Amandda Souza
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27 Set 2024 | 11:51

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Amandda Souza

A eliminação nas quartas de final da Libertadores para o Peñarol nesta quinta-feira (27) enterrou qualquer chance de conquistar a América novamente


Se algum torcedor ainda vivia com a nostalgia de um passado não muito antigo, agora não vive mais. A eliminação nas quartas de final da Libertadores para o Peñarol nesta quinta-feira (27) enterrou qualquer chance de conquistar a América novamente.


Mas, se olharmos pelo retrovisor, é possível enxergar dezenas de erros que o Fla cometeu para colher os frutos – ou melhor, derrotas – que vão além das eliminações. Ainda dá para conquistar algo em 2024? Dá, mas o torcedor com certeza, não acredita que com esse futebol medíocre, o time vá chegar a algum lugar.


A única certeza que todos os rubro-negros têm é de que o ano de 2019 mágico do Flamengo vai ficando cada vez mais distante. Daquele time, só restaram Arrascaeta e Gerson. Bruno Henrique voltou ao palco nas últimas semanas, mas, definitivamente, não é o centroavante que o Flamengo de Tite precisava. Gabigol, fora de forma e de ritmo, não assusta o adversário (e nem toca na bola mais).

De lá para cá, o Fla teve 8 técnicos: Doménec, Rogério Ceni, Renato Gaúcho, Paulo Sousa, Dorival Jr, Vitor Pereira, Jorge Sampaoli e Tite. Mesmo com lapsos de boas partidas e, alguns títulos, é certo, devido ao alto investimento, o time nunca mais teve um padrão de jogo. Seja pelas características dos treinadores ou do elenco, seja pela desorganização externa (leia-se: da diretoria), há algo que vai além das 4 linhas. O Flamengo de investimento bilionário e elenco estrelático não consegue traduzir dinheiro em resultado.

E quais seriam os motivos para tamanha falta de lógica? O Cruzeiro, o Corinthians, o Vasco, o Botafogo, entre outros, investiram nesta janela, e já colhem os frutos em campo. Por que, no Flamengo, “as coisas” parecem não funcionar?

Bom, a primeira causa já foi dita acima: a quantidade de troca no comando do time. A maioria desses treinadores não ficou um ano sequer. Não há metodologia de trabalho que possa ser assimilada quando não existe tempo para aplica-la. É preciso tempo, paciência, treinos.

O segundo ponto também já foi pincelado: uma diretoria que é incapaz de fazer boas escolhas, como, por exemplo, quando contratou estes mesmos treinadores que tinham convicções e estilos completamente contrários ao DNA do Flamengo e, pior, ao elenco que o rubro-negro havia montado. Sem contar a falta de profissionais na gestão do clube: o Flamengo é um time que não tem psicólogo, que não tem diretor de futebol, onde o vice-presidente de futebol se envolve em confusão com torcedor em shopping e é vereador – sabe-se lá como e em qual horário do dia exerce seus diversos cargos.

Outro motivo que parece simplório, mas é importante pontuar: a falta de investimento na base e na transição quando os jovens jogadores sobem ao profissional. Exceto João Gomes, titular no tri da Libertadores, o Flamengo não consegue aliar a experiência dos craques ao frescor da juventude. O que dizer de Lorran? Jovem que sustentou o time durante a Copa América deste ano e que sequer voltou a ser aproveitado na equipe que carece de velocidade e criatividade. E Matheus Gonçalves? Se no Palmeiras, Endrick, Estevão e companhia entravam e ganham minutagens, no Flamengo, a “coisa” é bem diferente. Os garotos só entram na fogueira, faltando 5 minutos para a partida acabar e, quando entram.

Como não citar os jogadores que simplesmente deixaram de jogar bola e parecem cansados ou estourados devido ao calendário do futebol brasileiro ou até mesmo, ao excesso de treinamentos? Como justificar tamanhas lesões? Um elenco que, teoricamente, era para jogar 3 competições não conseguiu render nem mesmo em 1 partida, “folgando no final de semana”. Arrascaeta e De La Cruz fizeram um péssimo jogo contra o time uruguaio. Pareciam cansados, pesados, errando diversos passes simples. Se os craques não resolvem na hora que precisa, quem resolverá?

Não menos importante, o que falar de Tite? O técnico simplesmente não encaixou seu estilo de jogo ao do time carioca. Ninguém duvida de sua capacidade. Mas, ele teve tempo para treinar, teve jogadores contratados e, ainda assim, não conseguiu evoluir. Teve uma semana para se preparar para o jogo em Montevidéu e o time parece – até agora – não ter dado liga. Perdeu seu ataque titular, quando Pedro, Cebolinha e Luiz Araújo se lesionaram, mas faltou coragem, audácia, inovação. Não deu minutagem a Gabigol, sabendo que viriam jogos decisivos pela frente. Não ousou com Lorran e Matheus Gonçalves, sabendo que Arrascaeta e Nico estavam abaixo. Poderia ter mesclado, um tempo para cada um, por exemplo. Poderia ter recuado Gerson, barrado Pulgar mais cedo e, até mesmo, dado uma chance a Léo Ortiz quando o time levou dezenas de gols de cabeça na zaga, zona esta na qual o Sr. Adenor é – ou era - especialista em arrumar.

Por fim, o que fazer agora? Se o time fosse bem gerido, já estaria pensando em 2025. Teria 3 meses para se antecipar aos rivais. Quais as carências do elenco? Quais profissionais deveriam chegar? Quem deveria ser o treinador? Tite continua? Quais jogadores precisam ganhar ritmo ou recuperar a confiança?

Mas, ainda tem eleições pela frente, ou seja, nada poderá ser “arrumado” neste momento, já que o presidente está terminando seu mandato. Pode vir algum título ainda? Talvez. O Flamengo quando quer, sabe jogar. A Copa do Brasil seria o prêmio de consolação. Uma vaga na libertadores, via Brasileirão, seria obrigação.

Será que Tite aprendeu as lições? Senão havia motivos para mexer na equipe, agora há. “Para você colher resultados diferentes, precisa fazer coisas diferentes”. Seja ousado, Tite. Mexa. Inove, teste, sacode esse elenco. O mínimo seria terminar o ano com dignidade. Terminar bem 2024 significa começar bem 2025. O futuro deveria começar hoje.

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