FLAMENGO DE TITE LIDERA QUESITOS OFENSIVOS NO BRASILEIRÃO

Vítor Pereira, ex-treinador do Corinthians e Flamengo, refletiu sobre suas escolhas profissionais e admitiu que a decisão de atuar no futebol brasileiro não foi a mais acertada em termos esportivos. Em entrevista ao jornal português "A Bola", ele comentou que, apesar dos ganhos financeiros, a ida ao Brasil não trouxe os resultados esperados para sua carreira e que, com mais paciência, poderia ter seguido outros rumos na Europa.

Pereira começou sua trajetória no Brasil ao assumir o comando do Corinthians em 2022, mas sua passagem foi marcada por altos e baixos. Ele enfrentou desafios como adaptação ao estilo de jogo local, ritmo intenso das competições e uma pressão constante por resultados. No fim, ele não conseguiu conquistar títulos de grande expressão e decidiu encerrar sua estadia no clube paulista no final daquele ano.

O treinador destacou que, na época, surgiram oportunidades de clubes de mercados mais consolidados no cenário europeu, como Inglaterra e Espanha. No entanto, o atrativo financeiro do futebol brasileiro acabou pesando em sua decisão. "Houve alguns passos que eu não deveria ter dado", afirmou. A escolha pelo Brasil, segundo ele, foi um erro considerando suas ambições de carreira a longo prazo.

Além disso, Pereira enfrentou críticas severas durante sua curta passagem pelo Flamengo em 2023, onde a pressão por resultados e o ambiente conturbado do clube dificultaram sua permanência. Ele acabou sendo demitido poucos meses após assumir o cargo, sem conseguir imprimir seu estilo e alcançar as expectativas da diretoria e dos torcedores. O cenário, para o treinador, mostrou que uma análise mais criteriosa sobre os desafios e a realidade do futebol brasileiro teria sido mais apropriada.

O confronto entre Flamengo e Peñarol pela Libertadores é decisivo não só para o futuro do clube na competição, mas também para o técnico Tite. A partida se tornou uma espécie de “final antecipada” para o treinador, que vê sua permanência no comando do time ameaçada. Embora a diretoria rubro-negra tenha optado por dar respaldo ao técnico e não pretenda demiti-lo antes das quartas de final, uma eliminação hoje à noite, aliada ao desempenho inconsistente no Campeonato Brasileiro, pode mudar o cenário.

A expectativa de evolução sob o comando de Tite era alta. Contratado para dar um novo rumo à equipe, o treinador chegou cercado de esperanças de melhoria, especialmente em um elenco tão qualificado como o do Flamengo. No entanto, os resultados no Brasileirão até o momento estão abaixo do esperado, deixando o time longe da briga pelo título e aumentando a pressão sobre o treinador. Se não houver avanço na Libertadores, será difícil justificar a continuidade de um trabalho que não tem atingido as metas traçadas inicialmente.

O Flamengo de Tite tem oscilado no Brasileirão. Apesar de contar com um elenco forte, o time mostra dificuldades em se impor contra adversários teoricamente mais fracos e não consegue apresentar regularidade. O baixo rendimento vem sendo motivo de preocupação dentro do clube e também é alvo de críticas da torcida. A falta de resultados sólidos e consistentes tem colocado o time em uma posição desconfortável na tabela e aumentado o questionamento sobre o trabalho do treinador.

Essa situação no campeonato nacional contrasta com as expectativas iniciais. Quando Tite foi contratado, a ideia era que ele trouxesse maior estabilidade ao time, especialmente em termos defensivos. Contudo, essa melhora não foi vista, e a equipe segue sofrendo com falhas recorrentes na defesa, além de problemas de criação no meio de campo. Com o Rubro-Negro longe da briga pelo título e até mesmo da zona de classificação para a Libertadores no próximo ano, o risco de não alcançar os objetivos planejados é real, e a responsabilidade recai sobre o comando técnico.

Segundo informações do jornalista Guilherme Silva,o Flamengo está direcionando suas atenções para a Copa do Brasil, o que implica uma mudança clara de prioridades no calendário. A decisão é estratégica e motivada pelo impacto que um possível título na competição eliminatória teria no contexto eleitoral do clube, já que as eleições presidenciais ocorrem ainda este ano. Com isso, o time não deve entrar com força máxima no clássico contra o Fluminense pelo Campeonato Brasileiro, optando por preservar os titulares para o confronto contra o Corinthians, pelas quartas de final da Copa do Brasil.

Essa escolha deixa evidente que o Brasileirão, que historicamente é considerado um dos torneios mais importantes para a torcida e para a própria história do clube, não será o foco principal do Flamengo neste momento. A decisão é baseada em fatores de curto prazo, já que o título da Copa do Brasil pode ser decidido antes do término do Campeonato Brasileiro. Ou seja, um troféu conquistado no mata-mata traria benefícios eleitorais imediatos e representaria um importante ativo de campanha para a atual gestão.

O “Efeito eleição”, como já vem sendo chamado internamente, é um movimento para garantir que um título de maior impacto no curto prazo — como o da Copa do Brasil — chegue antes do término do Brasileirão, já que os pontos corridos seguem até dezembro. Assim, um eventual título da Copa do Brasil seria usado como trunfo para os candidatos da situação, algo que a gestão vê como fundamental para angariar apoio político e manter o controle no clube.

Com essa estratégia traçada, o planejamento de elenco e a escalação nos jogos do Campeonato Brasileiro serão alterados de acordo com as partidas da Copa do Brasil. Contra o Fluminense, por exemplo, o Flamengo deve entrar em campo com uma equipe alternativa, poupando alguns dos principais jogadores. Em situações normais, um clássico como o Fla-Flu teria importância máxima e a presença de força total seria indispensável. No entanto, o foco total na Copa do Brasil altera essa dinâmica e mostra que o clube está disposto a correr riscos no Brasileirão para maximizar suas chances na competição eliminatória.