Futebol
19 Fev 2024 | 21:06 |
Como gerente técnico do Fla, Juan tinha acesso privilegiado para conectar o trabalho da comissão técnica e dos jogadores à diretoria de futebol. Desde os tempos de Jorge Jesus, ele era uma espécie de memória viva do que se tentou fazer em termos táticos no clube. Mas a aplicação disso dependia do treinador em questão.
Juan era o único membro do clube que assistia aos treinos de Jorge Jesus por completo. O treinador não gostava de exibir seus métodos para além dos próprios comandados. Mesmo membros do conselho do futebol tinham restrições. Juan era exceção.
Ao longo do tempo, o ex-zagueiro passou a anotar e registrar o que via em campo. Quando a comissão técnica mudou, ele apresentava aos treinadores o que era feito para ver se o novo comandante incorporaria algo desse "legado". Mas os técnicos substitutos, segundo o UOL, quiseram exercer um trabalho mais autoral e não deram muita bola para estabelecer a continuidade.
Juan tinha liberdade para falar aos treinadores sobre as experiências com jogadores em períodos anteriores no time principal ou na base. Se determinado nome funcionou ou não em uma determinada função em campo, como era o comportamento dele e o que se via quando ele estava no sub-20, por exemplo.
Ao longo dos anos, o grau de integração entre Juan e as comissões técnicas variou de acordo com a nacionalidade. Os brasileiros conseguiram trazê-lo mais para perto - foi assim ultimamente com Tite, por exemplo. Com os estrangeiros, até por não fazer parte da comissão original que vinha do exterior, o grau de entrosamento era menor.
Juan tinha abertura não só pelos poderes dados pela diretoria, mas porque os técnicos não viam nele um concorrente. Logo, abrir as estratégias para Juan não significaria tomar "bola nas costas" em um futuro próximo.
Com a diretoria, Juan se reportava diretamente a Bruno Spindel, o executivo de futebol. A experiência do ex-jogador foi importante para avaliar o potencial de alguns nomes, como João Gomes, que esteve à beira de ser vendido antes de estourar no time principal.
Um dos conselhos de Juan à diretoria foi manter o volante por mais tempo. João Gomes ficou, foi importantíssimo na temporada em que o Fla ganhou a Libertadores e Copa do Brasil com Dorival, em 2022. A negociação para o Wolverhampton, ao fim das contas, rendeu ao clube R$ 103 milhões.
Ultimamente, essa visão de potencial se repetiu com Igor Jesus. Juan também defendeu a permanência do volante, que neste início de temporada tem se destacado — embora ainda não seja titular.
Juan atuou desde 2019 como gerente técnico do Flamengo e agora trabalhará em uma função no organograma da CBF que ficará entre o coordenador geral Rodrigo Caetano e o técnico Dorival Júnior.
Juan e Dorival vão conversar melhor quando o técnico retornar da Europa, após período de visita a jogadores que podem ser convocados. Mas já se sabe que Juan vai atuar mais próximo ao trabalho de campo de Dorival, assim como observação de selecionáveis.
Juan esteve na CBF na última sexta-feira, quando Rodrigo Caetano foi apresentado. A confirmação da saída do Flamengo veio no dia seguinte.
O camisa 10 do Rubro-Negro analisou o revés nos pênaltis na final da Copa Intercontinental, elogiou a qualidade técnica dos franceses
17 Dez 2025 | 19:30 |
Após a dolorosa derrota nos pênaltis para o Paris Saint-Germain na decisão da Copa Intercontinental, o meio-campista Arrascaeta concedeu entrevista na zona mista do Estádio Ahmad Bin Ali. O ídolo uruguaio, peça central na engrenagem do time comandado por Filipe Luís, não escondeu o orgulho pela temporada histórica realizada pelo Flamengo, mas foi sincero ao analisar os fatores que impediram a conquista do bicampeonato mundial no Catar.
Para o jogador, a questão física pesou contra os brasileiros nos momentos decisivos. Arrascaeta fez questão de exaltar a campanha rubro-negra e a competitividade demonstrada diante de uma das potências financeiras do futebol europeu. O jogador reconheceu a qualidade técnica superior do adversário, mas identificou o cansaço acumulado como o fiel da balança.
"Fizemos uma campanha incrível, chegamos na final, competimos contra uma das melhores equipes do mundo. São tecnicamente melhores que nós, sabíamos disso", avaliou o camisa 10. Segundo ele, o desgaste da maratona de jogos foi determinante: "Fisicamente também estamos um pouco desgastados. Acredito que foi isso o diferencial, faltou um pouco no final do jogo para buscar a virada. Mas não tem o que reclamar, quem entrou deu o seu melhor."
Sobre a dinâmica da partida, o uruguaio detalhou a mudança de comportamento da equipe após o intervalo. O Flamengo, que sofreu no primeiro tempo, conseguiu equilibrar as ações na etapa complementar. Foi de Arrascaeta a jogada individual que resultou no pênalti sofrido e posteriormente convertido por Jorginho.
"A gente tentou encaixar melhor a marcação, mas ainda é uma equipe que movimenta muito. No segundo tempo fomos bem melhor, no primeiro tivemos dificuldade", explicou. Mesmo com a reação, ele reiterou que a exaustão impediu uma pressão maior no fim: "Conseguimos o empate e acredito que faltou um pouquinho de perna para tentar a virada."
Meio-campista, que marcou o gol de empate no tempo normal, lamenta falta de lucidez nas cobranças de pênalti e analisa o impacto da exaustão após maratona
17 Dez 2025 | 18:30 |
Flamengo encerrou o sonho do bicampeonato mundial nesta quarta-feira (17) ao ser superado pelo Paris Saint-Germain nos pênaltis, após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar e na prorrogação. Logo após o apito final em Doha, o volante Jorginho, um dos destaques da equipe carioca na partida, concedeu entrevista e apontou o cansaço extremo como o principal adversário do Rubro-Negro nos momentos decisivos da final.
Autor do gol de pênalti que garantiu a igualdade no placar aos 16 minutos do segundo tempo, Jorginho analisou a performance coletiva. Para o camisa 5, a entrega do time foi total, mas o desgaste acumulado ao longo dos 120 minutos pesou na hora das cobranças alternadas.
"Pode ter sido um reflexo disso também [cansaço]. Você chega depois de ter corrido tanto. O time entregou muito, tanto que eu falei para os meninos que era hora de tentar recuperar o máximo de energia possível. É um momento que precisa ter lucidez e infelizmente não saímos com a vitória que desejávamos tanto", desabafou o jogador, que foi substituído na reta final da partida e assistiu à disputa do banco de reservas.
A disputa de pênaltis foi marcada por tensão e erros técnicos. O goleiro Rossi chegou a manter o Flamengo vivo ao defender duas cobranças dos franceses. No entanto, o aproveitamento dos batedores do time de Filipe Luís foi abaixo da crítica. Saúl, Pedro, Léo Pereira e Luiz Araújo desperdiçaram suas oportunidades, permitindo que a equipe de Luis Enrique conquistasse o título inédito do Mundial.
Apesar da frustração com o vice-campeonato mundial, o balanço da temporada de 2025 permanece extremamente positivo para a Gávea. O elenco rubro-negro encerra o calendário com quatro troféus na bagagem: Campeonato Carioca, Supercopa do Brasil, Conmebol Libertadores e o Campeonato Brasileiro. A derrota no Catar impede a "quíntupla coroa", mas não apaga o ano dominante do time comandado por Filipe Luís.
Derrota nos pênaltis para o PSG rende 4 milhões de dólares aos cofres rubro-negros; clube encerra temporada mágica com mais de R$ 440 milhões acumulados
17 Dez 2025 | 17:33 |
O Flamengo encerrou sua participação na Copa Intercontinental com o vice-campeonato após ser superado pelo Paris Saint-Germain (PSG) na disputa de pênaltis, nesta quarta-feira (17). Apesar da frustração esportiva por não conquistar o bicampeonato mundial, o resultado garantiu um aporte financeiro significativo para o clube.
A segunda colocação no torneio realizado no Catar rendeu aos cofres da Gávea a quantia de 4 milhões de dólares, o que corresponde a aproximadamente R$ 22 milhões na cotação atual. O título ficou com o clube francês, que, além da taça inédita, levou para casa o prêmio máximo de 5 milhões de dólares (cerca de R$ 27,5 milhões).
A campanha do time comandado por Filipe Luís até a final foi financeiramente recompensadora. O Rubro-Negro iniciou sua trajetória vencendo o Cruz Azul (MEX) por 2 a 1, com brilho de Arrascaeta, e garantiu vaga na decisão ao bater o Pyramids por 2 a 0, com gols de Léo Pereira e Danilo.
Com o encerramento do calendário, o Flamengo contabiliza um ano histórico também no aspecto financeiro. Somando o valor recebido pelo vice na Copa Intercontinental, o clube atingiu a marca de R$ 444,3 milhões arrecadados apenas com premiações na temporada de 2025.
A maior fatia desse montante veio da conquista do tetracampeonato da Libertadores, que injetou R$ 178,8 milhões no orçamento. Outro destaque foi a participação no Mundial de Clubes (formato anterior/expandido), que rendeu R$ 150,6 milhões.