Não perdoaram! Tite e diretoria do Flamengo são hostilizados por torcedores no Maracanã

Em um jogo tenso no Maracanã, marcado pela insatisfação da torcida, o Flamengo conseguiu uma vitória importante contra o Athletico-PR nos minutos finais. O gol de Gerson, aos 44 minutos do segundo tempo, trouxe um respiro ao técnico Tite, que vinha sendo duramente criticado ao longo da partida.

O lance decisivo começou com uma bela troca de passes entre Arrascaeta, De La Cruz e Wesley, que encontrou Gerson livre para cabecear e abrir o placar.  A torcida, que protestava intensamente com gritos de “time sem vergonha”, explodiu em comemoração após o gol.

Até aquele momento, a pressão sobre o técnico e o elenco rubro-negro havia atingido um ponto crítico, especialmente quando a equipe enfrentava dificuldades para controlar o jogo e criar chances claras. Mesmo com a vitória, a torcida que marcou presença não curtiu a vitória e protestou ao fim do jogo: "Tem que ter disposição".

Durante o jogo a torcida protestou o tempo todo contra o Tite, Landim e Marcos Braz. No Maracanã foram mais de 28 mil pessoas presente, o pior da temporada até aqui. 

Com a vitória suada, o Flamengo segue na 4ª colocação do Campeonato Brasileiro, somando 45 pontos. Embora o resultado tenha aliviado momentaneamente a pressão sobre Tite, o CRF ainda enfrenta uma sequência de jogos desafiadora e precisa encontrar mais consistência para manter-se competitivo e brigar pelos primeiros lugares na tabela.

Na noite deste domingo (29), o Flamengo encarou o Athletico-PR e passou mais uma partida sem marcar gols. O Rubro-Negro até conseguiu criar jogadas, mas o ataque não conseguiu ser efetivo. Desse modo, o Mais Querido caiu para a quinta colocação, com apenas 45 pontos conquistados em 28 rodadas. RESUMO DA PARTIDA

A partida entre Flamengo e Athletico-PR começou com o Mais Querido dominando. Isso porque, logo nos primeiros minutos, o Rubro-Negro conseguiu lançar a bola na área adversária através de escanteios e Léo Ortiz quase conseguiu abrir o placar após um rebote dado pelo goleiro Mycael.

A equipe paranaense também teve seus momentos de domínio e obrigou Rossi a fazer uma grande defesa após Zapelli bater uma falta fechada. Os destaques negativos do primeiro tempo foram David Luiz, que sofreu com Cannobio e Gabigol, que não aproveitou as chances que teve para abrir o marcador e levou cartão amarelo após desavenças com Gamarra. Aos 42', Gerson arrisca de fora da área, mas o goleiro adversário consegue defender.

Já na volta do segundo tempo, o confronto foi o mesmo que na primeira etapa, mas o Athetico-PR aproveitou uma chance e Pablo conseguiu fazer uma boa jogada, chegando na área do Mais Querido. No entanto, o jogador estava impedido.

Assim, Tite resolveu fazer mudanças na equipe e alterou a lateral esquerda com Alex Sandro, a zaga com Léo Pereira, o ataque com Bruno Henrique e o meio campo com De La Cruz e Arrascaeta. Porém, o time só soube circular a bola na entrada da área, mas não conseguia finalizar. Aos 32', Gabigol criou uma jogada com Alex Sandro, mas apesar do lateral conseguir fazer o cruzamento sair na medida, o atacante perdeu.

Durante a partida e ao longo dos minutos finais a torcida rubro-negra não perdoou a equipe e protestou fortemente. Os maiores alvos foram o técnico Tite e a diretoria. No entanto, aos 44', Wesley deu um belo cruzamento na cabeça de Gerson, que colocou no fundo das redes para dar a vitória ao Mais Querido.

Tal qual no ano passado, o Flamengo caminha para repetir uma temporada de frustração e ausência de títulos relevantes, fruto de desajustes na estratégias tomadas dentro de campo e fora dele. A queda nas quartas de final da Libertadores, ontem, diante do Peñarol (Uruguai), colocou novamente em evidência o trabalho ruim de Tite e sua comissão técnica. Tudo chancelado pelos desastrosos erros de rota conduzidos pela diretoria de Rodolfo Landim, Marcos Braz e companhia, em meio a um tumultuado calendário de jogos e quantidade incomum de lesões no elenco.

Cada vez mais perto de nova estaca zero na posição de técnico, já que não há indícios de que Tite terá contrato renovado, o rubro-negro pode fechar 2024 apenas com o título do Campeonato Carioca, algo irrisório para as expectativas geradas por um dos elencos mais poderosos da América do Sul. A partir de agora, o GLOBO explica porque esta temporada se transformou em um desastre.

No cenário de treinadores brasileiros, Tite ainda se apresenta como o melhor nome, e é acompanhado por uma comissão vasta e bem dividida entre pessoas competentes. Porém, que não encaixou no Flamengo. O trabalho iniciado em outubro de 2023 tinha a missão de organizar o elenco e garantir a vaga na Libertadores. Para este ano, a ideia era evoluir o futebol rubro-negro e tornar natural as conquistas nacionais e internacionais. Ao mesmo tempo, a passagem de seis anos do gaúcho pela seleção mudou seu perfil de futebol.

Antes propositor de futebol mais agressivo, vide o Corinthians, Tite busca mais um jogo posicional nos dias atuais. Novamente, o elenco do Flamengo não se mostrou o mais adepto a isso. Desde a temporada inesquecível de 2019, os pilares dessa equipe, como Arrascaeta, Gerson, Bruno Henrique e até Gabigol, funcionam em um esquema com mais mobilidade. Distante desta característica, prevalece a esterilidade ofensiva, além da fragilidade defensiva nunca solucionada.

Em um calendário que pode beirar os 70 ou 80 jogos no Brasil, os times que se propõem a ir longe em todas as competições são ironicamente punidos com o desgaste de seus jogadores. Mas esta é uma realidade longe de solução, exigindo uma escolha de prioridades, e o Flamengo optou por "abraçar o mundo". Após não vencer nada em 2023, quis começar a nova temporada com todas as forças, e conquistou o Carioca de maneira absoluta.

A competição menos exigente do ano, porém, passou impressões errôneas. Enquanto isso, o clube minou sua campanha na fase de grupos da Libertadores, passando no segundo lugar e precisando sempre decidir fora de casa no mata-mata. Já em meio ao Brasileiro, do qual que o clube é quarto colocado, 11 pontos atrás do líder Botafogo, prefere-se poupar para focar nas competições eliminatórias, política que se apresenta desde 2021 e teve sucesso apenas na temporada seguinte. Agora, resta virtualmente apenas a Copa do Brasil — semifinal contra o Corinthians.

Esta temporada ainda trouxe um desafio extra: a Copa América, que tirou cinco jogadores (Arrascaeta, De La Cruz, Viña, Varela e Pulgar) do Flamengo de vários compromissos do meio do ano, pois a CBF não parou seu calendário em meio à disputa. Apesar de a equipe ter apresentado bom desempenho no período, a parte física foi levada ao extremo, com os jogadores remanescentes precisando fazer esforços extras. Para fechar, os convocados voltaram, mas também em situação frágil e o time se "esfarelou".

O fator imponderável também ajuda a explicar uma temporada que segue o roteiro do fracasso. O principal deles: perder Pedro, o artilheiro disparado da equipe, pelo restante do ano, por conta de uma lesão grave no joelho em um treino da seleção brasileira. Nomes importantes, como Everton Cebolinha e Matías Viña, também se machucarem de maneira definitiva. As lesões no rubro-negro aparecem em demasia em 2024.

Cabe pontuar que a enxurrada de problemas musculares recorrentes também se dá pela inabilidade do Flamengo em escolher suas prioridades. Se todos os atletas jogam em todas as frentes, a conta chega em algum momento. Em abril, o blog do Diogo Dantas informou que o rodízio de Tite no Flamengo se preocupava mais com performance do que com lesões. No final das contas, tantos problemas físicos inviabilizam a manutenção de um padrão de jogo à altura as expectativas.

Correr atrás do prejuízo apenas quando ele já se apresenta é um dos erros mais graves da diretoria rubro-negra. Dinheiro não falta para o clube com maior faturamento da América do Sul, que fez do argentino Carlos Alcaraz sua maior contratação em todos os tempos. O pacotão do meio do ano ainda teve Michael (lesionado), Alex Sandro e Gonzalo Plata, mas trazê-los em cima da hora ainda surte pouco efeito e escancarou a falta de planejamento, enquanto os adversários fizeram isso de maneira organizada. Ontem, Alcaraz sequer pisou em campo no Uruguai.