Clube vivia crise e considerou que o treinador tinha "estatura" para reestruturar o futebol rubro-negro
|
0O contexto era diferente, mas a situação era parecida. O Flamengo vivia uma crise de desempenho em campo, enfrentava problemas no vestiário e precisava de um técnico com personalidade e tamanho para gerir o elenco e voltar a vencer. Se em 2023 clube e treinador se alinharam, em 2005, o acerto ficou no quase.
Em entrevista ao ge conversa com Kléber Leite e Hélio Ferraz, ex-presidentes do Flamengo, que à época exerciam outros cargos, no comando do futebol. Os dois receberam a missão de salvar o time do rebaixamento nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro e apaziguar os bastidores conturbados. A equipe sofria na parte baixo da tabela, e matemáticos apontavam cerca de 90% de chance de queda.
Diante do desafio, os dirigentes viram em Tite um treinador com "estatura" para reestruturar o futebol do Flamengo. O treinador Gaúcho ostentava no currículos dois títulos gaúchos e uma Copa do Brasil.
- Há funções que exigem um pré-requisito. Além da competência, capacidade e talento, exigem do ocupante estatura. Não pode ser menor do que o cargo que está exercendo. Tite representava tudo isso já naquele momento para nós - afirmou Hélio Ferraz.
Ao saber do interesse, alguns veículos deram como certa a contratação de Tite para assumir o time um dia após o clássico contra o Vasco. À época, a equipe era comandada pelo interino Andrade.
Ferraz chegou a conversar com Tite em um congresso sobre futebol no Rio de Janeiro, mas não teve uma resposta positiva do treinador. Em nova investida, Kléber Leite viajou a São Paulo para se reunir com o técnico que, dessa vez, ficou balançado e pediu um tempo para pensar. Mas a situação ficou mais urgente com a derrota por 2 a 1 para o Vasco.
- Conversamos e ele precisava de tempo. Mas eu disse: "lamento muito, mas o Flamengo não tem tempo". Cada dia e cada hora era muito importante. Ele pediu para pensar, mas agradeci e contratamos o Joel Santana. Decisão da qual não me arrependo - contou Hélio Ferraz.
Sem Tite, o Flamengo apostou em Joel Santana na reta final do Brasileirão. Houve uma arrancada, e a equipe terminou em 15º lugar - o campeonato, na época, tinha 22 participantes, com os quatro últimos indo para a Série B.
O clube tem seu ponto de vista diferente do treinador
|
0Em uma entrevista concedida após a derrota do Flamengo para o Peñarol, por 1 a 0, o técnico Tite foi direto ao responder sobre as vaias recebidas por parte da torcida. A declaração, marcada por um tom franco, expôs a visão pragmática do treinador em relação à cobrança dos torcedores e à pressão por resultados. “Respeito o sentimento do torcedor. Claro que sinto isso (as vaias), sou humano”, afirmou Tite, reconhecendo a frustração da torcida diante do revés.
A fala de Tite revela que ele compreende o papel dos torcedores como parte fundamental no contexto de um clube, especialmente em um time de grande expressão como o Flamengo. Ao mencionar que as vaias o atingem como ser humano, o técnico demonstra empatia, mas não deixa de destacar que a única forma de reverter essa situação é com conquistas em campo. “Só se reverte de uma forma”, pontuou o treinador.
O ERRO QUE CUSTOU EXTREMAMENTE CAROA resposta reflete a experiência de Tite em lidar com a pressão que acompanha o comando de grandes equipes no futebol brasileiro. Com passagens vitoriosas por clubes como Corinthians, Grêmio e pela própria seleção brasileira, o treinador possui um histórico que o coloca em uma posição de entender, talvez como poucos, a relação entre desempenho em campo e a expectativa dos torcedores. Para ele, essa conexão é clara: “Sabe como se conquista torcedor? Sabe como conquistei os torcedores dos outros clubes que passei? Ganha título importante”, declarou.
A frase evidencia a centralidade dos títulos no futebol, especialmente em clubes de massa como o Flamengo. No Brasil, a cultura de resultados é intensa, e Tite reconhece que o torcedor tem uma tolerância limitada para resultados negativos. A conquista de títulos, para ele, é a chave para ganhar o apoio da torcida, e qualquer coisa diferente disso resulta em descontentamento: “Se não for, tchau.”
Essa última parte da fala de Tite sintetiza a impaciência característica de torcidas exigentes como a do Flamengo. O técnico deixa claro que, sem a obtenção de troféus relevantes, a relação com a torcida se deteriora rapidamente. A pressão é constante e faz parte do cotidiano de quem assume a liderança de equipes de ponta. Tite parece, no entanto, estar ciente desse cenário e de como ele precisa ser enfrentado.
O clube tem seu maior momento de inconstância
|
0A declaração de Tite ocorreu após um momento delicado para o Flamengo. A derrota para o Peñarol, em casa, em uma partida da fase de grupos da Copa Libertadores, acendeu o sinal de alerta para os torcedores e para a comissão técnica. O Flamengo vinha com grandes expectativas para a temporada, principalmente após reforços de peso e a chegada de Tite, um treinador com amplo reconhecimento no cenário nacional e internacional.
A pressão sobre o Flamengo não é uma novidade. O clube, que tem uma das maiores torcidas do mundo, é conhecido por sua alta expectativa por títulos. O elenco caro, composto por jogadores renomados, também aumenta essa cobrança. Cada tropeço é amplamente repercutido pela mídia e amplifica a insatisfação de parte da torcida, que exige resultados imediatos.
PODE DAR RUIM NO MOMENTO ?A Copa Libertadores, em especial, tem um significado importante para o Flamengo e seus torcedores. O torneio continental é visto como um dos principais objetivos do clube a cada temporada. Qualquer resultado que não seja a vitória pode gerar insatisfação e pressão sobre a comissão técnica, como ocorreu após o revés contra o Peñarol.
Nesse contexto, a fala de Tite não apenas reconhece a insatisfação dos torcedores, mas também se coloca de maneira realista em relação ao que se espera de um clube como o Flamengo. A cobrança por títulos é parte do pacote ao se assumir um clube desse porte, e o técnico parece estar consciente disso ao pontuar que só conseguirá conquistar o apoio da torcida com vitórias significativas.
O treinador tem seu viés organizado sobre o momento do clube
|
0Em uma entrevista concedida após a derrota do Flamengo para o Peñarol, por 1 a 0, o técnico Tite foi direto ao responder sobre as vaias recebidas por parte da torcida. A declaração, marcada por um tom franco, expôs a visão pragmática do treinador em relação à cobrança dos torcedores e à pressão por resultados. “Respeito o sentimento do torcedor. Claro que sinto isso (as vaias), sou humano”, afirmou Tite, reconhecendo a frustração da torcida diante do revés.
A fala de Tite revela que ele compreende o papel dos torcedores como parte fundamental no contexto de um clube, especialmente em um time de grande expressão como o Flamengo. Ao mencionar que as vaias o atingem como ser humano, o técnico demonstra empatia, mas não deixa de destacar que a única forma de reverter essa situação é com conquistas em campo. “Só se reverte de uma forma”, pontuou o treinador.
E AGORA VAI ?A resposta reflete a experiência de Tite em lidar com a pressão que acompanha o comando de grandes equipes no futebol brasileiro. Com passagens vitoriosas por clubes como Corinthians, Grêmio e pela própria seleção brasileira, o treinador possui um histórico que o coloca em uma posição de entender, talvez como poucos, a relação entre desempenho em campo e a expectativa dos torcedores. Para ele, essa conexão é clara: “Sabe como se conquista torcedor? Sabe como conquistei os torcedores dos outros clubes que passei? Ganha título importante”, declarou.
A frase evidencia a centralidade dos títulos no futebol, especialmente em clubes de massa como o Flamengo. No Brasil, a cultura de resultados é intensa, e Tite reconhece que o torcedor tem uma tolerância limitada para resultados negativos. A conquista de títulos, para ele, é a chave para ganhar o apoio da torcida, e qualquer coisa diferente disso resulta em descontentamento: “Se não for, tchau.”
Essa última parte da fala de Tite sintetiza a impaciência característica de torcidas exigentes como a do Flamengo. O técnico deixa claro que, sem a obtenção de troféus relevantes, a relação com a torcida se deteriora rapidamente. A pressão é constante e faz parte do cotidiano de quem assume a liderança de equipes de ponta. Tite parece, no entanto, estar ciente desse cenário e de como ele precisa ser enfrentado.
SUBSCREVER NEWSLETTER