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Profissionalismo e organização: os bastidores da operação do Flamengo na Copa do Mundo de Clubes
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O Flamengo é listado em relatório apresentado nesta sexta (5) pelo relator do STJD Mauro Marcelo de Lima e Silva como uma das 25 vítimas, entre clubes, jogadores e árbitros, de denúncias infundadas do dono da SAF Botafogo, John Textor.
O auditor votou pela punição de John Textor com seis anos de suspensão e multa de R$ 2 milhões, e ainda anunciou que encaminhou provas à Justiça para que seja proposta denúncia criminal contra o dono do Botafogo.
O auditor considerou que Textor infringiu, em diversas oportunidades, os seguintes artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva:
Art. 221. Dar causa, por erro grosseiro ou sentimento pessoal, à instauração de inquérito ou processo na Justiça Desportiva.
Art. 243-A. Atuar, de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida, prova ou equivalente.
Art. 243-F. Ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto.
O Flamengo é listado como vítima por conta das denúncias feitas por Textor contra as decisões do árbitro Raphael Claus na partida do segundo turno do Campeonato Brasileiro do ano passado, vencida por 2×1 pelo Flamengo no Engenhão.
“O relatório (apresentado por Textor) traz o nome do árbitro principal Sr. Raphael Claus e toda sua equipe, afirmando que o CR Flamengo teria sido beneficiado com dois gols em posição de impedimento, interferindo assim no resultado da partida”, diz o relatório do STJD.
O relatório registra a resposta do Flamengo às denúncias de Textor:
“O Flamengo, através de seus advogados, respondeu às acusações do dono do Botafogo, Sr. Textor, sobre a suposta manipulação de resultados e benefícios de arbitragem em uma partida de 2023. O clube destacou que o relatório usado como prova foi unilateral e produzido pelo próprio acusador. A análise do VAR e de especialistas confirmou a legalidade dos gols questionados. O Flamengo reafirmou a imparcialidade dos árbitros, contratados pela CBF, e concluiu que as acusações são infundadas, resultantes da insatisfação do Botafogo pela derrota”.
Especificamente pela denúncia envolvendo a partida do Flamengo, o auditor do STJD votou pela suspensão de Textor por 45 dias e multa de R$ 50 mil, que contribuem para o valor total da pena proposta por Lima e Silva.
O relatório qualifica desta forma o Ref-Eval, ferramenta usada pela consultoria Good Game para embasar a denúncia de Textor sobre os supostos erros de arbitragem (junto com o Match Fix, que teria apontado manipulação de resultados por jogadores em jogos do Palmeiras):
“O REF-EVAL®, por outro lado, afirma ser capaz de distinguir com alta precisão entre decisões corretas e incorretas dos árbitros. No entanto, a classificação de erros em IRD Alta e Baixa, e decisões corretas em CRD Alta e Baixa, demonstra-se arbitrária e inconsistente. A promessa de avaliar todas as decisões de arbitragem com exatidão não se sustenta frente às análises detalhadas e às críticas recebidas. Ambos os sistemas se mostram como pretensas soluções milagrosas que, na realidade, não passam de fantasias tecnológicas. A confiança depositada nesses métodos pela “Good Game” é, na melhor das hipóteses, uma ilusão quase bem-intencionada e, na pior, um artifício na tentativa de ludibriar as entidades esportivas”, afirma.
O ex-treinador do Mais Querido falou sobre a liderança do ex-atleta nos bastidores do Rubro-Negro e como ele motivava seus companheiros
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Maurício Barbieri, atualmente livre no mercado, participou do programa Charla Podcast e relembrou sua passagem pelo Flamengo em 2018. O técnico revelou que ficou surpreendido com a postura de líder de Diego Ribas, ex-camisa 10 do Mais Querido.
No meu período com o Diego, ele teve uma liderança absurda. Eu não tinha essa imagem do Diego", disse Barbieri sobre o ex-camisa 10.
Ele continuou: "Eu tinha a imagem do Diego irreverente, do Santos, do Diego que muitas vezes arrumava confusão, de ir para cima, peitar. Não tinha essa imagem do Diego líder. Durante todo o período em que estive lá, foi um líder excepcional".
Vale lembrar que Maurício Barbieri comandou o Flamengo em 39 partidas, com 19 vitórias, 11 empates e nove derrotas. O técnico foi demitido após a eliminação do Mais Querido na semifinal da Copa do Brasil, contra o Corinthians.
Ídolo e multicampeão pelo Mais Querido, Diego Ribas está de olho em sua antiga equipe e falou sobre a participação do Rubro-Negro no Mundial de Clubes. O ex-jogador destacou que o Flamengo tem que ir passo a passo na competição, e que precisa ter atenção.
“Esse Mundial é diferente. Ele dificulta bastante, porque são mais jogos. Você vai enfrentar mais equipes de qualidade durante esse percurso. O que faz a diferença em um torneio assim é a concentração em cada jogo. Se perder em relação ao que pode vir pela frente pode custar caro. O Flamengo tem que ir passo a passo”, afirmou Diego Ribas ao site ge.
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A poucos dias da estreia na Copa do Mundo de Clubes, o Flamengo ajusta os últimos detalhes em solo norte-americano. O clube busca evitar qualquer risco físico para seus principais nomes, e por isso tomou decisões cirúrgicas. Nesta quinta-feira (12), Arrascaeta e Alex Sandro não participaram da atividade em campo.
A decisão partiu da comissão técnica com aval do departamento médico, que optou por preservar os atletas após intensas atuações pelas seleções do Uruguai e Brasil. A informação foi divulgada pela jornalista Raisa Simplicio e confirmada por fontes ligadas ao clube. A decisão tem como objetivo principal evitar sobrecarga muscular e eventuais lesões às vésperas do torneio internacional.
Arrascaeta jogou 172 minutos nas duas partidas pelas Eliminatórias: 85 minutos na derrota por 2 a 0 para o Paraguai e outros 87 na vitória contra a Venezuela — quando ainda marcou um gol. Já Alex Sandro somou 163 minutos com a camisa da Seleção Brasileira. Ele foi titular no empate contra o Equador e também atuou por 73 minutos na vitória sobre o Paraguai.
A sequência acentuada de jogos motivou o Flamengo a agir preventivamente. Enquanto isso, Gonzalo Plata deu sinais animadores. O atacante equatoriano, que sofreu um edema ósseo recentemente, voltou a treinar com bola e já participa das atividades com o restante do elenco rubro-negro.
Plata deve ser relacionado normalmente para a estreia do Flamengo no Mundial, que acontece na próxima segunda-feira (16) contra o Espérance-TUN. A última partida do jogador foi no dia 1º de maio, contra o Botafogo-PB, pela Copa do Brasil. Por outro lado, o meia uruguaio De La Cruz ainda requer atenção.
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Seis meses depois de desembarcar no Rio de Janeiro para iniciar sua trajetória no Flamengo, José Boto parece ainda se surpreender com o que o futebol brasileiro é capaz de proporcionar. Apesar da longa experiência acumulada em clubes europeus como Benfica e Shakhtar Donetsk, o dirigente revelou que, no Brasil, tem vivido situações inéditas na carreira.
José Boto sobre o Aerofla: "Experimentei coisas que nunca vi na minha carreira."
A principal delas aconteceu no embarque para os Estados Unidos, onde o clube disputa a Copa do Mundo de Clubes. A torcida organizou uma grande festa no aeroporto, com direito a bandeirões, cantos e escolta de ônibus até o terminal. O evento, já tradicional entre os rubro-negros, emocionou o português.
“Apesar de meus 40 anos de futebol, nestes seis meses de Brasil, experimentei coisas que nunca vi na minha carreira. Uma foi em São Luís, outra foi a de ontem. São coisas que só vivendo, só passando por elas. Se eu contar na Europa que isso existe, ninguém acredita. Estar dentro daquele ônibus é um combustível para todos nós”, contou Boto.
O dirigente deixou claro que, mesmo com todo o currículo que traz da Europa, ainda encontra no Brasil nuances únicas do futebol. Para ele, o envolvimento emocional do torcedor com o clube é algo que ultrapassa qualquer previsão de quem está chegando de fora. Além da emoção causada pela torcida, Boto também falou sobre a estrutura do clube na viagem ao exterior.
Segundo ele, o Flamengo montou uma delegação altamente profissional para a disputa do torneio, sem espaço para figuras amadoras na organização. “Você tem que separar o Flamengo no futebol e o Flamengo institucional. No futebol, no topo da hierarquia, estou eu. Todos que estão aqui são profissionais. Não existe nenhum vice-presidente”, afirmou, deixando clara a organização técnica adotada pelo clube para o torneio.