DIREÇÕES DO FLAMENGO E DO BOTAFOGO MOSTRAM A DIFERENÇA ENTRE UMA ADMINISTRAÇÃO PROFISSIONAL E CIENTÍFICA DO FUTEBOL E, O PASSADO, DE DECISÕES INTUITIVAS

Talvez, enquanto o Flamengo ainda tiver muito mais dinheiro que o Botafogo dê para ter alguma competição, apesar da supremacia dos 15 pontos no Campeonato Brasileiro. Mas, quando isso não for mais uma realidade, o que pode acontecer?

Muitos perguntam como, no Campeonato Brasileiro de 2023, o Flamengo - um clube bilionário, com faturamento astronômico e com um elenco recheado de craques consagrados e desejados - está 15 pontos atrás do Botafogo - um clube com orçamento muito inferior ao do seu rival, com jogadores de qualidade mas até então desconhecidos e um time tão bem montado. 

Será que não basta ter dinheiro para que se assuma o protagonismo nos Campeonatos? Será que bilhões não são suficientes para que se garanta títulos?

Vamos lá! Há um fator decisivo de gestão: o Botafogo é um clube que pertence a um empresário, que não quer jogar o seu dinheiro fora!

Para John Textor, dono do Glorioso, todos os seus clubes não são apenas “brinquedinhos” em suas mãoes para que ele possa expressar suas vaidades, como acontece atualmente com Rodolfo Landim, Presidente do Flamengo, e o futebol rubro-negro.

Todas as escolhas pessoais e das empresas de Textor são feitas através de um competente trabalho de scout, e baseadas em estatísticas e informações científicas.

Em contrapartida, o Flamengo contrata Cebolinhas. Ou seja, contrata nomes que acalmarão a torcida em tempos de turbulência. No caso de Everton Cebolinha, especificamente, a contratação foi feita sem observação científica e entendimento de seu fracasso em Portugal, por exemplo.

Também é possível falar da falta de profundidade na contratação de alguns dos treinadores do Flamengo! Landim contratou o auxiliar Domènec Torrent - só porque havia trabalhado com Guardiola; contratou Paulo Sousa - que não é reconhecido como técnico nem em Portugal; contratou Vítor Pereira - já que também é português e havia disputado campeonatos no Brasil; e, mais recentemente, contratou Jorge Sampaoli - por ser um bom nome no mercado e por querer este profissional no rubro-negro.

Na última seleção e contratação para técnico do Flamengo, concorriam ao cargo Jorge Jesus e Jorge Sampaoli - técnicos antagônicos no que se refere a como pensam o Futebol, como montam suas equipes e como gerem seus grupos. Isso mostra de forma clara o total desconhecimento e a falta de planejamento estratégico do clube.

No fim, a opção por um ou por outro se deu por não quererem esperar 1 mês pelo treinador mais adequado ao elenco. Não foi tática, não foi técnica, não foi por perfil, não foi por nenhum requisito importante…

No Botafogo, por sua vez, escolheram cientificamente o técnico Luís Castro. O clube esperou 5 meses, mantendo um interino no cargo até que ele pudesse assumir. Não havia segunda opção! Eles tinham certeza científica do que queriam, do perfil profissional que buscavam e dos resultados que esperavam alcançar com este profissional.

Na saída de Luís Castro, trouxeram Bruno Lage - um treinador com as mesmas características e competências do anterior e totalmente orientado para dar continuidade ao trabalho.

Talvez, enquanto o Flamengo ainda tiver muito mais dinheiro que o Botafogo dê para ter alguma competição, apesar da supremacia dos 15 pontos no Campeonato Brasileiro. Mas, quando isso não for mais uma realidade, o que pode acontecer?