Após pedido do Flamengo, Conmebol planeja criação de fair play financeiro na Libertadores - entenda

O técnico Renato Gaúcho, ex-Flamengo, surpreendeu a todos ao anunciar que pediu demissão do Fluminense após a eliminação na Copa Sul-Americana para o Lanús. No Maracanã, o Tricolor empatou por 1 a 1, mas, como havia perdido o jogo de ida por 1 a 0, acabou dando adeus à competição internacional.

POSSÍVEL PAUSA NA CARREIRA

Sem clube, Renato Gaúcho estuda os próximos passos. O treinador já vinha demonstrando incômodo com as críticas recebidas, principalmente nas redes sociais, e não descarta dar uma pausa na carreira. Vale lembrar que, em setembro, o técnico já havia considerado deixar o Fluminense e agora, de forma oficial, confirmou sua saída após a eliminação.

DEMISSÃO DO FLUMINENSE

Renato Gaúcho, ex-Flamengo, após eliminação do Fluminense: "Eu acabei de pedir demissão para o presidente"

Durante a coletiva pós-jogo, Renato respondeu normalmente às perguntas até ser questionado pela última vez. Nesse momento, o treinador, que passou pelo Mais Querido em 2021, revelou a decisão já comunicada ao presidente do clube.

“Eu nem deveria estar falando isso com vocês, quem vai se manifestar é o presidente. Mas essas perguntas todas, de alguns gênios da internet, muita gente vai atrás desses gênios. Eu acabei, antes de vir para cá, de pedir demissão para o presidente”, afirmou Renato.

Em seguida, completou: “A partir de agora, vai estar outro cara aqui. Vocês vão fazer as mesmas perguntas para ele e eu quero ver as respostas que ele vai dar. Quero ver se ele vai colocar o time que o torcedor quer ou o time da cabeça dele”, finalizou o treinador.

A semifinal da Libertadores entre Racing e Flamengo coloca frente a frente dois gigantes do continente, mas em realidades bem distintas. O confronto, além de ser um choque de estilos dentro de campo, expõe a disparidade financeira entre o futebol argentino e o brasileiro.

DIFERENÇA DE MERCADO

Segundo dados de mercado, o elenco do Racing está avaliado em aproximadamente R$ 430 milhões, enquanto o Flamengo chega à marca de R$ 1,3 bilhão, quase três vezes mais. Essa diferença revela como o clube carioca construiu um dos plantéis mais caros e poderosos da América do Sul, enquanto os argentinos apostam em jovens da base e atletas experientes formados em casa.

No Rubro-Negro, nomes como Arrascaeta, Pedro, De La Cruz e Samuel Lino figuram entre os jogadores mais valorizados do continente. O investimento contínuo nos últimos anos consolidou o Flamengo como potência também fora de campo, em patamar comparável a clubes europeus de médio porte.

RACING APOSTA NA TRADIÇÃO

Sem o mesmo poderio financeiro, o Racing mantém a tradição argentina de formar talentos e trabalhar com orçamentos mais modestos. Ainda assim, chega à semifinal depois de eliminar o Vélez Sarsfield, mostrando força coletiva e disciplina tática, aspectos que equilibram a diferença econômica em relação ao Flamengo.

Essa realidade ilustra o contraste atual do futebol sul-americano: enquanto clubes brasileiros desfrutam de contratos milionários de TV, patrocínios e bilheterias, os argentinos convivem com limitações financeiras e a saída precoce de jovens promessas para a Europa.

FAVORITISMO E PRESSÃO

Dentro de campo, o Flamengo é o favorito pelo peso do elenco e pelo valor de mercado. Porém, a pressão acompanha o investimento bilionário: cada eliminação precoce tem impacto ainda maior. O Racing, por sua vez, entra mais leve, mas motivado, ciente de que superar um gigante financeiro do continente seria um feito histórico.

Assim, a semifinal não se resume apenas ao futebol. É também um confronto entre duas formas de gestão e duas realidades econômicas: de um lado, o poder financeiro e a profundidade do elenco rubro-negro; do outro, a tradição de resistência argentina, que segue competindo mesmo diante de disparidades tão grandes.

Os bastidores da disputa pelos direitos de transmissão do Brasileirão seguem agitados. Na última quarta-feira (24), o Flamengo entrou com uma ação judicial contra a Libra, questionando a divisão das cotas. A medida provocou reação imediata do grupo de clubes, que divulgou nota oficial criticando a postura rubro-negra.

Libra sobre ação do Flamengo: "O clube alega prejuízo dentro de um contrato bilionário, o que não condiz com sua situação financeira"

“A Libra repudia a decisão unilateral e repentina da atual gestão do Flamengo, que moveu ação judicial contra o conjunto de clubes do qual faz parte, bloqueando repasses financeiros consagrados em contrato e desgastando a harmonia do grupo ao questionar acordos já pacificados”, afirmou a entidade.

POR QUE O FLAMENGO ACIONOU A JUSTIÇA?

O clube carioca questiona o modelo de divisão das receitas. Com a liminar concedida pela desembargadora Lúcia Helena de Passo, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a Globo foi notificada a depositar em juízo os valores referentes aos contratos de TV da Libra. Assim, o Flamengo busca evitar prejuízos que, segundo sua diretoria, ocorrem quando a verba é repartida de maneira considerada injusta pela audiência dos jogos.

IMPACTOS DA AÇÃO

Com a decisão judicial, parte do dinheiro dos clubes da Libra ficou bloqueada: cerca de R$ 77 milhões. Caso o impasse permaneça até o fim da temporada, o montante em disputa pode chegar a R$ 230 milhões. A medida atinge não só o Flamengo, mas também os demais integrantes da Libra: São Paulo, Palmeiras, Santos, Bahia, Grêmio, Vitória, Atlético-MG e Red Bull Bragantino.

O QUE RECLAMA O FLAMENGO?

A principal divergência está na divisão das cotas de audiência. Os demais clubes defendem que o repasse seja igualitário. Já o Flamengo argumenta que isso não reflete a realidade de mercado. Segundo o clube, em jogos como um duelo contra o Red Bull Bragantino, a maior parte da audiência se deve ao interesse da torcida rubro-negra. Por isso, a diretoria considera injusto que ambas as equipes recebam valores iguais.

NOTA DA LIBRA NA ÍNTEGRA

"A LiBRA repudia a decisão unilateral e repentina da atual gestão do Flamengo, que moveu ação judicial contra o conjunto de clubes do qual faz parte, bloqueando repasses financeiros consagrados em contrato e desgastando a harmonia do grupo ao questionar acordos já pacificados. O clube alega prejuízo dentro de um contrato bilionário, o que não condiz com sua situação financeira. A medida extrema confirma uma postura que privilegia o interesse particular de curto prazo, quando na verdade os verdadeiros prejudicados são os times que contam com esse dinheiro para seu fluxo de caixa, pagamento de contas e salários.

A LiBRA sempre se dedicou a atender aos interesses dos associados, incluindo questionamentos do Flamengo em relação ao modelo vigente. Mesmo se tratando de um tema debatido exaustivamente no passado, o assunto voltou à pauta e foi submetido à vontade democrática de todos os membros, que votaram pela manutenção do formato atual. A instituição não poupará esforços para defender na justiça a legitimidade das decisões coletivas e o cumprimento dos contratos.

A entidade, junto com seus clubes, visa proteger os interesses da ampla maioria dos clubes que acreditam na construção conjunta, no respeito aos acordos e no fortalecimento do futebol brasileiro. Ressalta, ainda, que a discordância e o necessário enfrentamento legal são direcionados exclusivamente à conduta da atual gestão do clube rubro-negro, que insiste em não respeitar compromissos assumidos e contratos assinados pela instituição Clube de Regatas do Flamengo, preservando o respeito da entidade pela história e pela torcida de seu clube associado”, destacou a Libra.