Recheado de reservas, Flamengo joga mal e perde para o São Paulo no Morumbis

O estilo de jogo de Filipe Luís no comando do Flamengo já está bem definido: intensidade e marcação pressão desde a saída de bola adversária. No entanto, a convicção do treinador tem gerado críticas. Para o jornalista Bernardo Ramos, a insistência nessa abordagem revela uma certa teimosia por parte do comandante rubro-negro.

E ele não vai negociar e eu acho um erro dele..."

“O Filipe Luís me parece ter algo inegociável, que é a marcação pressão na saída de bola. E eu tô pensando com a cabeça do Filipe Luís, o que não necessariamente é um pensamento correto. A gente tem que criticar o Filipe Luís, quando ele quando ele erra, né? E ele não vai negociar e eu acho um erro dele, acho que até um pouco de teimosia, a marcação pressão na saída de bola no adversário, ele não vai negociar isso, tá?”, afirmou Bernardo.

Segundo o jornalista, o treinador até poderia adotar, em determinados momentos, uma postura mais conservadora, com o time recuado. No entanto, essa alternativa está fora do seu plano de jogo.

“Ele poderia até fazer um bloco mais baixo, mas não é essa característica dele, ele é um técnico que tem como premissa fundamental a marcação na saída de bola no adversário. A gente pode criticar aqui o Filipe Luís e, aliás, deve, mas ele é um cara coerente com as ideias dele”, completou.

INFLUÊNCIA EUROPEIA E A DIFÍCIL CONVIVÊNCIA ENTRE PEDRO E ARRASCAETA

Para Bernardo, a abordagem de Filipe Luís reflete uma forte influência do modelo europeu, onde pressionar alto é regra, e qualquer técnico que não adota essa estratégia acaba sendo rotulado como defensivo.

“No futebol europeu você tem que marcar pressão na saída de bola do adversário, a não ser que o técnico seja mais um retranqueiro, aquela coisa toda, que o Filipe Luís definitivamente não é, ele não é um retranqueiro, né?”, avaliou.

Nesse contexto, o comentarista também opinou sobre o debate atual envolvendo a utilização de Pedro e Arrascaeta juntos. Ele gostaria de ver a dupla em ação, mas considera improvável diante da atual proposta de jogo.

“Eu gostaria de ver Pedro e Arrascaeta jogando juntos, de verdade, mas nesse momento, diante das ideias do Filipe Luís, eu acho que tá cada vez mais difícil disso acontecer, até que o Pedro entre em forma”, concluiu.

FLAMENGO X BOTAFOGO

O Flamengo encara o Botafogo neste domingo (18), às 18h30 (horário de Brasília), no Maracanã, pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro. A tendência é que, mais uma vez, Filipe Luís opte por escalar apenas um entre Pedro e Arrascaeta no time titular.

O Flamengo volta a campo neste domingo (18), às 18h30 (horário de Brasília), no Maracanã, para enfrentar o Botafogo pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro. Após a vitória por 2 a 0 sobre a LDU, pela Libertadores, o Rubro-Negro chega confiante, mas terá de superar importantes ausências no elenco.

Apesar dos desfalques, o técnico Filipe Luís deve manter a base do time que venceu os equatorianos no meio de semana. A ideia da comissão técnica é evitar mudanças drásticas antes do próximo compromisso pela Copa do Brasil, priorizando a força máxima diante do rival carioca.

PROVÁVEL ESCALAÇÃO DO FLAMENGO

Com os desfalques de Gerson, Allan e Pulgar, Filipe Luís terá de mandar um meio campo alterado para o duelo contra o Botafogo. O provavel time tem: Rossi; Wesley, Léo Ortiz, Léo Pereira (ou Danilo), Alex Sandro; Evertton Araújo, De la Cruz, Arrascaeta; Luiz Araújo, Michael e Bruno Henrique (ou Pedro).

DESFALQUES CONFIRMADOS

O meio-campo será o setor mais afetado. Erick Pulgar e Allan continuam em recuperação de lesões musculares na parte posterior da coxa direita. Já Gerson cumpre suspensão, após ter sido expulso na última rodada do Brasileirão, contra o Bahia.

No setor ofensivo, o Flamengo não terá Gonzalo Plata, que trata um edema ósseo no joelho direito. Já o lateral Matías Viña segue fora, ainda em fase final de recuperação da lesão sofrida no fim da temporada passada.

DE OLHO NA LIDERANÇA

Com 17 pontos, o Flamengo ocupa a vice-liderança do Brasileirão. Para reassumir a ponta da tabela, precisa vencer o clássico e torcer por um tropeço do Palmeiras, que enfrenta o Red Bull Bragantino no mesmo horário.

Lançado na última quinta-feira (15), o documentário Baila, Vini, da Netflix, rapidamente se tornou um dos assuntos mais comentados no futebol europeu. A produção retrata a trajetória de Vinicius Junior, desde a infância em São Gonçalo, passando pelo Flamengo até o estrelato no Real Madrid. Apesar da recepção positiva de muitos fãs, o material também provocou forte reação entre torcedores rivais, especialmente do Barcelona.

Grupos ligados ao clube catalão iniciaram uma campanha nas redes sociais para prejudicar a avaliação do documentário. A mobilização orienta os torcedores a darem nota mínima (1 estrela), com frases como “não é possível dar zero”. Até o início da noite deste sábado (17), a iniciativa surtiu efeito: em um dos sites especializados em críticas de produções audiovisuais, o filme tinha nota 3,0 de um total de 10.

RACISMO EM FESTA DO TÍTULO DO BARCELONA

O nome de Vinicius também apareceu em episódio lamentável durante as comemorações do título espanhol do Barcelona, conquistado na mesma quinta-feira (15). Durante a festa nas ruas, um torcedor vestiu uma camisa do Real Madrid com o nome “Ficticius” e o número zero, numa provocação ao brasileiro. Mais grave ainda: o homem se pintou com tinta preta, caracterizando um ato de “blackface”, considerado racismo.

A prática remete ao século 19, quando artistas brancos se maquiavam com tinta escura para zombar de pessoas negras em espetáculos teatrais. Hoje, é amplamente condenada e classificada como ato racista. Vinicius, vale lembrar, tem sido alvo recorrente de injúrias raciais em estádios espanhóis nos últimos anos, o que amplia o peso simbólico desse episódio.

VALENCIA PODE ACIONAR A NETFLIX NA JUSTIÇA

A polêmica em torno de Baila, Vini não se restringe a torcedores. Segundo o jornal espanhol Marca, o Valencia estuda acionar judicialmente a Netflix. O clube contesta o modo como foi retratado no documentário, especialmente em relação ao episódio de injúria racial sofrida por Vinicius no estádio Mestalla, em maio de 2023.

Na ocasião, Vini foi chamado de “mono” (macaco) por parte da torcida, conforme registrado por imagens e investigações. No entanto, o clube sustenta que as palavras teriam sido “tonto” (tolo) e acusa a Netflix de distorcer os fatos, o que motivaria a possível ação legal.