ÁRBITROS NO FOCO! VICE-PRESIDENTE DO FLAMENGO CRITICA ATUAÇÃO EM PARTIDA CONTRA O BOTAFOGO

Após a trágica eliminação do Flamengo na Libertadores, diante do Peñarol, o jornalista Renato Maurício Prado, escreveu em sua coluna do 'Uol', questionamentos, para ele, sem respostas, referentes ao trabalho de Tite e da diretoria do Flamengo na atual temporada.

Segue na íntegra:

1. Como um time que precisa ganhar, não chuta a gol? Em duas partidas inteiras, contra o Peñarol (que gasta, com seu futebol, menos que 15% da folha salarial do Flamengo), foram apenas duas finalizações na direção da baliza rival.

2. Como um treinador deixa no banco a contratação mais cara do clube, Carlos Alcaraz, preferindo trocar Fabrício Bruno por David Luiz, como se isso fosse capaz de fazer alguma diferença?

3. Como um treinador que se diz um "camaleão", por "saber jogar de várias formas", atribui o retumbante fracasso de seu trabalho à contusão de um centroavante, Pedro, em função do qual estaria montado todo o esquema do time?

4. Como esse esquema nunca funcionou, mesmo com Pedro em campo, na maior parte da campanha pífia na Libertadores, com derrotas para Bolívar. Palestino e que tais?

5. Como o trabalho de um ano, daquele é considerado por muitos o melhor treinador brasileiro em atividade, foi incapaz de produzir nem sequer um esboço de time com o supostamente melhor elenco do Brasil?

6. Como a defesa inexpugnável do Carioquinha se tornou uma peneira, um queijo suíço, mesmo contando com jogadores reconhecidamente de boa qualidade?

7. Como De La Cruz e Arrascaeta passaram a jogar tão mal? O que há de errado na preparação de ambos?

8. Como Rodolfo Landim e Marcos Braz ainda acham que ganharão suas respectivas eleições com mais um ano colecionando fracassos, como em 2023?

9. Como o Flamengo pode crer que conquistará a Copa do Brasil dando continuidade a trabalho tão pífio?

10. Como Tite ainda não foi demitido?

Gerson lamentou a eliminação do Flamengo para o Peñarol, nesta quinta-feira (26), nas quartas de final da Libertadores. As equipes empataram por 0 a 0 no Uruguai — os uruguaios haviam vencido o jogo de ida por 1 a 0, no Maracanã. O volante falou sobre a ansiedade do Flamengo na busca pelo gol no jogo desta noite e avaliou que a classificação foi perdida no jogo de ida. O que ele disse?

Ansiedade de fazer o gol. Fizemos um bom primeiro tempo, aceleramos o jogo no segundo tempo, entramos no jogo dele. É triste, difícil falar. Frustrado com o resultado, perdemos a classificação na ida, em casa.

Gerson, à ESPN

Eles jogaram as duas séries por uma bola, conseguiram ela e é mérito deles. Foi o que eles planejaram. Difícil falar, é triste, almejávamos coisas. Agora é levantar a cabeça, temos brasileiro e Copa do Brasil pela frente.

Léo Pereira

Revolta fica pelo jogo que fizemos em casa, mas depois que tomamos o gol começamos acelerar muito. Fomos muito impacientes e deixamos a desejar em casa. Aqui nos impomos, não me vem na memória uma chance clara deles. É pedir desculpas para o torcedor, temos mais o restante da temporada, temos que trabalhar firme para conquistar o título na Copa do Brasil ou no Brasileiro.

Fabrício Bruno

O próximo adversário do Flamengo será o Athlético-PR, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro. O duelo está marcado para Às 20h, no Maracanã.

A eliminação do Flamengo na Copa Libertadores não foi um acidente de percurso, mas um reflexo de problemas estruturais e decisões equivocadas que se acumulam há meses. A falta de evolução no desempenho da equipe, somada a escolhas questionáveis da diretoria e à incapacidade de Tite em corrigir deficiências óbvias, acabaram resultando em um fracasso que já se desenhava. Não é surpresa que o time tenha ficado pelo caminho diante do Olimpia, especialmente considerando a postura e o planejamento adotado.

O principal ponto de crítica começa com a montagem do elenco. Desde a lesão de Pedro, o Flamengo carece de um substituto à altura. A opção por manter Carlinhos e Gabriel, o “Gabi-ex-gol”, como alternativas de ataque, mostrou-se um erro grave. Carlinhos é um jovem ainda em desenvolvimento e não deveria ser jogado em uma situação de tamanha pressão. Já Gabriel, outrora protagonista, vive uma fase técnica e emocional muito abaixo do esperado, e não conseguiu se reencontrar no time sob o comando de Tite.

A falta de planejamento ficou evidente quando, ao invés de buscar alternativas no mercado, a diretoria optou por soluções internas que não tinham a capacidade de substituir a presença de Pedro no ataque. Essa confiança desproporcional em peças limitadas custou caro e expôs a ineficiência do setor ofensivo em momentos decisivos. A visão equivocada de que o Flamengo poderia manter o mesmo nível sem o seu principal atacante se mostrou um erro crasso.

A situação piora quando se analisa o desempenho coletivo. O Flamengo, que até então era conhecido por seu estilo de jogo dominante, perdeu essa identidade. O time passou a se tornar previsível e com falhas gritantes na marcação. Sob o comando de Tite, esperava-se um ajuste tático e uma recuperação da confiança. No entanto, isso não aconteceu. Pelo contrário, o time pareceu se perder ainda mais dentro de campo, mostrando falta de organização defensiva e, principalmente, uma ausência de criatividade na construção das jogadas.

Outro ponto de destaque foi a atuação da defesa, que oscilou ao longo de toda a competição. As falhas individuais e a dificuldade de se posicionar corretamente em lances básicos custaram gols importantes e acabaram determinando a eliminação. Jogadores como Fabrício Bruno, que se destacou no Campeonato Brasileiro, não mantiveram o mesmo nível nos jogos decisivos da Libertadores. Isso escancara a necessidade de uma reformulação no setor e a busca por peças que realmente possam agregar em competições de alto nível.