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O Flamengo passa por um momento de redefinição interna e externa, e um dos personagens centrais nessa transformação é Filipe Luís. Desde sua chegada, o lateral-esquerdo tem sido peça-chave não apenas no esquema tático do time, mas também no ambiente extracampo. Sua capacidade de liderança e experiência internacional trouxeram um novo tom ao clube, que se reflete em diversos aspectos. Contudo, um impacto menos visível, mas igualmente relevante, pode estar relacionado ao futuro de Gabriel Barbosa, o Gabigol.
No que diz respeito à renovação do atacante, as conversas são complexas e envolvem diferentes membros da cúpula rubro-negra. Marcos Braz e Bruno Spindel, diretores influentes e historicamente próximos de Gabigol, são defensores claros de uma continuidade duradoura do jogador no Flamengo. Desde o início das tratativas, os dois executivos trabalharam para viabilizar um acordo que satisfizesse ambas as partes, propondo um novo vínculo que se estendesse por mais cinco temporadas. Esse projeto, porém, esbarrou em um obstáculo significativo: o presidente Rodolfo Landim.
GABIGOL PODE TER REVIRAVOLTA
Em outubro de 2023, Landim interveio no processo e congelou a assinatura do contrato, expressando reservas quanto aos termos propostos. Para o presidente, havia dúvidas sobre o impacto financeiro a longo prazo e o alinhamento da renovação com a política interna do clube. Apesar das divergências, Landim manteve as portas abertas para novas negociações. Em conversas reservadas, o mandatário tem deixado claro que, embora inicialmente tenha bloqueado o acordo, ele não é contrário a uma extensão do vínculo de Gabigol, desde que haja ajustes nos pontos que considera cruciais.
FLAMENGO TEM TREINADOR COMO MEMBRO PRINCIPAL
A presença de Filipe Luís no Flamengo, além de transformar o estilo de jogo da equipe dentro das quatro linhas, gerou uma nova dinâmica no relacionamento entre os jogadores e a comissão técnica. O lateral, conhecido por sua visão tática e inteligência em campo, tornou-se um elo importante entre diferentes gerações de atletas. Sua postura influenciou, inclusive, nomes como Gabigol, que se mostrou mais engajado e comprometido após a chegada do veterano.
Essa mudança de comportamento não passou despercebida. Segundo fontes internas do clube, o impacto de Filipe Luís no vestiário é um dos fatores que têm sido considerados na discussão sobre a renovação de Gabigol. Para Marcos Braz e Bruno Spindel, a influência positiva de Filipe Luís fortalece o argumento de que manter Gabigol por um período mais longo pode trazer retornos técnicos e de liderança que compensam o investimento.
Mengão é um defensor da diminuição de datas do estadual e mandou projeto para a federação, que vai promover discussão sobre novidades
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A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) se reúne nesta quarta-feira (11) com os principais clubes do estado para definir mudanças importantes no Campeonato Carioca. Entre os pontos centrais do encontro está a reformulação do formato da competição, que deve ser reduzido para apenas dez datas — número bem inferior às atuais 15 partidas disputadas por equipes que chegam às fases finais.
Além da mudança no formato, a expectativa é de que a FERJ defina a tabela do Campeonato Carioca de 2026 ainda nesta quarta. A entidade já possui um modelo preferido, mas pretende ouvir os clubes antes de oficializar qualquer decisão. Atual bicampeão estadual, o Flamengo foi o principal articulador do movimento pela redução do calendário.
A iniciativa para um novo modelo partiu do próprio Flamengo, que apresentou à FERJ, em abril, uma proposta de reestruturação do calendário do Estadual. O projeto rubro-negro previa a diminuição de 15 para dez datas — exatamente o que está em discussão na reunião atual. Em encontros anteriores, os clubes também já haviam esboçado um novo formato para a edição de 2026.
A proposta em análise prevê que os 12 clubes sejam divididos em dois grupos de seis. Diferente do formato atual em que todos os times se enfrentam em sistema de pontos corridos, nesta nova configuração, os times do grupo A jogariam contra os do grupo B.
Os quatro primeiros colocados de cada grupo avançariam às quartas de final, que seriam disputadas em jogo único. As semifinais ocorreriam em partidas de ida e volta, enquanto a grande decisão seria realizada em jogo único.
A iniciativa da FERJ também responde a uma exigência da Confederação Brasileira de Futebol. Durante sua posse, o novo presidente da CBF, Samir Xaud, anunciou que os Estaduais devem ser limitados a no máximo 11 datas a partir de 2026. Para se adaptar, a FERJ decidiu ir além e buscar um formato ainda mais enxuto, com apenas dez jogos, considerando o calendário apertado das próximas temporadas.
A Fifa decidiu flexibilizar o pagamento e o fez no próprio país-sede de cada time. Ou seja, os quatro clubes receberam o dinheiro em suas contas no Brasil
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Os clubes brasileiros já receberam da Fifa boa parte da verba por participação do Mundial de clubes antes de seu início. Na semana passada, Palmeiras, Flamengo e Botafogo receberam um valor de R$ 65,8 milhões. Esse montante dá em torno de US$ 12 milhões. Não foi possível confirmar se o Fluminense também já teve o repasse, mas é provável que isso tenha ocorrido.
No total, a previsão é de a Fifa pagar US$ 15,2 milhões para cada um dos quatro clubes brasileiros como mínimo. Além disso, haverá verbas por vitórias, empates e classificações de fases. Inicialmente, esse dinheiro seria pago nos EUA para os clubes. Isso iria gerar um imposto de até 30%. Houve reclamação das agremiações nacionais e de outros países.
Com isso, a Fifa mudou de ideia e decidiu flexibilizar o pagamento e o fez no próprio país-sede de cada time. Ou seja, os quatro clubes receberam o dinheiro em suas contas aqui mesmo no Brasil. Com isso, o imposto acabou sendo bem menor.
O Mundial começa a ser disputado no sábado, sendo as duas primeiras partidas de brasileiros no domingo. Entre os times brasileiros, Palmeiras, Fluminense e Botafogo já foram para os EUA. O Flamengo viaja nesta quarta-feira.
Inscrição de jogadores para o torneio da Fifa se encerra com apenas um reforço confirmado, meia colombiano ainda está nos planos do clube para a sequência
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Com as listas de inscritos fechadas, o Flamengo optou por manter a cautela no mercado. A única movimentação efetivada foi a chegada de Jorginho, volante ítalo-brasileiro de 32 anos, apresentado no início do mês e já integrado ao elenco nos Estados Unidos. A decisão de inscrever apenas Jorginho não indica falta de ambição, mas sim um cálculo estratégico.
Internamente, a avaliação foi de que outros reforços em negociação, como o colombiano Jorge Carrascal, não precisavam ser fechados às pressas apenas para constarem no Mundial. O meia-atacante do Dínamo de Moscou é visto como um alvo importante, mas as tratativas ainda não avançaram ao ponto de um desfecho.
O principal entrave está nos valores. Enquanto os russos pedem 15 milhões de euros (aproximadamente R$ 95,1 milhões), o Flamengo ofereceu uma proposta inicial de 10 milhões de euros fixos (R$ 63,4 milhões), com possibilidade de mais 2 milhões de euros (R$ 12,6 milhões) em bônus por metas.
No Ninho do Urubu, há o entendimento de que o Dínamo inflacionou a pedida aproveitando o contexto do Mundial. A diretoria rubro-negra optou, então, por não entrar em leilão e manter a serenidade para tentar baixar a pedida após o torneio. Mesmo sem a urgência da inscrição, Carrascal continua nos planos para o restante da temporada.
O clube acredita que, com a janela europeia se aproximando do fim e o calendário russo influenciado por variáveis externas, o cenário pode se tornar mais favorável nas próximas semanas. A próxima oportunidade para o Flamengo registrar reforços será a janela de meio de ano, que abre no dia 10 de julho e vai até 2 de setembro.