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O Vasco enfim cedeu. Após insistir em mandar o clássico contra o Flamengo em São Januário, o clube cruzmaltino se viu obrigado a recuar e já encaminhou acordo para que a partida da quinta rodada do Brasileirão aconteça no Maracanã. O duelo, marcado para o dia 19 de abril, às 18h30 (de Brasília), deve ter confirmação oficial da CBF nas próximas horas.
MARACANÃ COM DIVISÃO IGUAL DE TORCIDAS
As tratativas entre os clubes chegaram a um ponto comum: o estádio será dividido meio a meio entre as torcidas. O cenário é bem diferente do que o presidente vascaíno, Pedrinho, havia sinalizado. Ele chegou a sugerir uma separação de 90/10 nas arquibancadas, ou até mesmo vetar a presença de rubro-negros em São Januário. No entanto, o BEPE (Batalhão Especial de Policiamento em Estádios) descartou qualquer possibilidade de realização do clássico em São Januário, por questões de segurança.
ENTRAVE VEM DE LONGE
A resistência do Vasco em jogar no Maracanã não é nova. No Campeonato Carioca deste ano, o clube se recusou a disputar a semifinal de ida no estádio, alegando que o Mais Querido seria favorecido por atuar em um local considerado sua casa. A partida acabou acontecendo no Nilton Santos, mas o resultado foi o mesmo: vitória rubro-negra por 1 a 0, com gol de Bruno Henrique.
Sem conseguir levar o clássico para São Januário, o Vasco ainda analisou outras possibilidades, como mandar o jogo em Manaus ou São Luís. No entanto, a proximidade da data do confronto e a logística envolvida acabaram fazendo com que o Maracanã se tornasse a alternativa mais viável, ainda que a contragosto do clube.
De acordo com informações do jornalista Venê Casagrande, a negociação para o uso do Maracanã está praticamente fechada. A expectativa é que a Confederação Brasileira de Futebol confirme oficialmente o local da partida nas próximas horas, colocando fim ao impasse que já se arrastava há dias. Antes de enfrentar o rival, o Mengão tem uma sequência intensa pela frente. O time entra em campo no próximo domingo (6), contra o Vitória, no Barradão. Depois, encara Grêmio e Juventude, também pelo Campeonato Brasileiro. No meio desse caminho, o CRF ainda enfrenta o Central Córdoba, da Argentina, pela fase de grupos da Libertadores.
Atuação destacada contra o Juventude reforça o prestígio do equatoriano, que ganha espaço em um elenco com cada vez mais opções ofensivas e qualidade técnica
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Na goleada do Flamengo por 6 a 0 sobre o Juventude, no Maracanã, Gonzalo Plata brilhou com um gol por cobertura que levantou a torcida. O lance aconteceu no segundo gol do time e lembrou o gol marcado na final da Copa do Brasil, com a mesma frieza e precisão na finalização. A assistência veio de Gérson, e o equatoriano não perdoou, batendo com categoria por cima do goleiro. A jogada reafirmou o bom momento do atacante, que vem ganhando moral com o técnico Filipe Luís.
Quando não começa o Plata, ele pode entrar no segundo tempo e decidir” - disse Plata
Após o apito final, Filipe Luís fez questão de elogiar a atuação do camisa 19, ressaltando sua entrega tática e versatilidade em campo. “É um jogador muito completo. Ele corre o jogo inteiro, tem raça, técnica e sabe atuar sob pressão”, afirmou o treinador. Além disso, Filipe destacou que Plata atuou como centroavante de origem, não como um falso 9, e cumpriu bem a função com movimentações inteligentes e presença ofensiva.
O técnico do Mais Querido também reconheceu a dificuldade de manter Gonzalo Plata fora do time titular. Indicando que a qualidade do jogador é tamanha que o treinador precisa ajustar o time para encaixá-lo. A fala mostra que a concorrência no setor ofensivo está em alta, algo que Filipe vê como positivo para a temporada.
Além de Plata, o Mengão conta com Luiz Araújo, Matheus Gonçalves e Gérson, que também pode atuar mais avançado, como opções ofensivas. Para Filipe Luís, essa variedade de jogadores permite ao time explorar diferentes formações e estratégias ao longo das partidas. Ele também ressaltou que o entrosamento e a disputa por vaga só elevam o nível do elenco.
Mesmo com o bom momento de Plata, Filipe destacou que o rodízio no elenco seguirá sendo parte da estratégia. “Quando não começa o Plata, ele pode entrar no segundo tempo e decidir”, pontuou. O técnico reforçou que, mais importante do que os nomes titulares, é ter jogadores que entram e mantêm o ritmo ou até mudam o panorama da partida.
Desde que assumiu o comando, treinador vem se destacando pelos resultados positivos contra os rivais cariocas, com números sólidos em confrontos
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Desde que iniciou sua trajetória como treinador do Flamengo, Filipe Luís tem mostrado consistência nos confrontos contra os rivais do Rio de Janeiro. Mesmo em partidas onde a performance coletiva não foi exuberante, os resultados em campo têm favorecido o Mais Querido. Em especial, os números nos clássicos impressionam, principalmente diante do Vasco, adversário que mais sofreu sob o comando do ex-lateral.
Nas três vezes em que o Rubro-Negro enfrentou o Cruz-Maltino com Filipe no comando, a equipe saiu vencedora em todas. A superioridade é evidente tanto no placar quanto no volume de jogo. Foram cinco gols marcados e apenas um sofrido, com destaque para a alta média de posse de bola e o número de finalizações. Neste sábado (19), às 18h30, as equipes voltam a se enfrentar pelo Brasileirão, no Maracanã, e o treinador deve manter o rodízio de atletas.
Além do Vasco, o Botafogo aparece como outro rival que ainda não conseguiu superar o Mengão sob a batuta de Filipe Luís. Em duas partidas – uma pela Supercopa do Brasil e outra pelo Campeonato Carioca – o Mais Querido venceu ambas. A final da Supercopa foi vencida por 3 a 1, enquanto no Carioca, mesmo com time misto, a vitória veio por 1 a 0, com gol decisivo dee Léo Ortiz.
O Fluminense, por sua vez, tem oferecido mais resistência. Em quatro clássicos, houve um triunfo para cada lado e dois empates. O momento mais marcante dessa série foi a final do Carioca, quando o Mengão venceu o jogo de ida por 2 a 1, com Wesley e Juninho balançando as redes. Na volta, apesar de dominar as ações e ter dois gols anulados, o empate sem gols garantiu o título estadual.
Os números dos clássicos falam por si. Contra o Vasco, o Flamengo teve média de 60% de posse de bola e finalizou 48 vezes, contra apenas 19 do adversário. Diante do Botafogo, a média de posse foi de 56%, com 23 finalizações a favor. Já contra o Fluminense, a posse foi ainda maior: 61%. Mesmo com menos gols marcados, o desempenho coletivo mostra controle da maioria dos jogos.
Com estilos bem distintos, ambos os clubes dominam o início do campeonato e reacendem debate sobre quem joga melhor, Comentaristas apontam diferenças
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O Campeonato Brasileiro 2025 começou com tudo, e já na quinta rodada dois dos principais clubes do país dividem a liderança: Flamengo e Palmeiras, ambos com 10 pontos somados. Além de dividirem o topo da tabela, as equipes também são apontadas como favoritas ao título, reacendendo uma velha rivalidade que nos últimos anos virou quase tradição nas disputas nacionais.
O Filipe já deu bons sinais, já escalou alguns degraus, mas o Abel está muito na frente ainda" - disse Silas
Durante o programa F360, da ESPN, os ex-jogadores Zé Elias e Silas analisaram os desempenhos recentes dos dois times, destacando suas características dentro de campo. Enquanto o Rubro-Negro é visto como mais técnico e refinado, o Verdão é descrito como mais intenso e brigador, com força física e imposição como marcas principais.
Silas foi direto ao comparar os estilos. Para ele, o Flamengo tem mais técnica e talento, mas o Palmeiras ganha em dinamismo. “Eu acho que, time por time, o Flamengo é mais técnico. Já o Palmeiras, mais dinâmico. Treinador por treinador, o Palmeiras ainda tira mais do elenco por causa do estilo de jogo”, avaliou.
Na análise do comentarista, a derrota do Mengão para o Central Córdoba ilustra bem essa diferença de abordagem. Silas acredita que seria improvável o Palmeiras sofrer o mesmo resultado, justamente pelo estilo mais combativo e menos plástico. "É muita pegada, muita imposição. Não é um time que se encanta, mas é difícil de bater", completou.
Ao falar especificamente sobre os técnicos, Silas elogiou o trabalho inicial de Filipe Luís, mas deixou claro que Abel Ferreira ainda está num patamar acima. “O Filipe já deu bons sinais, já escalou alguns degraus, mas o Abel está muito na frente ainda”, opinou, ressaltando a bagagem do português em decisões.