DIRIGENTE DO GRÊMIO DETONA O FLAMENGO E DIZ QUE O RUBRO-NEGRO ESTÁ "JOGANDO VIDEOGAME NO MODO AMADOR"

A bola vai rolar nesta quarta-feira (02) para o confronto entre Flamengo e Corinthians, válido pela ida da semifinal da Copa do Brasil. O jogo acontece no Maracanã, às 21h45 (horário de Brasília), e o Mais Querido deve apresentar mudanças em sua escalação em relação ao último compromisso pelo torneio.

O Flamengo, agora sob o comando de Filipe Luís, que assumiu após a saída de Tite, deve realizar quatro alterações no time titular. Uma das baixas confirmadas é a do atacante Carlinhos, que já atuou na competição pelo Nova Iguaçu e, por isso, está impedido de participar do jogo contra o Corinthians. Dessa forma, Gabigol deve ser mantido como a principal referência ofensiva da equipe.

DESFALQUE NO ATAQUE E MUDANÇAS NA EQUIPE

A ausência de Carlinhos limita as opções no ataque para o técnico Filipe Luís, que terá Gabigol como única alternativa para o setor ofensivo. No entanto, a equipe se prepara para entrar com força máxima no Maracanã, com o objetivo de construir uma vantagem no jogo de ida, antes da partida decisiva que acontecerá em São Paulo.

ÚLTIMO CONFRONTO NA COPA DO BRASIL

O último compromisso do Flamengo na Copa do Brasil foi no dia 12 de setembro, quando venceu o Bahia por 1 a 0 no Maracanã, garantindo a classificação para as semifinais. O gol da partida foi marcado por Arrascaeta. Naquele jogo, o Mengão, ainda sob o comando de Tite, iniciou com Matheus Cunha; Wesley, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Léo Ortiz, Everton Araújo, Gerson e Arrascaeta; Luiz Araújo e Bruno Henrique.

EXPECTATIVA PARA O JOGO CONTRA O CORINTHIANS

Para o duelo desta quarta-feira, Filipe Luís deve promover quatro alterações no time em relação àquela escalação. A tendência é que o Flamengo entre em campo com Rossi; Varela, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Léo Ortiz, Pulgar, Gerson e Arrascaeta; Gabigol e Bruno Henrique. O objetivo é conquistar um resultado positivo no Maracanã, o que poderia aliviar a pressão sobre a equipe e encaminhar a vaga para a grande final.

IG: @pabloraphaelrua

Apesar da vitória do Flamengo de 1 a 0 sobre o Athletico-PR no último domingo (29), Tite não suportou à pressão e acabou sendo demitido na manhã desta segunda-feira (30). O treinador, por sua vez, deixou o Rubro-Negro como décimo técnico da gestão de Rodolfo Landim e está entre os cinco melhores.

Os números de Tite

Tite foi anunciado oficialmente pelo Flamengo no dia 9 de outubro de 2023 e fez sua estreia 10 dias depois, diante do Cruzeiro, pela 27ª rodada do Brasileirão, no Mineirão. Na ocasião, o treinador estreou com vitória de 2 a 0 com gols de Ayrton Lucas e Pedro.

Ao todo, Tite se despede do Flamengo com 70 jogos, sendo 41 vitórias, 13 empates e 16 derrotas, o que significa um aproveitamento de 64,7%. Além disso, o Rubro-Negro de Tite marcou 109 gols e sofreu 50. À frente do Mais Querido, Tite conquistou apenas o título do Campeonato Carioca de 2024 e amargou a eliminação nas quartas de final da Libertadores.

Veja o ranking de técnicos do Flamengo da gestão Landim:

1 – Jorge Jesus – 81,6%

2 – Renato Gaúcho – 72%

3 – Paulo Sousa – 66,7%

4 – Dorival Júnior – 66,7%

5 – Tite – 64,7%

6 – Abel Braga – 62,4%

7 – Domènec Torrent – 62,3%

8 – Jorge Sampaoli – 60,7%

9 – Rogério Ceni – 59,3%

10 – Vítor Pereira – 57,4%

Veja o comunicado do Flamengo:

“O Clube de Regatas do Flamengo informa que o técnico Tite e sua comissão técnica não comandam mais o elenco rubro-negro. A direção agradece aos profissionais e deseja sorte na continuidade de suas carreiras. Filipe Luís assume a equipe interinamente”.

Filipe Luís assumirá o comando interinamente

Com a demissão de Tite do cargo de treinador do Flamengo, Filipe Luís será o técnico interino até a diretoria anunciar um novo treinador. Vale lembrar que o ex-lateral é o comandante da equipe Sub-20 do Rubro-Negro e recentemente conquistou o título do Mundial de Clubes da categoria.

Nos últimos 24 anos, o Flamengo não conseguiu manter estabilidade no comando técnico. Desde o início do século XXI, o clube já contou com 40 técnicos diferentes, demonstrando um padrão de mudanças frequentes e uma clara falta de continuidade. Em apenas uma oportunidade o Rubro-Negro conseguiu iniciar e encerrar uma temporada com o mesmo comandante: Vanderlei Luxemburgo, em 2011. Essa realidade contrasta com o que se espera de uma equipe de alto nível, principalmente no futebol brasileiro, onde a manutenção de um técnico é frequentemente associada a um ambiente mais estável e propício para a conquista de títulos.

No caso do Flamengo, o número elevado de trocas reflete um cenário de pressão intensa por resultados imediatos e a falta de paciência com projetos a longo prazo. Mesmo em momentos de sucesso, como nas temporadas de 2019 e 2022, quando o clube conquistou títulos importantes, as mudanças no comando seguiram sendo uma constante. O cenário é ainda mais complexo quando observamos que, entre esses 40 técnicos, estão grandes nomes do futebol brasileiro, como Joel Santana, Dorival Júnior e Abel Braga, que, apesar de certa experiência e reputação, também não resistiram às oscilações de desempenho e às expectativas da diretoria e da torcida.

FLAMENGO TEM INSTABILIDADE COM TREINADORES 

Mesmo a passagem de Jorge Jesus, que teve um enorme impacto positivo em 2019, durou apenas uma temporada completa. Além disso, o Flamengo não só mudou os treinadores com frequência, mas também investiu em estruturas de apoio e diferentes perfis de comissão técnica. Houve momentos em que o clube apostou em nomes estrangeiros, como o espanhol Domènec Torrent e o português Paulo Sousa, na tentativa de implementar uma nova filosofia de trabalho. Porém, essas experiências tiveram curta duração e, no final das contas, acabaram por reforçar a instabilidade.

Com tantas mudanças, fica difícil estabelecer um padrão de jogo consistente e construir um time sólido. A instabilidade no comando técnico muitas vezes se reflete em campo, onde o time oscila em termos de desempenho. A falta de continuidade impacta a relação entre elenco e treinador, a confiança dos jogadores e até mesmo a adaptação dos atletas ao esquema tático proposto. Cada novo técnico traz suas ideias, métodos e estilo de jogo, o que exige tempo para adaptação e assimilação.

Por exemplo, na temporada de 2020, o Flamengo passou pelas mãos de três treinadores: Jorge Jesus, Domènec Torrent e Rogério Ceni, o que gerou um período de instabilidade e fez o clube perder o ritmo em algumas competições. Essa sequência de trocas comprometeu o desempenho em algumas ocasiões e aumentou a pressão por resultados imediatos. A rotatividade constante também é prejudicial para a formação de uma identidade tática e um modelo de jogo. As equipes que alcançam maior sucesso a longo prazo geralmente têm estabilidade no comando, permitindo um planejamento estratégico mais coerente. No Flamengo, essa condição é rara, e a lista de nomes que passaram pelo comando nos últimos anos mostra o impacto de uma gestão que busca soluções rápidas para problemas que exigiriam um trabalho mais contínuo.