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Atacante do Flamengo, Bruno Henrique foi indiciado pela Polícia Federal nesta última terça-feira (15), junto de seu irmão. Desse modo, as Bets indicaram à PF que mais de 95% das apostas no confronto entre Flamengo x Santos estavam concentradas na possibilidade do camisa 27 receber um cartão amarelo.

BETS RELATAM ALTO NÚMERO APOSTAS EM CARTÃO PARA BRUNO HENRIQUE

Segundo informações do portal Metrópoles, as casas de apostas Betano, GaleraBet e KTO, alertaram à PF que a maior parte do volume apostado, antes mesmo do início da partida, estava direcionado à punição de Bruno Henrique. Também há indícios de apostas feitas na Blaze, que segue sob investigação da Polícia Federal.

A Betano informou à Polícia Federal que 98% das apostas foram para o cartão de Bruno Henrique. Já a GaleraBet apontou uma concentração de 95% no mesmo quesito. A KTO confirmou o direcionamento significativo das apostas ao camisa 27, mesmo que não tenha especificado os percentuais.

CONVERSAS APONTAM ESQUEMA EXPLICITAMENTE

Uma das apostas feitas pelo irmão de Bruno Henrique, Wander Nunes Pinto Júnior, foi bloqueada para saque por uma das plataformas. O motivo, segundo a casa, foi a identificação de atividade suspeita diante do volume incomum de apostas na penalidade ao jogador. 

Assim, a Polícia Federal considerou uma mensagem como uma das mais impactantes dentro do indiciamento, que mostra o irmão de Bruno Henrique citando explicitamente o esquema de apostas.

“No dia que você me deu ideia do cartão, eu apostei 3 mil pra ganhar 12 mil. Só que até hoje eles não pagou, eles colocou a aposta sobre análise, e o dinheiro está todo preso lá 12K. Aí estava pensando me ajuda nessa aí com 10 mil só pra resolver minhas coisas até esse dinheiro sair, pagar o cartão, pagar pensão dos meninos que está atrasada, me estabilizar aqui. Eu não queria te pedir, só que eu não tenho outra solução, eu ia até fazer um empréstimo pra resolver isso mais eu não consegui, a única solução que tive é recorrer é você. Se você me ajudar nessa aí, você vai me salvar não tenho nem mais onde recorrer, como não vou comprar a casa agora tira desse dinheiro da casa assim que resolver já reembolso esse valor que dá pra estabilizar. Me ajuda nessa aí por favor!”, escreveu Wander na mensagem do WhatsApp.

O diálogo apreendido pela polícia mostra que a conversa entre os dois prosseguiu no dia seguinte, em 10 de dezembro, quando o atacante do Flamengo responde ao irmão sobre o 'empréstimo', dizendo que 'iria ver' o caso de Wander. Logo em seguida, Bruno Henrique envia uma espécie de comprovante bancário ao irmão.

“Pegando dinheiro vc paga em”. Em resposta, Wander escreveu: “Demoro essa porra saindo eu te mando”.

A Polícia Federal iniciou uma investigação que envolve Bruno Henrique em um suposto esquema de manipulação de resultados relacionado a apostas esportivas. O caso ganhou repercussão nacional, e Diego Ribas, ex-jogador e ex-companheiro do atacante no Flamengo, resolveu se pronunciar sobre o assunto nas redes sociais.

O jogador se envolveu em um grande problema..."

"Bruno Henrique e as casas de apostas. O jogador se envolveu em um grande problema, está sendo investigado pela Polícia Federal por um suposto favorecimento a amigos, familiares. O que eu posso dizer sobre isso? Vive quatro anos com o Bruno Henrique, um cara maravilhoso, coração aberto. O Bruno é exatamente isso que mostra para vocês. Um cara humilde, autêntico e verdadeiro. E eu fico aqui na torcida para que isso possa se resolver da melhor forma possível", declarou Diego.

EX-JOGADOR CRITICA CENÁRIO DAS APOSTAS

Diego não limitou seu posicionamento à defesa de Bruno Henrique. O ex-meia aproveitou a oportunidade para criticar abertamente o impacto das casas de apostas no futebol brasileiro. Segundo ele, os atletas vivem uma nova realidade marcada pela exposição a riscos emocionais e financeiros, que nem sempre são discutidos com profundidade.

"Mas eu não estou aqui para falar só de Bruno Henrique, mas falar de uma nova realidade que os atletas vivem devido à inserção das casas de apostas. Eu respeito, mas não compactuo. Respeito, mas não incentivo as pessoas a participarem, pela dependência química que ela traz e os prejuízos financeiros […]", disse em vídeo publicado nas redes.

ENTENDA O EPISÓDIO 

O episódio que despertou a atenção das autoridades ocorreu no dia 1º de novembro de 2023, durante a 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, Bruno Henrique entrou como titular na partida entre Flamengo x Santos e foi advertido com um cartão amarelo aos 49 minutos do segundo tempo. Em seguida, após empurrar o árbitro, acabou expulso.

Na noite desta última terça-feira (15), os torcedores do Flamengo foram surpreendidos com o indiciamento de Bruno Henrique por suposto envolvimento em esquemas de apostas. O caso do camisa 27 teve novos desdobramentos após o 'vazamento' de conversas do atleta com o irmão, Wander Júnior. Assim, André Rizek, jornalista do Grupo Globo, lamentou a possível participação do jogador.

Caso isso se confirme… que decepção

"As apostas estão mudando a relação das pessoas com o futebol. A responsabilidade dos atletas com o jogo limpo deve ser triplicada. Aqueles que não respeitam algo tão sagrado como o esporte, não merecem o privilégio dessa profissão. Caso isso se confirme… que decepção”, disse André Rizek, por meio das redes sociais.

CARTÃO FORÇADO EM JOGO CONTRA O SANTOS

Flamengo e Santos se se enfrentaram no dia 01 de novembro de 2023, em confronto válido pela 31ª rodada do Brasileirão. O confronto acabou com vitória do time paulista, por 2 a 1, e com expulsão de Bruno Henrique aos 50 minutos do segundo tempo. 

Bruno Henrique recebeu o cartão amarelo por tentar "agredir" Soteldo, após tomar um drible do atacante do Santos. Logo na sequência, o camisa 27 peitou o árbitro Rafael Klein, que o puniu com a expulsão. 

PUNIÇÃO QUE BRUNO HENRIQUE PODE SOFRER

Agora, Bruno Henrique é alvo de uma operação da Polícia Federal, onde é investigado por manipulação de resultados em casas de apostas. Assim, caso a participação do atacante do Flamengo seja concretizada, ele pode ser denunciado por crime contra a incerteza do resultado esportivo, que encontra a conduta tipificada na Lei Geral do Esporte. De acordo com o Ministério Público, a pena é de 2 a 6 anos de reclusão.