Futebol
13 Jul 2024 | 15:53 |
O projeto de construção estádio do Flamengo começa a despertar um debate público sobre a desapropriação feita pela prefeitura do Rio para viabilizá-lo. Essa discussão é válida, saudável e necessária quando se fala de um empreendimento que teve participação da administração pública e tem impacto na cidade. Mas boa parte das críticas ao projeto até agora têm sido marcadas pela hipocrisia e preguiça.
Primeiro, para entender o contexto, a Prefeitura do Rio decidiu desapropriar o terreno do Gasômetro, no Centro da cidade, com o objetivo de vendê-lo ao Flamengo. O valor do leilão tem lance mínimo de R$ 138 milhões. Essa medida ocorreu depois de fracassarem as negociações sobre a área entre o Flamengo e a Caixa Econômica. O banco é o gestor do fundo que é dono do terreno - fundo este que tem recursos do FGTS.
O fundo passou a existir no projeto do Porto Maravilha, feito para a Olimpíada do Rio-2016. Foi elaborado pela Prefeitura do Rio, com participação da Caixa, com operações em torno de terrenos e direitos construtivos. É uma ideia para desenvolver a degradada região: vingou só em parte até agora. Agora, a justificativa da prefeitura é que o estádio iria, enfim, turbinar o projeto estagnado.
Pois bem, as críticas em torno do projeto têm dois polos: 1) torcedores de outros times envolvidos no futebol que veem favorecimento da prefeitura ao Flamengo 2) Especialistas que entendem que urbanisticamente o projeto é ruim para a Rio.
Em relação ao primeiro polo, há uma enorme hipocrisia. É preciso que se diga que, sim, a medida do prefeito Eduardo Paes é um benefício ao Flamengo que não seria dado a uma empresa qualquer.
Mas o poder público, no Rio e em São Paulo, tem favorecido os clubes de futebol com diversas medidas. Todos os times grandes das capitais tiveram alguma ajuda:
1) Corinthians - terreno da Neo Química doado, títulos da prefeitura (do orçamento municipal) de R$ 400 milhões para construção do estádio, juros subsidiados do BNDES para empréstimo, desconto de imposto federal na obra, intermediação da Caixa na operação, carência para pagamento e não execução após falhas em quitar.
2) São Paulo - CT da Barra Funda em terreno público, com concessão da prefeitura
Atacante manifesta desejo de deixar a Gávea, mas vencimentos elevados restringem mercado nacional; fonte do CRF descarta proposta oficial
22 Dez 2025 | 19:04 |
O futuro de Michael no Flamengo para a temporada de 2026 é incerto, mas a saída do atacante não será uma operação simples. Embora exista o interesse mútuo entre jogador e clube pelo fim do vínculo, os valores envolvidos nas tratativas surgem como uma barreira significativa. Michael deseja respirar novos ares no próximo ano, mas o alto salário que recebe atualmente dificulta a sua permanência no futebol brasileiro, restringindo drasticamente o número de equipes capazes de arcar com seus vencimentos.
Recentemente, especulações deram conta de que o Cruzeiro estaria à frente de Corinthians e Internacional na corrida pela contratação do ponta, inclusive com conversas avançadas. No entanto, a apuração aponta para um cenário diferente nos bastidores da Toca da Raposa. Uma fonte ligada ao clube carioca foi direta ao negar a existência de qualquer oferta formal neste momento: “Não chegou nada”, garantiu.
A mesma fonte, contudo, reconheceu a complexidade do negócio para o mercado interno, citando que a realidade financeira exigida pelo atleta é acessível a pouquíssimas agremiações no país. “No Brasil, talvez só Cruzeiro e Palmeiras consigam arcar”, avaliou, indicando que, embora a Raposa tenha poderio financeiro, nenhuma movimentação concreta foi realizada até agora.
A motivação para a saída de Michael passa pelo desempenho técnico e pelo planejamento do Flamengo. O atacante teve uma temporada discreta em 2025, somando 29 partidas, com apenas dois gols e quatro assistências. No segundo semestre, perdeu espaço na rotação e deixou de figurar nos planos do técnico Filipe Luís para o ciclo de 2026.
A diretoria rubro-negra vê com bons olhos a negociação para aliviar a folha salarial e abrir espaço no elenco. Todavia, diante das dificuldades financeiras apresentadas pelo mercado brasileiro para absorver o contrato do jogador, o futebol do Oriente Médio surge novamente como uma opção viável. O destino internacional pode ser a solução para conciliar o desejo de saída do atleta com a necessidade de manter o patamar financeiro atual.
Diretor de futebol explica estratégia para 2026, cita limitações do mercado sul-americano e destaca importância de atletas experientes para suportar a pressão
22 Dez 2025 | 18:50 |
Após uma temporada histórica em 2025, o Flamengo já iniciou o planejamento do elenco para o próximo ano. A diretoria definiu que manterá a estratégia de buscar jogadores “prontos” e com mentalidade europeia, modelo que sustentou o sucesso recente. A diretriz foi confirmada por José Boto, diretor de futebol, em entrevista nesta segunda-feira (22).
Em seu primeiro ano à frente do departamento, Boto explicou que o clube não pretende apostar em promessas para o time principal neste momento. A prioridade é contratar atletas experientes, capazes de entregar desempenho imediato e lidar com o alto nível de cobrança que envolve o ambiente rubro-negro.
“O mercado sul-americano é pequeno para a realidade e cultura do Flamengo. Não quer dizer que não haja jogadores com muito potencial no Brasil, Equador ou Argentina. Mas, no Flamengo, é preciso trazer jogadores prontos para jogar e para a pressão que é, pois influencia muito. Se não lidar bem com a pressão, vai ter dificuldades. Jogadores com mais experiência suportam isso melhor”, afirmou o diretor de futebol do Flamengo.
Para o dirigente, o mercado sul-americano oferece talentos, mas nem sempre atende às exigências do Flamengo. Segundo ele, a pressão da camisa e a necessidade de resultados rápidos limitam as opções locais, tornando a experiência um fator decisivo na escolha dos reforços.
Outro ponto destacado é a valorização do chamado “treino invisível”. Hábitos profissionais fora de campo, como alimentação, descanso e recuperação, fazem parte do perfil buscado. Contratações como Danilo, Jorginho e Alex Sandro foram citadas como exemplos positivos de influência no elenco.
Em 2025, o Flamengo investiu mais de R$ 450 milhões em sete reforços de peso. Para 2026, a prioridade é renovar com o técnico Filipe Luís e buscar contratações pontuais, com foco na chegada de um zagueiro e de um goleiro para fortalecer o setor defensivo.
Clube carioca propôs abater valores pendentes da venda do volante somados a uma quantia em dinheiro, mas diretoria colorada considera a oferta insuficiente
22 Dez 2025 | 18:14 |
O Flamengo encontrou resistência em sua primeira investida para contratar o zagueiro Vitão, do Internacional. Com a defesa como prioridade para o planejamento de 2026, o Rubro-Negro tentou uma composição financeira estratégica para viabilizar o negócio, utilizando créditos que possui contra o próprio clube gaúcho.
No entanto, a diretoria do Colorado rejeitou os moldes apresentados e manteve sua pedida original pelo defensor de 25 anos. A negociação, que envolve cifras milionárias e pendências antigas, expõe a complexa relação financeira entre as duas agremiações, marcada pela transferência do volante Thiago Maia na temporada passada.
Segundo informações apuradas pelo jornalista Venê Casagrande e confirmadas pela rádio Itatiaia, o Flamengo colocou na mesa uma oferta total avaliada em 8,7 milhões de euros. A engenharia financeira proposta pelos cariocas dividia-se em duas partes: o pagamento de 4 milhões de euros em dinheiro e o abatimento de 4,7 milhões de euros referentes à dívida (com juros corrigidos) que o Inter possui pela compra de Thiago Maia.
A intenção da diretoria da Gávea era resolver duas questões em uma única operação: reforçar a zaga com um nome aprovado pelo diretor de futebol José Boto e, simultaneamente, liquidar um passivo difícil de receber. Contudo, a cúpula do Internacional não aceitou os termos, considerando o valor de mercado de Vitão superior ao oferecido.
O Internacional adota uma postura rígida nas tratativas. O clube de Porto Alegre sinalizou que só aceita abrir negociações para a saída de Vitão por um valor mínimo de 10 milhões de euros (aproximadamente R$ 65,4 milhões na cotação atual). O zagueiro tem contrato válido no Beira-Rio até dezembro de 2026.