Varela, ainda na zona mista do Maracanã, com o semblante aliviado.
A fala do uruguaio ajuda a dimensionar o nível de pressão vivido pelo Flamengo na noite da última quarta-feira. Antes do gol salvador de Léo Pereira, o Rubro-Negro estava sendo eliminado pela combinação de resultados. A LDU, que começou a rodada fora da zona de classificação, venceu o Central Córdoba por 2 a 0 e inverteu a situação do grupo.
No fim das contas, o Flamengo terminou na segunda posição do Grupo F, com os mesmos 11 pontos da LDU e do Central Córdoba. O desempate foi decidido no saldo de gols: os equatorianos levaram a melhor com +4, seguidos pelo Flamengo com +3. Os argentinos, que começaram a rodada na liderança, acabaram em terceiro, com saldo zerado. O Táchira já havia chegado eliminado e se despediu com seis derrotas em seis jogos.
Mesmo com toda a pressão, Varela foi um dos destaques discretos do time. Seguro na marcação, com boa saída de bola e cobertura eficiente, ele deu conta do recado enquanto o time buscava o gol necessário para se classificar. — A gente sabia que era uma questão de tempo. Estávamos criando, pressionando, e o gol sairia. Não tinha muito segredo: ou a gente vencia, ou ficava fora. Isso é a Libertadores — completou o uruguaio.
O Los Angeles FC joga neste sábado (31), contra o America (MEX) para definir quem ser juntará a Flamengo, Chelsea e Esperánce, da Tunísia, no grupo D do Mundial
|
O Los Angeles FC joga neste sábado (31), contra o America (MEX) para definir quem ser juntará a Flamengo, Chelsea e Esperánce, da Tunísia, no grupo D do Mundial de Clubes. O goleiro Hugo Lloris e o atacante Olivier Giroud, campeões da Copa do Mundo pela seleção francesa em 2018, defendem o time norte-americano e falaram para o LAFC sobre a expectativa de uma possível vaga no torneio.
— Quando assinei com o LAFC, não esperava ter esse tipo de oportunidade — falou Llorris, mostrando certa surpresa em poder estar no Mundial.
— Pode ser uma grande oportunidade para os jogadores, para o clube e para os torcedores participarem de uma das novas e emocionantes competições, o Mundial de Clubes"... E vai ser interessante enfrentar um dos melhores clubes mexicanos... Será um desafio para nós, mas, ao mesmo tempo, é isso que se busca no futebol: enfrentar os melhores, vencer jogos importantes, e este será grandioso, disse Lloris.
Giroud também falou sobre a importância de entrar focado na partida: — Precisamos nos esforçar "110%" e jogar com bom ritmo e forte intensidade [para vencer]. Além disso, falou também sobre reencontrar o Chelsea, seu ex-clube:
— Seria ótimo reencontrar o Chelsea, mas, obviamente, será um jogo importante no fim de semana contra o América — falou o atacante que ficou no time inglês de 2018 até 2021.
Ex-volante rubro-negro se mistura à torcida no Setor Norte, canta com os organizados e reafirma amor pelo clube que o revelou
|
A quarta-feira à noite no Maracanã foi marcada não só pela atuação do Flamengo em campo, mas também pela presença vibrante de um velho conhecido: João Gomes. O volante, hoje no Wolverhampton, da Inglaterra, fez questão de estar no meio da galera do Setor Norte, onde a batida do surdo ecoa mais forte e a paixão se transforma em combustão coletiva.
Nada de camarote, zona mista ou espaço VIP. João escolheu o cimento, o concreto, a alma da arquibancada. Ao lado da Raça Rubro-Negra, ele cantou, pulou e ergueu o Manto Sagrado no ar. Um momento raro para um atleta em atividade no exterior, e mais ainda para quem já tem nome na história do clube.
O vídeo divulgado pelo Flamengo nas redes sociais um dia após o jogo captou a essência do reencontro: João de boné da torcida, suado, sorridente e completamente entregue ao sentimento. Em dado momento, ele tira a camisa e a gira acima da cabeça, como um símbolo da paixão que nunca esfriou.
A identificação de João com o Flamengo é antiga. Cria da base, virou peça-chave em 2022, ano em que ajudou a conduzir o time à conquista da Libertadores. Não à toa, é chamado por muitos como “Pitbull da América”. E, ao que tudo indica, essa conexão não se perdeu com a ida à Premier League.
Enquanto Vini Jr, outro flamenguista ilustre, assistia à partida em um camarote reservado, João preferiu a imersão total. E a escolha não passou despercebida pelos torcedores. A arquibancada vibrou não só com o jogo, mas com a presença inesperada do ídolo. "Nosso cria. Nosso amor. Isso que é vida, meu Flamengo. Te amo e confio em ti, sempre", escreveu um torcedor no post do Flamengo. Outro foi direto: “Fez o que Gabigol não teve coragem de fazer”. Já Marisa, com bom humor, brincou: “Dizem que ele está lá na arquibancada até agora cantando 😂”.