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O acordo fechado com a Libra e a Globo pelos direitos de TV do Brasileirão tomou holofotes no início de temporada do Flamengo pelas divergências entre os antigos e os atuais gestores do clube. Saiu a diretoria de Rodolfo Landim, que deixou como legado um contrato criticado por Luiz Eduardo Baptista, o Bap, opositor que venceu a eleição para presidente do clube.
Os motivos são financeiro, político e de visão de negócio. Vão do valor total arrecadado, que pode diminuir em milhões, até articulações na briga de poder nos bastidores e o futuro do mercado de mídia. Às vésperas do início da edição 2025 do Campeonato Brasileiro, que marcará o novo acordo.
Desde a campanha, a nova diretoria de Bap aponta o possível prejuízo financeiro do Flamengo com os direitos de TV do Brasileirão. O atual presidente foi crítico fervoroso do acordo feito pela Libra — apesar de ter aprovado o contrato, quando conselheiro — e tentou rever a papelada com os parceiros da liga.
Flamengo destaca prejuízo financeiro
Em fevereiro, no primeiro encontro de dirigentes da Libra após a nova gestão rubro-negra, o presidente deu esta missão a Marcelo Campos Pinto, executivo que
atuou no mercado de mídia do outro lado do balcão, com anos de Grupo Globo. O representante, no entanto, não conseguiu emplacar a discussão com os dirigentes de outros clubes e passou a atuar com objetivo de aprimorar o acordo atual de forma coletiva. Pessoas presentes da reunião que foram ouvidas pela reportagem garantem que o clima foi cordial.
Mesmo assim, os dirigentes dos demais clubes da Libra estão cientes e preparados para a insatisfação do Flamengo com a divisão dos direitos de TV do Brasileirão. Afinal, o clube carioca "perdeu" quase R$ 70 milhões de um contrato para outro, segundo projeções, devido ao fim do repasse mínimo garantido de pay-per-view. O novo acordo, além da cota fixa, prevê bonificações por desempenho e audiência.
Briga política de duas versões nos bastidores
As pancadas são defendidas pela antiga direção do Flamengo. O presidente Rodolfo Landim e o vice-presidente Gustavo Oliveira eram dois que comandavam a relação com Libra e Globo antes da eleição de dezembro passado. A gestão anterior não vê o acordo como ideal, mas aponta a lei do mandante (que deu direitos comerciais aos clubes apenas sobre jogos com mando de campo) e a necessidade de unidade com os outros clubes como argumentos favoráveis para aceitar os valores e "fazer o bolo crescer" no médio ou longo prazo.
Já a diretoria atual bate no fato de o Flamengo ter sido o "único a perder dinheiro" na negociação. Com experiência no mercado de mídia (foi CEO da Sky), Bap se ressentiu de não ter sido incluído nas negociações. O atual presidente acredita que poderia ter contribuído com um modelo de negócio mais ousado e lucrativo, mas é criticado por opositores por, em tese, querer que o Flamengo "ande sozinho".
Quando conselheiro, em 2024, o atual presidente foi opositor ferrenho do acordo, mas votou a favor quando o contrato foi para a aprovação do Conselho Deliberativo do Flamengo. O voto e a postura moderada no discurso confundiram adversários e até aliados que não são do núcleo íntimo do dirigente. À época, Bap foi enigmático: "É uma estratégia". A discussão voltou à pauta na última semana, na prestação de contas da atual gestão a conselheiros.
Direitos internacionais são laboratório?
Toda essa insatisfação vira argumento para justificar a atitude do Flamengo de ser lobo solitário na venda dos direitos internacionais de TV do Brasileirão. Do outro lado, os outros 39 clubes das séries A e B acertaram para ir ao mercado em grupo. A decisão ainda não foi anunciada, mas está alinhada nos bastidores.
Para tentar tirar o sonho do papel, a nova gestão Bap lançou a Flamengo TV, com o objetivo de ser um canhão midiático. O clube contratou comunicadores renomados e prometeu uma grade de programação para os torcedores. A intenção é apresentar ao mercado um produto que vá além dos 19 jogos que o clube têm à disposição para vender. O presidente falou sobre o assunto publicamente nas últimas semanas.
— O mundo está mudando muito rapidamente. Eu venho do mercado de mídia e entendo que isso é uma coisa natural. Tem contratos que estão vigentes, mas, à medida que esses contratos vão mudando, isso vai ser alterado. A razão da gente querer manter os direitos internacionais e de betting, para vender separadamente, tem tudo a ver com a nova Flamengo TV — explicou Bap.
Ex-dirigente do Mais Querido destaca trabalho de Filipe Luís e elogia reconstrução iniciada em sua gestão, que visava competições internacionais
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Após presenças em 2019 e 2022, o Flamengo se prepara para disputar uma edição inédita do Mundial de Clubes da FIFA, que será realizada nos Estados Unidos. O torneio reúne clubes campeões continentais em novo formato, e a expectativa é alta entre torcedores e dirigentes. Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do clube, falou sobre o momento da equipe e relembrou o legado de sua gestão, que priorizou a reestruturação financeira e ética do Mais Querido.
Bandeira de Mello elogia Filipe Luís no Flamengo: "Fazendo um trabalho excelente"
Em entrevista ao jornal Lance!, o ex-dirigente mostrou entusiasmo com a participação do clube na competição e rasgou elogios ao técnico Filipe Luís, destacando seu potencial como treinador. “Ele está fazendo um trabalho excelente. Caminha para ser um dos grandes treinadores do futebol ao nível internacional”, afirmou. Bandeira também relembrou o contexto crítico em que assumiu o Rubro-Negro, ressaltando o foco na responsabilidade e reconstrução institucional.
A delegação rubro-negra embarca na noite de quarta-feira (11), às 23h, com destino aos Estados Unidos. A chegada está prevista para 7h35 (horário local), em Atlantic, Nova Jersey, onde o clube fará a aclimatação final para a estreia no torneio. O Mengão terá poucos dias para adaptação antes do primeiro confronto, marcado para 16 de junho, contra o Espérance, da Tunísia, às 22h (de Brasília).
Além do duelo inicial com o Espérance, o Mais Querido terá pela frente o Chelsea, da Inglaterra, no dia 19, às 15h (horário de Brasília). O último compromisso da fase de grupos será diante do Los Angeles FC, no dia 22, às 22h. Os dois melhores colocados do grupo seguem para as oitavas de final do torneio. A competição promete confrontos de alto nível técnico e atenção global ao desempenho dos clubes sul-americanos.
Segundo Bandeira de Mello, o trabalho iniciado em 2013 foi voltado para devolver ao clube a condição de protagonista em torneios internacionais. “Fazer um trabalho de base, com foco no longo prazo. O clube vivia uma situação catastrófica. Estávamos preocupados não só com o passivo financeiro, mas com o ético e moral”, destacou. A mudança estrutural serviu de base para conquistas posteriores e para a atual participação no torneio da FIFA.
Meia paraguaio agrada à comissão técnica de Filipe Luís, e pode voltar ao radar rubro-negro caso não receba propostas satisfatórias da Europa, afirma jornalista
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A negociação para a saída de Gerson para o Zenit, da Rússia, está em estágio avançado. A expectativa da diretoria é que a transferência seja confirmada após o Super Mundial de Clubes, nos Estados Unidos. Diante disso, o Flamengo já iniciou o mapeamento de possíveis substitutos para o camisa 8.
Um dos nomes observados com atenção é o de Julio Enciso, de 20 anos, destaque da nova geração do futebol paraguaio. Atualmente com vínculo com o Brighton, da Inglaterra, o jogador esteve emprestado ao Ipswich Town na temporada passada. Ele retorna ao clube de origem agora em julho.
De acordo com o jornalista Fabrício Lopes, Enciso já foi procurado pelo Flamengo, mas recusou a investida inicial para atuar no Mundial de Clubes. A decisão teve como base a preferência do atleta e seu estafe por permanecer no futebol europeu. Apesar disso, o meia não descartou completamente um acerto com o time carioca.
A sinalização positiva sobre o projeto esportivo do Flamengo deixou a diretoria esperançosa. Enciso teria se mostrado receptivo a um possível retorno da conversa após a janela de transferências do verão europeu. “O garoto prefere continuar mais um tempo na Europa. Para a janela especial, o estafe de Julio Enciso fechou as portas para o Flamengo e eles vão esperar a abertura da janela de transferências do verão europeu”, afirmou Fabrício Lopes. “Se não aparecer nada da Europa que o interesse, ele vai voltar a conversar com o Flamengo”, completou.
O técnico Filipe Luís aprova o nome do paraguaio. A avaliação interna no Ninho do Urubu é de que Enciso se encaixa bem no estilo de jogo idealizado para a temporada e pode contribuir tanto na criação quanto na recomposição no meio de campo. A versatilidade é um ponto forte, e o atleta também é capaz de atuar mais adiantado, como segundo atacante.
Diretor-executivo do clube paraense busca reforçar a defesa com atleta, afastado no Rio, mas atleta ainda não deu aval para a transferência
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Ex-vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz assumiu a diretoria-executiva do Remo neste ano de 2025. Mesmo alvo de críticas de parte da torcida durante sua trajetória no clube carioca, Braz construiu um histórico de conquistas relevantes no comando do futebol rubro-negro. Agora, no futebol paraense, tenta reforçar o elenco azulino para a disputa da Série B.
Após tentativa frustrada de contratar o atacante Carlinhos, que recusou a mudança para Belém, o dirigente voltou a mirar o Mais Querido. O alvo da vez é o zagueiro Pablo, de 33 anos, que está fora dos planos da comissão técnica liderada por Filipe Luís e atualmente treina separado do elenco principal no Ninho do Urubu.
Segundo o portal RTI Esportes, o Mengão já deu aval para emprestar Pablo ao Remo, demonstrando interesse em viabilizar o negócio. O clube carioca inclusive se comprometeu a custear parte dos salários do zagueiro, que gira em torno de R$ 600 mil mensais. A decisão visa reduzir o prejuízo causado pela ociosidade do atleta, que atua apenas em treinos específicos.
Apesar do sinal verde da diretoria flamenguista, ainda não houve resposta positiva do jogador. Pablo, que tem contrato com o clube até dezembro deste ano, parece não ter urgência em buscar uma nova equipe, o que dificulta o andamento das tratativas com o time nortista.
No primeiro semestre deste ano, Pablo foi acionado apenas em quatro partidas sob o comando de Filipe Luís. A baixa utilização fez com que o defensor passasse a treinar separado do restante do elenco, o que indica que não há mais espaço para ele na rotação do técnico. A ida ao Remo representaria a chance de retomar a sequência de jogos, além de contribuir com a campanha da equipe na Série B.