Futebol
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0Nos últimos 24 anos, o Flamengo não conseguiu manter estabilidade no comando técnico. Desde o início do século XXI, o clube já contou com 40 técnicos diferentes, demonstrando um padrão de mudanças frequentes e uma clara falta de continuidade. Em apenas uma oportunidade o Rubro-Negro conseguiu iniciar e encerrar uma temporada com o mesmo comandante: Vanderlei Luxemburgo, em 2011. Essa realidade contrasta com o que se espera de uma equipe de alto nível, principalmente no futebol brasileiro, onde a manutenção de um técnico é frequentemente associada a um ambiente mais estável e propício para a conquista de títulos.
No caso do Flamengo, o número elevado de trocas reflete um cenário de pressão intensa por resultados imediatos e a falta de paciência com projetos a longo prazo. Mesmo em momentos de sucesso, como nas temporadas de 2019 e 2022, quando o clube conquistou títulos importantes, as mudanças no comando seguiram sendo uma constante. O cenário é ainda mais complexo quando observamos que, entre esses 40 técnicos, estão grandes nomes do futebol brasileiro, como Joel Santana, Dorival Júnior e Abel Braga, que, apesar de certa experiência e reputação, também não resistiram às oscilações de desempenho e às expectativas da diretoria e da torcida.
FLAMENGO TEM INSTABILIDADE COM TREINADORES
Mesmo a passagem de Jorge Jesus, que teve um enorme impacto positivo em 2019, durou apenas uma temporada completa. Além disso, o Flamengo não só mudou os treinadores com frequência, mas também investiu em estruturas de apoio e diferentes perfis de comissão técnica. Houve momentos em que o clube apostou em nomes estrangeiros, como o espanhol Domènec Torrent e o português Paulo Sousa, na tentativa de implementar uma nova filosofia de trabalho. Porém, essas experiências tiveram curta duração e, no final das contas, acabaram por reforçar a instabilidade.
Com tantas mudanças, fica difícil estabelecer um padrão de jogo consistente e construir um time sólido. A instabilidade no comando técnico muitas vezes se reflete em campo, onde o time oscila em termos de desempenho. A falta de continuidade impacta a relação entre elenco e treinador, a confiança dos jogadores e até mesmo a adaptação dos atletas ao esquema tático proposto. Cada novo técnico traz suas ideias, métodos e estilo de jogo, o que exige tempo para adaptação e assimilação.
Por exemplo, na temporada de 2020, o Flamengo passou pelas mãos de três treinadores: Jorge Jesus, Domènec Torrent e Rogério Ceni, o que gerou um período de instabilidade e fez o clube perder o ritmo em algumas competições. Essa sequência de trocas comprometeu o desempenho em algumas ocasiões e aumentou a pressão por resultados imediatos. A rotatividade constante também é prejudicial para a formação de uma identidade tática e um modelo de jogo. As equipes que alcançam maior sucesso a longo prazo geralmente têm estabilidade no comando, permitindo um planejamento estratégico mais coerente. No Flamengo, essa condição é rara, e a lista de nomes que passaram pelo comando nos últimos anos mostra o impacto de uma gestão que busca soluções rápidas para problemas que exigiriam um trabalho mais contínuo.
O ex-goleiro comandou o Mais Querido na conquista do Campeonato Brasileiro de 2020, mas permaneceu no cargo por causa do VP
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0O Flamengo não conquista o Campeonato Brasileiro há quatro anos. A última vez em que o Mais Querido levantou o troféu foi em 2020, quando era comandado por Rogério Ceni. Porém, por muito pouco o ex-goleiro não saiu antes do fim do torneio. Segundo Marcos Braz, o atual técnico do Bahia pediu demissão em duas oportunidades.
" Rogério Ceni me pediu duas vezes para ser demitido antes de ser campeão brasileiro. Duas vezes no vestiário. Flamengo não tinha sido campeão de nada com ele, a gente estava no Brasileirão, que se estendeu para o outro ano (2021)", disse Marcos Braz, no podcast ‘Benja me Mucho’, do comunicador Benjamin Back.
"Tivemos jogos contra Ceará e Fluminense, não me recordo, a gente perde o jogo, na sala ele diz ‘Marcos, não estão entendendo o que quero falar, acho que estou atrapalhando e quero sair’. Eu falei ‘você não vai sair, nosso último jogo é contra o São Paulo no Morumbi, vamos ser campeões dentro do Morumbi, onde você foi campeão a vida toda’‘, acrescentou Braz.
ROGÉRIO CENI MANTIDO NO CARGO
Vale lembrar que nas rodadas 28 e 29 do Brasileirão de 2020, o Flamengo sofreu duas derrotas seguidas no Maracanã, para Fluminense e Ceará. Com a sequência, a equipe seguia longe do então líder São Paulo, ocupando a quarta colocação. Assim, Rogério Ceni sofreu muita pressão da imprensa e dos jornalistas, mas Braz o manteve no cargo.
Logo depois, a declaração de Marcos Braz se concretizou. Na penúltima rodada, o Internacional visitou o Mais Querido e estava uma vitória do título com um duelo de antecedência. A equipe gaúcha até saiu na frente, com Edenílson. No entanto, Arrascaeta e Gabigol viraram o confronto e deixaram o Rubro-Negro na boa.
Desse modo, para a penúltima rodada, o Mais Querido chegou com dois pontos de vantagem para o Internacional. O time gaúcho vacilou em casa e só empataram com o Corinthians. Já o Flamengo levantou a taça, mesmo com a derrota para o São Paulo.
Lomba venceu Álvaro Ferreira na eleição realizada nesta segunda-feira (16), na Gávea
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0Depois da vitória de Luiz Eduardo Baptista para a presidência do Flamengo na última semana, o rubro-negro carioca passou por novas eleições nesta segunda-feira (16). Dessa vez, os sócios do clube escolheram Ricardo Lomba como novo presidente do Conselho Deliberativo para o triênio 2025-2027. O vice-presidente de futebol do Rubro-Negro na gestão Eduardo Bandeira de Mello derrotou Álvaro Ferreira por 943 votos a 171.
Lomba conta com o apoio de Luiz Eduardo Baptista, eleito presidente do Flamengo, e também de Maurício Gomes de Mattos, terceiro colocado nas eleições rubro-negras da semana passada. Além disso, o vencedor desta segunda-feira (16) conta com os suportes dos ex-mandatários Márcio Braga e Eduardo Bandeira de Mello. Por outro lado, Álvaro faz parte do grupo ‘Nosso Fla’, de apoio à candidatura de Rodrigo Dunshee, aliado de Landim no pleito principal.
Mas afinal, quem é Ricardo Lomba?
Novo presidente do Conselho Deliberativo, Ricardo Lomba tem 56 anos e assume a pasta com Sílvio Bastos como vice. Atualmente, ocupa o cargo de funcionário da Receita Federal e Inspetor-Chefe na Alfândega do Rio de Janeiro. Além de ser homem forte da gestão Bandeira de Mello, em 2018, o eleito é graduado em engenharia elétrica e tem pós-graduação em direito tributário e finanças públicas.
Em 2018, Lomba disputou a presidência do Flamengo para suceder Bandeira de Mello. Porém, o então candidato perdeu para Rodolfo Landim, que ficou à frente do clube nos últimos seis anos. O atual mandatário, inclusive, cogitou disputar a presidência do Conselho Deliberativo, mas recuou.
O que faz esse tal de Conselho deliberativo?
A vitória de Lomba também pode ser considerada um triunfo de Bap. Afinal, a eleição do Conselho Deliberativo é responsável por aprovar ou não as ideias do presidente do clube. Desse modo, como Luiz Eduardo Baptista planeja realizar a reforma do estatuto do Flamengo, o CoDe é um bom aliado neste projeto.
Bap deseja, por exemplo, diminuir o número de vice-presidências do Flamengo para conseguir esvaziar poderes amadores e profissionalizar todas as áreas. Por fim, Lomba terá a função de avaliar o balanço anual do clube, executar o orçamento aprovado e promover votações de contratos de patrocínios, uniformes do futebol e outras mudanças de estatuto. Em segundo plano estão o controle da emissão de títulos de sócio-proprietário que podem ser colocados a venda e investimentos em obras.
O novo mandatário do Mais Querido não gostou da atitude de Landim, que tomou a decisão de última hora
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0Nesta segunda-feira (16) ficou definido que Arrascaeta usará a lendária camisa 10 a partir de 2025. No entanto, a decisão de Rodolfo Landim não agradou Bap, novo presidente eleito no Mais Querido
De acordo com informações do jornalista Diogo Dantas, Rodolfo Landim não conversou com Bap antes de anunciar que Arrascaeta iria usar a camisa 10 do Flamengo. Assim, a situação não agradou o futuro mandatário do Rubro-Negro, até pelo fato de Landim não estar facilitando a transição para a ova gestão.
Segundo informações do portal Coluna do Fla, o marketing do Flamengo não planejava dar a camisa 10 para Arrascaeta nesta segunda (16). No entanto, Landim tomou a decisão de última hora, pegando todos de surpresa, inclusive da nova gestão.
PRONUNCIAMENTO DE LANDIM PARA ARRASCAETA:
“Caro Arrasca, desde a sua chegada ao Clube de Regatas do Flamengo, a sua dedicação, talento e paixão pelo nosso time tem sido inspiradores, ao longo dos últimos seis anos, você nos blindou com momentos mágicos e conquistas memoráveis que ficarão marcadas na nossa história e no nosso clube. A Nação é muito grata por toas as vitórias que você ajudou a conquistar e pelos títulos que celebramos juntos“, disse Landim, antes de continuar:
“Você é uma referência de uma era de conquistas e, merecidamente, sua trajetória no clube faz de você um grande ídolo. Apenas os grandes ídolos do Flamengo têm a honra de vestir a camisa 10. E você, definitivamente, já fez por merecer essa distinção. O Reconhecimento do seu comprometimento e sua genialidade em campo é uma unanimidade entre todos os torcedores do clube. Que essa camisa se torne um incentivo a mais para enfrentar os novos desafios e que ela te ajude a nos trazer muitas vitórias e ainda mais títulos. Esteja certo que você sempre terá um lugar especial no coração da Nação Rubro-Negra e, em especial, no meu coração“, finalizou.