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Flamengo lidera trio carioca na Copa do Mundo de Clubes e coloca Rio como "capital mundial"
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Seis anos após o último confronto eliminatório entre Flamengo e Internacional, as duas equipes voltam a medir forças em um momento decisivo da Copa Libertadores da América. O embate está marcado para os dias 13 e 20 de agosto e marca a reedição de um duelo que marcou a história recente da competição. A equipe carioca começa a disputa fora de casa e busca repetir o desempenho que a levou à glória em 2019.
Na campanha de 2019, o time comandado por Jorge Jesus iniciou a série contra o Internacional com uma vitória por 2 a 0 no Maracanã, graças a dois gols de Bruno Henrique em sequência. Na partida de volta, no Beira-Rio, Rodrigo Lindoso abriu o placar para os gaúchos, mas Gabigol respondeu nos minutos finais, garantindo o empate e a vaga nas semifinais para o elenco carioca. A caminhada daquele grupo culminou no título da Libertadores após virada sobre o River Plate na final em Lima.
O calendário oficial da Conmebol reserva os confrontos das oitavas de final para as semanas dos dias 13 e 20 de agosto. Caso avance, o clube carioca enfrentará as quartas de final nos dias 17 e 24 de setembro.
As semifinais estão programadas para os dias 22 e 29 de outubro, e a grande final será disputada no dia 29 de novembro. O confronto promete fortes emoções e alta competitividade. A final da Copa Libertadores 2025 vai ser disputada na cidade de Lima, no Peru.
O torneio continental apresenta valores expressivos por fase. A presença nas oitavas rende US$ 1,25 milhão (R$ 7,1 milhões). Já as quartas de final garantem US$ 1,7 milhão (R$ 9,6 milhões). As semifinais premiam com US$ 2,3 milhões (R$ 13 milhões), enquanto o vice-campeão embolsa US$ 7 milhões (R$ 39,7 milhões) e o grande campeão fatura US$ 24 milhões, o equivalente a R$ 136 milhões. Os valores refletem a importância financeira da competição no calendário da temporada.
Adversário do Mengão na estreia do Mundial, tunisianos já enfrentaram o Rubro-Negro em 1993, em amistoso realizado na Tunísia durante a despedida de Júnior
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O Flamengo estreia na Copa do Mundo de Clubes da FIFA nesta segunda-feira (16), contra o Espérance, clube mais popular da Tunísia. Apesar de confrontos entre brasileiros e africanos não serem comuns, o Mais Querido já enfrentou o time tunisiano em uma ocasião, no dia 8 de agosto de 1993, durante um torneio amistoso disputado em Túnis.
O duelo fez parte da excursão rubro-negra pela Europa naquele ano, marcada pela despedida do ídolo Júnior dos gramados. A passagem pela Tunísia foi um pit-stop antes do retorno ao Brasil para a disputa do Campeonato Brasileiro.
Na época, o clube carioca passava por uma transição. Já sem nomes importantes como Zinho, Gottardo, Gaúcho e Uidemar, que haviam se transferido para outras equipes, o técnico Evaristo de Macedo optou por dar espaço a jovens formados no clube, como Adriano, Júnior Baiano, Fabinho, Luiz Antônio e Piá, que vinham de conquistas importantes nas categorias de base.
Além dos garotos, o time contava com o experiente atacante Casagrande, uma das principais contratações da temporada. O Flamengo venceu o Espérance por 1 a 0, com gol marcado por Marcelinho Carioca, de cabeça, logo aos cinco minutos de jogo após cobrança de falta feita por Piá.
Competição: Troféu Espérance Sportive de Tunisie
Data: 8 de agosto de 1993
Local: Estádio Olympique El Menzah, Túnis (Tunísia)
Resultado: Espérance 0 x 1 Flamengo
Gol: Marcelinho Carioca, aos 5 minutos do primeiro tempo
Flamengo: Adriano, Fábio Baiano, Júnior Baiano, Rogério e Piá (Júnior); Fabinho, Marquinhos, Luiz Antônio e Marcelinho Carioca (Índio); Nélio (Magno) e Casagrande. Técnico: Evaristo de Macedo.
Espérance: Chokri El Ouaer, Tarek Thabet, Ali Ben Nej, Khaled Ben Yahia e Hakim Nouiba; Mondher Boauab, Nabil Maaloul, Sirajeddine Shihi (Nourredine Bousnina) e Marouene Guezmir; Hassen Gabi (Kenneth Malitoli) e Ayadi Hamrouni. Técnico: Faouzi Benzarti.
Zagueiro do Mengão não escondeu encantamento durante a partida dos jogadores para o país onde será disputado o Mundial de Clubes
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O Flamengo embarcou rumo ao Mundial de Clubes com uma grande demonstração de apoio da torcida no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, na última quarta-feira (11). A festa organizada pela Nação Rubro-Negra impressionou especialmente alguns recém-chegados ao clube, como o zagueiro Léo Ortiz.
Léo Ortiz sobre AeroFla antes da viagem do Flamengo: "estar ali foi diferente"
“Foi algo muito especial e incrível de vivenciar. Já tinha visto vídeos de comemorações anteriores, mas estar ali foi diferente. Vivenciar o AeroFla para uma competição tão grande como essa foi marcante”, afirmou o defensor.
Ortiz também destacou o peso simbólico de representar milhões de torcedores: “Estar naquele ônibus representando todos os torcedores que estavam ali, e também os que não puderam estar, foi muito especial. Sentimos toda a energia que nos passaram e sabemos que, se pudessem, todos estariam com a gente nos Estados Unidos”, finalizou o zagueiro.
O embarque foi marcado por cenas de forte apoio: sinalizadores, bandeiras, torcedores sobre o ônibus e até barcos exibindo o escudo do clube nas águas da Baía de Guanabara. As ruas da cidade ganharam clima de Maracanã, embaladas por músicas e cantos vindos das arquibancadas.
O time comandado por Filipe Luís finaliza sua preparação para a estreia, que acontece na próxima segunda-feira (16), na Flórida. O duelo contra o Espérance abre a caminhada do Flamengo no Grupo D da Copa do Mundo de Clubes da FIFA.
Comandado por Cláudio Pavanelli, Departamento de Saúde e Alto Rendimento do clube aposta em metodologia única, integração de áreas e aprofundamento científico
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O Flamengo vem reformulando de forma profunda seu Departamento de Saúde e Alto Rendimento com foco em desempenho de elite e prevenção de lesões. À frente da mudança, o coordenador científico Cláudio Pavanelli aposta na integração entre áreas e na ciência aplicada como diferencial competitivo.
Quando Cláudio Pavanelli desembarcou nos Estados Unidos, vinte dias antes da delegação do Flamengo iniciar sua trajetória no Mundial de Clubes, o foco já era outro: reconstruir a base científica do clube. O coordenador retornava ao Rubro-Negro após quase uma década imerso em projetos internacionais. A missão era clara: reposicionar o Flamengo como referência global não só em campo, mas também nos bastidores.
De volta ao Ninho do Urubu, onde trabalhou entre 2013 e 2014, Pavanelli reencontrou um clube maior, mas também um desafio proporcional: transformar o setor de saúde e performance num polo de excelência internacional, integrando ciência, metodologia e tecnologia. Essa sinergia, segundo ele, é o que sustenta os três pilares de trabalho no clube: tratamento, prevenção e evolução de performance.
Segundo Pavanelli, o Brasil não fica atrás em termos de qualidade profissional. A diferença está na cultura científica e na estrutura voltada à pesquisa, algo presente com força em países como Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra. O modelo norte-americano, diz ele, se beneficia de um ecossistema esportivo desde a escola, passando por universidades, forças armadas e até agências como a NASA.
Mais do que comprar equipamentos de última geração, o Flamengo tem apostado no conhecimento dos profissionais. O clube estabeleceu uma linha metodológica que abrange todas as categorias: do elenco principal ao futebol feminino e aos esportes olímpicos. E os resultados começam a aparecer. Segundo Pavanelli, o clube vem percebendo aumento de disponibilidade de atletas e manutenção da intensidade em alto nível.