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Pela primeira vez sob o comando de Carlo Ancelotti, a Seleção Brasileira esteve completa. O técnico italiano dirigiu, nesta terça-feira (4), um treino no CT Joaquim Grava, em São Paulo, e deixou no ar algumas pistas sobre a possível escalação que enfrentará o Equador, nesta quinta-feira, às 20h (de Brasília), em Guayaquil, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Na atividade, o treinador utilizou dois jogadores do Flamengo entre os 11 iniciais.
Entre os jogadores sem colete, que seria a provável escalação titular de Ancelotti, Danilo e Alex Sandro apareceram entre os 11 que podem começar a partida diante do Equador. A atividade, porém, contou com uma peculiaridade na formação da equipe.
A equipe esboçada por Ancelotti foi formada por Vanderson, Danilo, Marquinhos, Alexsandro e Alex Sandro; Casemiro, Andreas Pereira, Andrey Santos, Estêvão; Vini Jr. e Richarlison, o que dá um total de 11 jogadores de linha. Com Raphinha suspenso, o ataque tende a ganhar nova configuração, com apenas dois jogadores na frente — um indício de que o treinador pode abandonar o tradicional trio ofensivo utilizado desde a era Tite.
Caso essa mudança se confirme, será a primeira grande alteração estrutural na Seleção desde 2016. O novo esquema pode reforçar o meio-campo, que contaria com Casemiro, Andreas e Andrey como volantes, além de Estêvão, que tem características ofensivas e pode atuar como meia ou ponta.
Outra possível novidade está na defesa. Com Alex Sandro, Alexsandro e Danilo entre os titulares no treino, há a possibilidade de que um dos três esteja apenas compondo a atividade. Se o lateral do Mengão ficar no banco, Ancelotti pode optar por uma linha com três zagueiros: Danilo, Marquinhos e Alexsandro.
O Flamengo foi a equipe que mais cedeu jogadores à Seleção Brasileira na primeira lista de Carlo Ancelotti. O italiano chamou Alex Sandro, Danilo, Gerson, Léo Ortiz e Wesley. O capitão do Mengão era o único que vinha sendo utilizado como titular por Dorival Jr durante o final de sua passagem pela amarelinha, mas deve ficar no banco.
Atleta ainda não foi liberado pelo departamento médico e tende a ficar fora do primeiro jogo, expectativa é que volte diante do Chelsea na segunda rodada
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A ausência do uruguaio, que não atua desde 18 de maio, deve ser sentida, principalmente pelo encaixe que vinha tendo sob o comando de Filipe Luís. O meia segue entregue à fisioterapia e ainda não foi liberado para atividades com bola. Segundo informações da jornalista Mônica Alves, do Coluna do Fla, o Flamengo trabalha com o cenário de não contar com De La Cruz na estreia.
A tendência é que o camisa 18 seja preservado e só volte a ser relacionado na segunda partida da fase de grupos, contra o Chelsea. “As chances do uruguaio jogar contra o Espérance, na estreia do Mundial, são mínimas”, publicou Mônica em suas redes. O jogador ainda trata um problema no joelho esquerdo e tem retorno previsto apenas para os próximos dias ao gramado.
Desde a lesão, o clube vem adotando cautela no processo de recuperação. A comissão técnica não quer acelerar o retorno e perder o jogador para o restante da competição. A presença contra o Chelsea, adversário mais forte do grupo, é vista como prioridade. Nos treinos abertos à imprensa nos últimos dias, De La Cruz não participou das atividades com o grupo. Ele tem sido acompanhado de perto pelo departamento médico, que monitora qualquer evolução no quadro clínico.
Filipe Luís, que faz sua estreia como técnico do Flamengo em uma grande competição internacional, já testa alternativas no meio. Victor Hugo e Gerson surgem como opções mais naturais para suprir a ausência, com Pulgar e Allan como volantes de base. A expectativa interna é de que o uruguaio consiga iniciar os trabalhos no campo ainda nesta semana, mas, mesmo com essa possibilidade, dificilmente terá tempo suficiente para estar em condição ideal na estreia.
Rubro-Negro vem de duas participações em competições globais nos últimos anos e busca não ser surpreendido em 2025, como foi em 2019 e 2022
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O Flamengo inicia, nesta segunda-feira, sua caminhada na Copa do Mundo de Clubes. A atual geração só não conseguiu o título mundial em campanhas que deixaram aprendizados. Agora, ainda que não como favorito, o Rubro-Negro entra com pés no chão para evitar oba-oba antes da hora.
Além da preparação física e tática, o Fla também se esforça no lado mental. Especialmente para não subestimar adversários como Espérance e Los Angeles FC, equipes que vivem bons momentos, mas são menos conhecidas. A ideia é evitar um salto alto que já apareceu em outros momentos, seja nos últimos Mundiais ou esse ano, na derrota para o Central Córdoba e até na vitória sofrida contra o Deportivo Táchira, ambas pela Libertadores.
Não vamos fugir do nosso DNA- Boto
A comissão técnica de Filipe Luís tem estudado o time Tunisiano de "frente pra trás e vice versa". A ideia é não ser surpreendido logo na estreia e dificultar uma possível classificação para as oitavas de final do torneio mundial. Nesse sentido, até o diretor de futebol do clube, José Boto, falou do adversário da estreia.
"Vocês conhecem mal o Espérance. A nossa equipe técnica e treinador conhece bem. A pergunta é para fazer para o Filipe. É óbvio que há sempre uma adaptação. Mas não vamos fugir muito do nosso DNA de jogo" — disse.
A primeira partida na Copa do Mundo de Clubes é contra o Espérance nesta segunda-feira, às 22h (de Brasília), na Filadélfia. Na segunda rodada, Flamengo e Chelsea fazem o confronto mais esperado da chave, às 15h (de Brasília). O último jogo é contra o Los Angeles FC no dia 24, às 22h (de Brasília). Outros fatores que o elenco tenta administrar são a ansiedade pela estreia e os diferentes estilos de jogo dos adversários pelo caminho.
Diretor de futebol do Mengão lembrou que é necessário manter os pés no chão e falou sobre as prioridades do clube para o ano
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Embora a torcida do Flamengo alimente o sonho do bicampeonato mundial, o diretor técnico José Boto tratou de conter os ânimos. Em entrevista ao jornal O Globo, onde também falou sobre medidas no mercado, o dirigente português foi direto ao afirmar que o clube não pode se enxergar como favorito diante das potências europeias — especialmente considerando o abismo financeiro entre as equipes.
José Boto sobre o Flamengo no Mundial de Clubes: "Não podemos ser fanfarrões, soberbos e até ridículos"
“A prioridade é o Brasileiro e a Libertadores. Não podemos ser fanfarrões, soberbos e até ridículos aos olhos dos europeus quando ouvem esse tipo de coisa, de acharmos que temos obrigação de chegar e ganhar o Mundial” afirmou Boto.
Apesar da cautela, o dirigente reforçou o compromisso do elenco em competir de igual para igual no torneio, deixando claro que o Flamengo irá com força máxima. “Outra coisa é irmos — e vamos — para competir, sabendo da dificuldade de enfrentar equipes europeias, que jogam em um ritmo mais elevado do que aqui. Vamos encarar de frente, passar a fase de grupos e ver o que acontece. Teremos tempo de descanso suficiente, não vamos poupar no Mundial”, completou.
Durante a semana, Boto deu um exemplo prático da diferença de investimento entre os clubes. Segundo ele, o Benfica, de Portugal, conta com três atacantes avaliados em 20 milhões de euros cada (cerca de R$ 128 milhões). No Flamengo, apenas dois jogadores ultrapassaram essa marca: Arrascaeta (R$ 135 milhões) e Pedro (R$ 133 milhões), considerando a correção monetária.
Apesar de Carlos Alcaraz ter sido a contratação mais cara da história do clube em euros, o argentino ainda fica atrás, em valores ajustados, das cifras investidas por Arrascaeta e Pedro. Tanto o meia quanto o atacante seguem no Mais Querido.
A caminhada do Flamengo no Mundial de Clubes da FIFA começa nesta segunda-feira (16), às 22h (horário de Brasília), contra o Espérance de Tunis, na Filadélfia. A equipe ainda enfrentará Chelsea (20/06) e Los Angeles FC (24/06) pelo Grupo D. A meta inicial é clara: avançar à próxima fase.