CBF arcará somente com um mês de salário do Pedro no Flamengo

O zagueiro Léo Pereira, do Flamengo, tornou-se alvo de inúmeras críticas nas redes sociais após sua atuação no clássico contra o Vasco. O jogador foi diretamente responsabilizado pelo gol de empate do adversário, o que gerou uma enxurrada de comentários negativos de torcedores, especialmente nas plataformas digitais.

O lance que resultou no gol do Vasco aconteceu em um momento crucial da partida, o que intensificou a revolta dos rubro-negros. Muitos fãs do Flamengo usaram as redes para expressar sua frustração com a falha do zagueiro, apontando a falha defensiva como determinante para o resultado final. No jogo, que já é naturalmente cercado de tensão por se tratar de um clássico entre dois dos maiores rivais do futebol carioca, a responsabilidade de manter uma defesa sólida é ainda maior.

Contudo, Léo Pereira cometeu um erro que acabou sendo fatal para a equipe do Flamengo. O zagueiro não conseguiu afastar a bola em uma jogada aérea, permitindo que o Vasco chegasse ao empate. A falha ocorreu aos 30 minutos do segundo tempo, em um momento em que o Flamengo parecia controlar a partida, apesar da pressão do adversário. No entanto, o erro de posicionamento do defensor permitiu que o atacante do Vasco aproveitasse a oportunidade, marcando um gol que mudou os rumos do jogo.

Assim que o jogo terminou, as redes sociais se tornaram um espaço de desabafo para os torcedores do Flamengo. Vários perfis, desde influenciadores esportivos até torcedores comuns, não pouparam críticas à atuação de Léo Pereira. Comentários como "inaceitável" e "mais uma falha decisiva" dominaram as menções ao jogador.

No Bluesky, a hashtag com o nome do jogador chegou a figurar entre os assuntos mais comentados, e em grupos de torcedores no WhatsApp e Facebook, a conversa girava em torno da necessidade de reforços na defesa do Flamengo. Muitos afirmavam que a equipe, com as ambições que tem em competições como o Campeonato Brasileiro e a Libertadores, não pode se dar ao luxo de cometer falhas defensivas tão simples.

O Mengão terá de lidar com a ausência de Nicolás De La Cruz por mais um jogo importante. O jogador uruguaio não participou do clássico contra o Vasco, no último domingo (15), e segue como dúvida para a partida desta quinta-feira (19) contra o Peñarol, válida pelas quartas de final da Copa Sul-Americana. A presença do meio-campista ainda não está garantida, conforme explicou o técnico Tite durante entrevista coletiva.

Durante a coletiva, Tite revelou que, após um treino recente, perguntou a Nicolás De La Cruz sobre a possibilidade de atuar por pelo menos 20 minutos na partida contra o Vasco, mas o jogador, sorrindo, indicou que não estava em condições. “O departamento físico foi categórico ao afirmar que ele não estava apto, mesmo que ele se sentisse bem", comentou o treinador. Tite também reforçou que espera contar com o atleta na quinta-feira, mas ainda sem garantias de que isso será possível.

Nicolás De La Cruz está afastado desde que sofreu uma lesão muscular na coxa direita no jogo contra o Bahia, válido pelas quartas de final da Copa do Brasil. Desde então, o meio-campista desfalcou o time nas partidas contra o Corinthians, pelo segundo jogo da mesma competição, e no clássico carioca. Sua ausência tem sido sentida, e a expectativa por seu retorno aumenta à medida que o calendário se afunila.

Além de De La Cruz, o CRF já tem confirmadas as ausências de outros quatro jogadores para o confronto contra o Peñarol. Michael, que enfrenta problemas na coxa direita, e Pedro, Matías Viña e Everton Cebolinha, que sofreram lesões mais graves, só retornarão aos gramados em 2025.

Com esses desfalques, o técnico Tite terá que ajustar a equipe para manter o desempenho e seguir em busca de vitórias nas competições que o clube ainda disputa.

O Flamengo acionará a FIFA para ser indenizado pela lesão de Pedro durante a Data FIFA. No entanto, antes de enviar à entidade máxima do futebol o laudo médico, parte do trâmite, o Rubro-Negro pode receber da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também uma indenização pelo prejuízo do clube após o jogador se contundir.

A advogada Ana Mizutori, especialista em direito desportivo, cita que a legislação desportiva brasileira também trata sobre lesões de jogadores ocorridas em serviço da seleção.

"O que era a antiga disposição do artigo 41 da Lei Pelé passou a ser prevista no artigo 92 da Lei Geral do Esporte (Lei 14.597/23), sendo estabelecido que a participação de atletas em seleções ocorrerá por meio de acordo entre a organização esportiva convocadora e o clube que cede o atleta para jogar na seleção. O parágrafo primeiro manteve a disposição acerca do dever da organização esportiva convocadora (CBF) de indenizar a equipe que mantém contrato de trabalho com o atleta em questão, devendo perdurar o referido dever até que o atleta seja reintegrado à organização esportiva que o cedeu".

"Nesse sentido, pode-se afirmar que a responsabilidade pela lesão de Pedro, ocorrida durante sua atuação desportiva pela seleção brasileira, recai sobre a entidade máxima de administração desportiva, podendo haver ajustes específicos nesse sentido, tal como se observa hoje nos regulamentos da FIFA e no Programa de Proteção de Clubes, que prevê indenização aos clubes nesses casos", acrescenta.

O jornalista, advogado e colunista do UOL Andrei Kampff entende que "seria importante buscar essa indenização, uma vez que é um direito dos clubes. O Flamengo poderia abrir um caminho que a legislação traz, mas que os clubes não usam."

Conforme explicou o Lei em Campo na semana passada, a indenização pela FIFA acontecerá por meio do Programa de Proteção dos Clubes (The FIFA Club Protection Programme). O teto para compensação é de 7,5 milhões de euros (R$ 46,7 milhões) ao longo de um ano (365 dias). Por dia, o teto é de 20.540 euros (R$ 127 mil). O Flamengo já esta solicitando essa indenização.

O clube, preenchendo os requisitos estabelecidos pelo programa, terá direito a uma indenização que visa cobrir as despesas médicas e os prejuízos causados durante o período em que não poderá contar com o cumprimento integral do contrato de trabalho em razão da lesão.

Andrei Kampff, advogado especializado em direito desportivo, destaca que "esse mecanismo é criado para proteger os clubes que são obrigados por força de disposições internas do futebol a cederem seus empregados para as seleções nacionais. Ou seja, é uma espécie de seguro, uma vez que o atleta é também é um ativo econômico importante do clube".

Para acionar a compensação, o clube deverá seguir o procedimento implementado pelo artigo 3º do referido regulamento, comunicando à empresa seguradora delegada pela FIFA, apresentando os documentos e formulários necessários, o que não poderá ultrapassar o prazo de 28 dias contados da lesão, sob pena de perda do direito à indenização.

Qualquer litígio que surja em relação ao programa será submetido diretamente à Corte Arbitral do Esporte (CAS) - última instância da Justiça Desportiva a nível mundial.

Pedro se machucou no treino da seleção em um lance sozinho, sem contato com outro jogador. A imprensa já havia deixado o CT do Caju.O atacante realizou exame de ressonância magnética, em Curitiba, que apontou a ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo.

O tempo de recuperação de lesões deste tipo costuma variar de 9 a 12 meses. A lesão é a mesma sofrida por Neymar no ano passado, que o afastou dos gramados desde outubro. Em 2018, quando vestia a camisa do Fluminense, Pedro sofreu a mesma lesão, porém no joelho direito.