Jogador do Peñarol disse que mesmo com Messi em campo pelo Flamengo, avançariam para as semifinais da Libertadores

Nesta sexta-feira (27), o Flamengo emitiu um comunicado oficial aos sócios para detalhar algumas informações sobre a eleição do Conselho Deliberativo. As chapas poderão ser inscritas até o dia 10 de dezembro, dia seguinte à eleição presidencial do clube. Data que permitirá a candidatura de Rodolfo Landim no CoDe caso Rodrigo Dunshee não seja eleito o presidente do clube.

A votação será feita no dia 16 de dezembro, uma segunda-feira, das 8h às 21h, na Gávea, sede social do Flamengo. As inscrições das chapas começam na próxima segunda (30) e vão até o dia 10 de dezembro. Ou seja, serão mais de dois meses para os interessados se candidatarem. Landim, no entanto, terá um dia para fazer o registro caso necessário.

Em seu segundo e último mandato na presidência do Flamengo, o mandatário já admitiu que seu objetivo era ser o próximo presidente do Conselho Deliberativo. Contudo, após convite de Rodrigo Dunshee, decidiu aceitar ser o próximo CEO em caso de vitória na eleição. Uma manobra importante para a campanha do atual VP Geral e Jurídico.

Os sócios rubro-negro vão à Gávea para definir o presidente para o próximo triênio no dia 9 de dezembro. Hoje, o cenário é de uma disputa acirrada entre Dunshee, Luiz Eduardo Baptista (Bap) e Maurício Gomes de Mattos (MGM). Além do trio, Wallim Vasconcellos, Delair Dumbrosck e Pedro Paulo também disputam o pleito.

Sendo assim, a vitória de algum outro nome que não Dunshee pode fazer Landim se candidatar ao Conselho Deliberativo. O presidente precisará completar a inscrição de sua chapa em um dia. E, caso aconteça, certamente será o favorito para vencer. Além disso, assinado pelo presidente Antônio Alcides, o comunicado do CoDe fala sobre os processos após a formalização das chapas e os requisitos para a candidatura.

Caso eleito, o objetivo de Rodrigo Dunshee é ter Landim à frente de projetos que ele mesmo iniciou, como o estádio do Flamengo, e ele explica que é um cargo focado na parte administrativa, onde focará também em melhorar os processos que acontecem hoje no clube.

“Hoje o CEO É o Reinaldo Belotti. Ele trabalha discutindo todos os assuntos. Ele pega a parte mais pesada administrativa, me alivia um pouco das dissuasões e processos. Isso é importante para sobrar mais tempo para o presidente cuidar de aspectos externos, representação do clube e tudo isso. (…) A gente funciona por música, sabe exatamente como eu penso”, disse Landim, antes de completar:

“Acho que eu e Rodrigo já desenvolvemos esse tipo de conhecimento ao longo desses anos. Na conversa comigo., ele falou ‘seria um desperdício muito ter você afastado de mim’. Porque a posição no Conselho Deliberativo é outra, não está ligado ao dia a dia do clube. (…) Eu vou cuidar das rotinas que ajudei a estruturar e implementar dentro do clube. Com o compromisso só de melhorar a arrecadação, os processos do clube, infraestrutura da sede.”

A eliminação do Flamengo na Libertadores, diante do Peñarol fora de casa, intensificou a pressão sobre Tite. No entanto, além das críticas ao treinador, outros nomes têm sido apontados por torcedores e jornalistas. Mauro Cezar Pereira, por exemplo, criticou duramente Arrascaeta e Nico de la Cruz.

Mauro não apenas questionou o comportamento de Arrascaeta, mas também seu desempenho nos últimos anos, sugerindo que o uruguaio não tem jogado seu melhor futebol. Ele até fez um trocadilho com o nome do jogador. Além disso, o jornalista mencionou De La Cruz, questionando a forma física do ex-jogador do River Plate.

“Arrascaeta, há anos, se arrasta. Talvez o Lil Gabi até pudesse fazer umas rimas com isso. Arrasca se arrasta. E o De La Cruz parece que está pregado na cruz. Também se arrasta, nunca está em forma. O que acontece? Quem questiona? Parece que ninguém”, disse Mauro Cezar Pereira no Posse de Bola, do UOL.

Vale lembrar que tanto Arrascaeta quanto De La Cruz jogaram em território familiar. A eliminação do Flamengo ocorreu no Uruguai, e o camisa 14, inclusive, nunca escondeu que é torcedor do Peñarol desde a infância.

Mesmo destacando os desempenhos de Arrascaeta e De La Cruz, Mauro Cezar Pereira também responsabilizou Tite pela eliminação. O jornalista apontou que o técnico é frequentemente o principal alvo das críticas, mas também mencionou a diretoria do Flamengo como parte do problema.

“O Tite é o grande responsável da Libertadores, mas esse pacote tem muitos personagens. Se mais uma vez, apenas cortarem a cabeça do técnico, sem fazer cobranças veementes aos jogadores, já que os dirigentes não fazem… O Tite é um dos responsáveis, mas isso acontece há anos com vários treinadores. Os jogadores sempre passam em branco. Falta cobrança”, afirmou MCP.

Por fim, Mauro criticou a postura adotada por Tite durante o jogo, afirmando que faltou "sangue nos olhos" para buscar a vitória em Montevidéu.

“Envolve muito o técnico que é esse perfil bom moço. Ontem era para jogar com a faca entre os dentes, sangue nos olhos e porrada. É assim que se joga um jogo desses de finalização. Não finaliza. Falta isso, chegar junto, ser intenso. Esse time não é assim”, concluiu.

O Flamengo, um dos clubes mais poderosos e com maior torcida no futebol brasileiro, enfrenta uma crise que vai além das quatro linhas. Em meio a resultados inconsistentes e a uma dança constante de treinadores, a raiz do problema parece estar dentro do próprio clube. A frase do ex-treinador Domenec Torrent, que afirma categoricamente que o "problema do Flamengo está dentro do Flamengo", aponta para uma desorganização interna que se reflete no campo. E isso não depende do técnico que esteja no comando — seja ele renomado ou desconhecido. Segundo Torrent, enquanto questões internas não forem resolvidas, o time continuará enfrentando dificuldades, independentemente de quem esteja à frente.

O comentário de Torrent não se limita apenas a um diagnóstico superficial. O técnico, que passou por uma breve e turbulenta passagem pelo clube, teve uma visão de dentro do vestiário e lidou diretamente com problemas que hoje parecem persistir. Quando menciona que as dificuldades continuariam com qualquer nome de peso, como Ancelotti, Klopp ou Guardiola, a mensagem que passa é clara: a situação vai além das táticas ou da filosofia de jogo. É estrutural e está profundamente enraizada no comportamento e nas atitudes internas.

A expressão "Enquanto esses dois estiverem no Flamengo, pode vir quem for" também reforça a ideia de que há figuras específicas dentro do clube que dificultam o desenvolvimento de um trabalho consistente. Mesmo sem mencionar nomes, fica subentendido que há uma relação de poder mal resolvida entre os principais atores no comando do clube. Essa influência, aparentemente negativa, atravessa diferentes gestões e impede que qualquer treinador, por mais competente e respeitado que seja, consiga implementar suas ideias e estabelecer um modelo de jogo duradouro.

Para entender melhor o impacto das declarações de Torrent, é importante relembrar o contexto em que ele assumiu o Flamengo. O treinador espanhol chegou ao clube em 2020, logo após a saída de Jorge Jesus, um técnico que havia conquistado quase tudo com o time e deixado um legado difícil de ser superado. A expectativa era alta, mas Torrent teve dificuldade em se adaptar ao futebol brasileiro e foi duramente criticado por suas escolhas e pela falta de resultados expressivos. Sua passagem foi curta e terminou de maneira amarga, mas suas observações deixaram um ponto importante: o ambiente interno do Flamengo não favorece a continuidade de um trabalho, por mais competente que o treinador seja.