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O Flamengo teve a melhor média de público do Campeonato Brasileiro em 2024, mas os números do sócio-torcedor não traduzem a força dos rubro-negros. Apenas o sétimo clube com a maior base nacional, o clube vê o programa oferecer poucas vantagens mesmo a quem mora o Rio de Janeiro. A diretoria de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, assume o comando com a missão de mudar esse cenário.
Vale ressaltar que Bap e seus pares começam de fato a fazer a transição entre as diretorias nesta semana. Isso porque o presidente Rodolfo Landim não quis adiantar o processo antes da posse, nesta quarta-feira, na Gávea. Só então a nova direção terá acesso a documentos, gastos e outros dados internos para iniciar possíveis mudanças.
O que pensa Bap?
O Fla hoje tem uma base de 77.577 sócios. A prioridade é de quem paga mais caro, não necessariamente quem frequenta mais jogos. Para finais e duelos importantes, por exemplo, os ingressos sequer chegam em planos mais acessíveis, mesmo que o torcedor vá a todas as partidas do ano.
O plano de Bap é reformular o conceito do programa de sócio do Flamengo. Entre as ideias estão tornar a plataforma uma forma ampla de relacionamento com os clientes, agregar valor com descontos em produtos licenciados ou "CoBranded" desenvolvidos pelo clube, além de melhorar a experiência do usuário com facilidade de interação.
A nova gestão também pretende avaliar a possibilidade da criação de uma categoria popular no sócio. Outra medida será comprar a carga de ingressos como visitante para revender no próprio site, atendendo melhor aos sócios e aos torcedores locais.
Há uma ideia de gerar benefícios para quem, por exemplo, não usufrui dos ingressos. Transformar o programa não só em uma plataforma de venda de bilhetes, mas expandir. Muitas pessoas são sócias de fora do Rio de Janeiro e têm poucas ou nenhuma oportunidade de ver o time jogar presencialmente.
Um dos principais objetivos expostos pela chapa era potencializar os ganhos do Fla no mundo digital. Seja com o sócio, as redes sociais ou a FlaTV. Bap entende que o clube explorou mal a expansão da marca.
"O Flamengo faz muito pouco dinheiro no mundo digital. Qualquer influencer hoje que tem um milhão de seguidores faz um valor razoável de faturamento por mês. O Flamengo tem 37 milhões de seguidores únicos de redes sociais e não monetiza isso. O clube não faz nenhuma conexão entre os produtos que licencia e o consumo associado da sua torcida ou dos sócios-torcedores. A gente tem que fazer essa conexão. O Flamengo tem que desenvolver conteúdo dentro de casa, ser como uma Disney. Criar conteúdo em cima do que tem no departamento de futebol e colocar isso na FlaTV. Tem alternativas do que você pode e deve fazer com o clube que podem gerar mais receitas", disse Bap em entrevista ao portal 'UOL' em 5 de novembro
A ideia também é que o clube aproveite o novo estádio para mudar os planos. Isso ainda será estudado com mais calma. Bap, seus pares e potenciais parceiros já conversam sobre as ideias para o programa como um todo há 90 dias.
"Um dos temas mais falados sobre o sócio-torcedor é a possibilidade de ter direito a voto. Bap não quis opinar sobre um aumento do colégio eleitoral do Flamengo. "É um assunto que cabe ao sócio decidir, não sou dono do Flamengo e nem mais importante do que ninguém", disse.
Esse conceito emocional de 45 milhões de caras que são, em tese, donos do Flamengo não é o que reza o estatuto do clube. Ou você tem um argumento muito bom para esses 6, 7 mil sócios que votam, ou isso não vai mudar. A renovação do quadro de associados do Flamengo nos últimos 12 anos foi incrível. Tem um clube muito mais moderno, vibrante, com mais gente nova, novos pensamentos. Já aprendi que a opinião que temos isolada tem pouco valor, ainda mais quando se trata de um assunto tão sensível quanto esse.
Bap foi um dos responsáveis pela criação do programa de sócio-torcedor no início da gestão de Eduardo Bandeira de Mello. Ele era vice-presidente de marketing do Flamengo. Na época, defendeu a política de ingressos mais caros para incentivar a associação e também de mandar jogos fora do Rio para arrecadar mais.
O goleiro comentou com bom humor a fama que ganhou entre os rubro-negros nas redes: a de “goleiro que aparece contra o Mengão"
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A fama de Manuel Neuer entre os flamenguistas precede qualquer confronto em campo. A ironia nas redes sociais de que “todo goleiro vira o Neuer contra o Flamengo” se transformou em realidade nesta semana, durante a derrota por 4 a 2 do Rubro-Negro para o Bayern, nas oitavas da Copa do Mundo de Clubes. Mesmo aos 39 anos, o camisa 1 alemão mostrou reflexo e elasticidade ao defender um chute forte de Luiz Araújo ainda no primeiro tempo, quando o Flamengo tentava reagir após um início ruim na partida.
Na zona mista após o confronto, Neuer comentou a brincadeira dos brasileiros com bom humor e aproveitou para elogiar a postura da torcida do Flamengo nos Estados Unidos.
Neuer tem seu ponto de vista na temporada: “Estou muito orgulhoso. Certamente os torcedores do Flamengo foram bastante respeitosos."
A fala foi recebida com simpatia pelos torcedores, que repercutiram a entrevista nas redes sociais, desta vez com elogios ao goleiro e ao espírito esportivo após a vitória do Bayern. O Rubro-Negro teve um início ruim no confronto em Miami. Com dois gols sofridos nos primeiros 20 minutos — sendo um contra de Erick Pulgar a equipe de Filipe precisou correr atrás do prejuízo.
Gerson, com um belo chute de fora da área, e Jorginho, aproveitando pênalti na área, chegaram a colocar o Flamengo de volta na partida. Mas as falhas defensivas se repetiram, e o Bayern aproveitou para marcar mais duas vezes e selar a classificação. A partida contra o Bayern pode ter marcado a despedida de Gerson com a camisa do Flamengo.
O volante, que vem sendo monitorado por clubes europeus e asiáticos, não esconde o desejo de uma nova experiência fora do Brasil. A diretoria rubro-negra, por ora, não confirma propostas oficiais, mas admite que o jogador é um dos ativos mais valorizados do elenco.
Torcida questiona decisões do treinador em derrota por 4 a 2 para o Bayern de Munique; Rubro-Negro está fora do Mundial de Clubes 2025
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O Flamengo deu adeus ao Mundial de Clubes 2025 neste domingo (29), após ser derrotado por 4 a 2 pelo Bayern de Munique, no Hard Rock Stadium, em Miami. A eliminação gerou forte repercussão nas redes sociais, com a torcida criticando a postura do técnico Filipe Luís, especialmente pela demora em promover alterações na equipe.
Torcedor na rede social, "X", sobre o treinador do Flamengo: “Difícil entender algumas escolhas."
O Rubro-Negro saiu atrás no placar ainda nos primeiros minutos e foi para o intervalo perdendo por 3 a 1. O técnico Filipe Luís optou por manter a mesma formação no retorno para o segundo tempo, o que foi o estopim para a revolta da torcida. Nas redes sociais, o nome do treinador esteve entre os mais comentados.
Muitos torcedores questionaram o motivo de jogadores como Bruno Henrique e Ayrton Lucas não terem sido acionados mais cedo, principalmente diante de um adversário de alto nível e com intensidade elevada. Entre os nomes mais citados, o meia uruguaio Giorgian De Arrascaeta foi o principal alvo. Em uma tarde pouco inspirada, o camisa 14 teve desempenho abaixo da média, mas foi mantido até os minutos finais.
"Inacreditável ele voltar com o De Arrascaeta para o segundo tempo", reclamou um torcedor. “Difícil entender algumas escolhas do Filipe Luís”, comentou outro. A insistência do treinador em não fazer mudanças no intervalo causou estranhamento geral, até entre jornalistas e analistas de desempenho. Outro ponto de destaque foi a pouca minutagem de Bruno Henrique.
O atacante, conhecido por sua velocidade e capacidade de mudar o ritmo do jogo, entrou apenas nos instantes finais, quando o Flamengo já tinha pouca margem de reação. "Não entendo por que o Filipe Luís sempre insiste em colocar o Bruno Henrique nos finais do 2º tempo", desabafou um rubro-negro no X (antigo Twitter). A torcida entende que, mesmo aos 34 anos, Bruno ainda é decisivo em jogos grandes, especialmente quando há espaço nas transições ofensivas.
Comentarista aponta erro repetido e relembra goleada no Carioca de 2023; Filipe Luís responde em coletiva sobre a intensidade do clube alemão
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Felipe Melo, comentarista do SporTV, analisou a eliminação do Flamengo diante do Bayern de Munique na Copa do Mundo de Clubes com olhar crítico à estratégia da equipe. Para ele, o Rubro-Negro repetiu erros antigos ao insistir na saída curta de bola, mesmo diante de uma equipe que pressiona com intensidade.
Felipe Melo abre o jogo sobre a eliminação do Mais Querido: “O Flamengo errou."
Segundo ele, mesmo diante de um adversário tecnicamente superior, o Flamengo poderia ter tido uma leitura de jogo mais adequada ao cenário da partida. Felipe retomou um momento marcante da passagem de Filipe Luís como jogador: a perda do título estadual para o Fluminense em 2023. Na ocasião, o Tricolor impôs uma goleada de 4 a 1 com forte pressão na saída de bola rubro-negra.
A crítica se estendeu para o jogo contra o Bayern, em que o Flamengo sofreu quatro gols, dois deles originados em erros na saída de bola. O ex-jogador do clube abre o jogo: “O Flamengo errou. Lembro quando o Filipe Luís ainda era jogador, na final do Carioca contra o Fluminense. Perdeu de 4 a 1 porque não entendeu o jogo”, disse Felipe.
Apesar das críticas, Felipe Melo não deixou de reconhecer a competitividade do Flamengo durante a semifinal. Ele citou o gol marcado e os momentos de domínio rubro-negro antes do terceiro gol alemão. Na coletiva pós-jogo, Filipe Luís tratou de responder, de forma indireta, às críticas. O técnico reconheceu os erros na saída de bola, mas explicou que as alternativas foram neutralizadas pelo Bayern.
Filipe destacou a intensidade do Bayern na recuperação da posse como um dos principais obstáculos enfrentados pela equipe rubro-negra. Segundo ele, mesmo tentando variar o estilo de jogo, o adversário não dava espaço para alternativas. Mesmo com os erros que resultaram em gols, o treinador reforçou que a ideia de manter a posse e construir desde trás faz parte da filosofia do time. Segundo ele, a opção foi consciente, mesmo diante dos riscos.