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Com o Flamengo entre os líderes do futebol brasileiro, o debate sobre a implementação de um fair play financeiro no país ganha força. A questão divide opiniões entre torcedores e dirigentes, especialmente aqueles de clubes estruturados como SAFs ou com grandes dívidas. Um estudo da Sports Value ajuda a explicar o motivo dessa divisão, destacando o Mengão como um dos poucos clubes que já se adequariam às regras propostas.
Assinado por Amir Somoggi, especialista em marketing esportivo, o estudo usa o modelo europeu de fair play financeiro como inspiração. Esse sistema foi introduzido na Europa em 2011, após os clubes atingirem um prejuízo recorde de € 1,7 bilhão. A iniciativa ajudou a restaurar a lucratividade dos clubes até 2017, com resultados que, apesar de afetados pela pandemia de Covid-19, permanecem controlados.
Analisando as falhas que permitem a alguns clubes europeus burlarem o sistema — seja por meio das SAFs ou de patrocínios —, a Sports Value sugere o modelo ideal para o Brasil: “Um fair play financeiro transversal, com análise de diferentes dados e índices financeiros”. Esses índices incluem:
- Controle rigoroso dos déficits das SAFs: máximo de R$ 20 milhões (média de dois anos);
- Limitação dos gastos com futebol: máximo de 73% das receitas;
- Controle do endividamento: índice de dívida líquida/receita inferior a 2,0.
- SAFs não atendem ao controle de déficit
O primeiro índice já revela o desequilíbrio causado pelas SAFs no futebol brasileiro. Apesar de alguns torcedores tratarem a questão como “clubismo” ou “inveja,” quatro dos seis clubes com maiores déficits entre receitas e gastos são empresas. O destaque negativo vai para o Botafogo, que gastou mais com contratações na temporada e acumula perdas de R$ 349 milhões, de acordo com dados financeiros de 2022 e 2023. Esses gastos só são possíveis porque o clube pertence à Eagle Holding, empresa do investidor norte-americano John Textor.
Outros clubes que superaram o déficit médio de R$ 20 milhões foram Vasco da Gama SAF, Bahia SAF, Grêmio, América-MG SAF e São Paulo. Enquanto isso, o Flamengo, que bateu recordes de receita e arrecadou R$ 1,4 bilhão em 2023, apresentou um superavit de R$ 455 milhões no período.
Controle de gastos
O controle dos déficits está diretamente ligado ao limite de gastos em relação à receita, um quesito em que o Flamengo também se destaca. A Sports Value recomenda que os clubes gastem, no máximo, 73% de suas receitas. Atualmente, apenas Flamengo, Internacional, Corinthians, Cuiabá SAF, Santos e Athletico-PR estão dentro desse limite. Já Botafogo e Bahia, ambos adquiridos por investidores estrangeiros, ultrapassaram a marca de 100%.
Endividamento
O último índice analisado é o endividamento líquido dos clubes, que compara as dívidas com as receitas e o caixa disponível. O índice não deve ultrapassar 2,0, segundo a consultoria. O Flamengo, com um índice de apenas 0,05, está entre os melhores. Na maioria dos casos, os clubes brasileiros estão dentro do limite, exceto Atlético-MG SAF, Cruzeiro SAF, Internacional, Vasco SAF e Coritiba SAF. Para ter acesso ao estudo completo, clique aqui.
Landim defende o debate sobre fair play financeiro
Como um dos líderes desse movimento, o Flamengo, através de seu presidente Rodolfo Landim, defende a implementação de um modelo de fair play financeiro no Brasil. Em entrevista recente, Landim mencionou os altos investimentos do Botafogo na temporada e afirmou que o tema precisa ser debatido com seriedade entre os clubes.
“Em breve, teremos que discutir questões que podem impactar o Botafogo. Se observarmos o valor que o clube investiu na aquisição de atletas este ano, certamente foi muito superior à receita do ano passado. Sob uma regra de fair play financeiro, isso não seria permitido. Hoje, o futebol brasileiro ainda é muito desregulado nesse aspecto, e acho que essas questões precisam ser discutidas seriamente para o futuro,” disse Landim.
Erick Pulgar, lesionado, e com Pedro fora da lista de relacionados, Mais Querido aposta em novas opções para seguir líder do Campeonato Brasileiro
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Pensando no duelo contra o São Paulo, o técnico Filipe Luís terá de montar o time do Flamengo com uma ausência significativa: o volante Erick Pulgar. O chileno sofreu uma fratura no quinto metatarso do pé direito no dia 29 de junho e, após ser submetido a uma cirurgia, só deve retornar aos gramados entre os meses de setembro e outubro, conforme estimativa médica.
Outro nome importante que não estará à disposição é o atacante Pedro. O jogador, que não participou do treinamento coletivo desta sexta-feira no Ninho do Urubu, realizou apenas atividades físicas separadas e não foi incluído na lista de relacionados para a partida contra o São Paulo. A ausência do camisa 9 obriga o treinador a fazer mudanças no ataque, podendo apostar em Bruno Henrique como substituto.
Após semanas fora do país disputando a Copa do Mundo de Clubes, o Flamengo volta a atuar no Brasil e reencontra sua torcida neste sábado (12), às 16h, contra o São Paulo, no Maracanã. A partida é válida pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro e marca a retomada do clube no torneio nacional, com expectativa de casa cheia.
Com os desfalques e o desgaste da viagem aos Estados Unidos, a equipe deve contar com alterações importantes. A provável formação do Mais Querido inclui: Rossi; Wesley, Léo Ortiz, Léo Pereira e Alex Sandro; Jorginho, De La Cruz e Arrascaeta; Luiz Araújo, Plata e Bruno Henrique.
Apesar das ausências e do ritmo intenso da temporada, o foco da comissão técnica é manter o time na ponta da tabela. O Flamengo lidera o Brasileirão com 24 pontos em 11 partidas, uma a menos que alguns dos concorrentes diretos.
O Mengão anunciou na tarde desta sexta-feira (11) a saída do cargo de diretor de futebol das categorias de base, após 15 anos de serviços prestados
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O Flamengo comunicou oficialmente a demissão de Carlos Noval, até então responsável pelas categorias de base do clube. A decisão foi publicada por meio de nota no site oficial do clube e nas redes sociais no início da tarde desta sexta-feira (11).
Noval estava no cargo desde 2009 e teve papel importante na modernização da base rubro-negra, sendo responsável pela formação de diversos talentos que chegaram ao elenco profissional nas últimas temporadas. A decisão de encerrar o ciclo foi tomada em comum acordo com a nova diretoria do futebol. Na nota publicada, o Flamengo agradeceu a Carlos Noval pelos serviços prestados e destacou a trajetória vitoriosa do dirigente ao longo de mais de 15 anos:
“O Clube de Regatas do Flamengo informa que Carlos Noval não exerce mais a função de diretor das categorias de base. O clube agradece pelo profissionalismo, dedicação e identificação demonstrados ao longo de sua trajetória no Mais Querido, repleta de conquistas durante os mais de 15 anos de serviços prestados no futebol rubro-negro, e deseja sucesso em seus próximos desafios.”
A vaga deixada por Carlos Noval será ocupada por Alfredo Almeida, que chegou ao Flamengo em janeiro de 2025. O profissional tem passagem por outros centros de formação no futebol brasileiro e vinha atuando nos bastidores em um projeto que visa aproximar as categorias de base do elenco principal. Segundo o clube, a nomeação foi uma decisão direta do presidente BAP em conjunto com José Boto, diretor técnico do futebol profissional.
A principal missão de Alfredo Almeida será dar continuidade ao projeto de integração entre a base e o time profissional. Desde sua chegada ao clube, o dirigente vinha participando de reuniões e definições estratégicas com o departamento de futebol. A ideia do Flamengo é tornar a base ainda mais produtiva e alinhada ao estilo de jogo e exigências do elenco principal, encurtando o caminho entre o Sub-20 e o time de cima.
O clube também confirmou que Alfredo Almeida será apresentado oficialmente em coletiva de imprensa marcada para a próxima segunda-feira (14), às 11h, no CT George Helal. Ele estará ao lado de Bruno Pivete, novo técnico do time Sub-20, que também será apresentado. A coletiva será transmitida ao vivo pela FlamengoTV.
Atacante não foi relacionado por técnico para a partida do Brasileirão e enfrenta crise de confiança após sequência de decisões técnicas que o deixaram fora
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O atacante Pedro não estará entre os relacionados para o duelo entre Flamengo e São Paulo, válido pelo retorno do Campeonato Brasileiro. O jogador realizou atividades separadas do elenco nesta sexta-feira (11), no Ninho do Urubu, e não participou do treino coletivo. Apesar de clinicamente apto, ele ficou fora por decisão técnica, o que reflete o momento turbulento na relação com o técnico Filipe Luís e sua comissão.
Pedro acredita que precisa de ritmo de jogo para retomar sua melhor forma, mas entende que vem perdendo espaço injustamente. A insatisfação aumentou após boas atuações contra Juventude e Corinthians, seguidas de sua saída do time titular na partida contra a LDU, pela Libertadores. Desde então, o treinador tem improvisado atletas na posição em que Pedro atua, o que tem minado a confiança do camisa 9.
Segundo apuração, Filipe Luís e seus auxiliares avaliam que o desempenho do centroavante nas atividades diárias está abaixo do padrão exigido. A ausência na lista para enfrentar o São Paulo seria resultado direto dessa insatisfação. A situação expõe o desgaste crescente entre atleta e comissão, embora Pedro, até o momento, não tenha solicitado sua saída do clube.
Outro episódio que contribuiu para o desconforto foi o vazamento de uma conversa interna sobre o desejo da diretoria em negociar Pedro por cerca de 15 milhões de euros. A informação, publicada pelo UOL, teve como origem uma fonte ligada diretamente ao departamento de futebol e próxima de Filipe Luís, o que gerou desconfiança por parte do jogador. Internamente, o próprio Pedro acredita que a visão do dirigente reflete, em parte, o pensamento do treinador.
Um dos maiores goleadores do Mais Querido em competições internacionais, Pedro teve poucas oportunidades no Mundial de Clubes e lamenta a falta de sequência. Apesar do cenário conturbado, qualquer possível saída dependerá de decisão conjunta da diretoria e comissão técnica.