
Futebol
|
Na noite desta terça - feira (21), antes do confronto entre Brasil e Argentina no Maracanã, onde a Canarinho foi superada pelo placar de 1 a 0, houve uma briga envolvendo torcedores argentinos e brasileiros com o Batalhão Especializado de Polícia nos Estádios (BEPE).
Durante a execução dos hinos, torcedores do Brasil vaiaram o hino da Argentina. Os torcedores rivais se revoltaram e partiram para cima dos brasileiros. Não havia divisória para a torcida visitante. Sendo assim, os "hermanos" estavam no meio da torcida brasileira. O BEPE reprimiu a confusão, causando revolta nos jogadores alvi - celestes, que se reuniram e saíram do gramado do Maracanã.
Isso se deu porque haviam familiares dos jogadores da Argentina no setor Sul do estádio, onde ocorreu a confusão com a torcida do Brasil. O goleiro Emiliano Martínez chegou a partir para cima de um policial no momento das brigas. Por outro lado, apenas Marquinhos entre os brasileiros se aproximou da confusão. Os demais continuaram aquecendo no campo.
Sendo assim, as consequências da briga no Maracanã pode recair sobre Flamengo e Fluminense, administradores do estádio. Isso porque, de acordo com informações que o repórter Eric Faria apurou no intervalo da partida, o BEPE diz que a culpa é da organização, que vendeu ingressos mistos sem uma divisória para torcedores visitantes.
Já a CBF, organizadora do evento, jogou a responsabilidade em cima de Flamengo e Fluminense, administradores do Templo Sagrado. Conforme apurado por Eric Faria, a entidade alegou que apenas faz a locação do estádio e que a culpa é do Consórcio. Em contato com "GE", a gestão do estádio afirmou que a responsabilidade é toda da confederação e que nuca houve separação entre as torcidas.
Argentinos celebram resultado como feito histórico e seguem confiantes na briga pela classificação na Copa Santander Libertadores 2025
|
O resultado entre Central Córdoba e Flamengo, pela fase de grupos da Sul-Americana, não apenas mexeu com a tabela, mas também com o emocional da torcida argentina. O empate em casa, somado à vitória no Maracanã, foi celebrado quase como um título na cidade de Santiago del Estero.
O placar de 1 a 1 teve gosto de conquista para o Central. Na visão local, enfrentar o Flamengo, mesmo com um time misto, ainda carrega peso. A ponto de o triunfo no Maracanã ter virado mural no CT argentino. O empate recente apenas reforça esse orgulho. Conversamos com o jornalista Gustavo Paz, do tradicional jornal El Liberal, que acompanhou de perto o clima na cidade. Segundo ele, o jogo foi tratado como evento raro, com arquibancadas praticamente lotadas uma hora antes da bola rolar.
“O estádio estava 90% cheio bem antes do apito inicial. A torcida cantou do início ao fim, apoiou o time em todos os momentos. Foi uma atmosfera de festa, de orgulho. Poucas vezes vi algo assim em Santiago del Estero”, contou Gustavo. Por questões de segurança, uma parte do estádio foi isolada para proteger a torcida do Flamengo, mas isso não impediu que os demais setores estivessem completamente ocupados. Para os locais, a presença do Rubro-Negro foi um espetáculo à parte.
“Mesmo com o setor reservado, os torcedores do Central Córdoba esgotaram todos os ingressos disponíveis. E não foi só presença, foi apoio, vibração, respeito ao time. Aplaudiram até nos momentos difíceis e reconheceram o esforço ao fim da partida”, completou o jornalista. O empate foi, de fato, construído com entrega. O time argentino, em diversos momentos do jogo, conseguiu controlar o ritmo e se impôs diante de um adversário mais qualificado tecnicamente. Essa leitura, inclusive, é feita com clareza pela imprensa local.
“A sensação geral é de que o Central Córdoba foi melhor em boa parte do jogo. O Flamengo, claro, teve suas chances e pressionou. Mas Córdoba conseguiu jogar mais do seu jeito, impôs seu ritmo e teve maturidade para buscar o empate no momento certo”, avaliou Gustavo. Com o resultado, o Central chegou a quatro pontos contra o Flamengo na fase de grupos — um desempenho que, mesmo sem garantir vaga antecipada, reforça a confiança da equipe para os jogos finais fora de casa, contra LDU e Palestino.
Em coletiva pós-jogo, o técnico projetou o duelo contra o Mais Querido. Ceni afirmou que o time precisa se reerguer após a dura derrota dentro de casa.
|
Neste sábado (10), Flamengo e Bahia se enfrentam pelo Campeonato Brasileiro. Assim como o Rubro-Negro, a equipe de Rogério Ceni não teve a sua melhor noite pela Libertadores, pois perdeu de virada para o Nacional-URU por 3 a 1. Em coletiva pós-jogo, o técnico projetou o duelo contra o Mais Querido. Ceni afirmou que o time precisa se reerguer após a dura derrota dentro de casa.
ficou mais difícil porque são jogos fora de casa na Libertadores
"Vamos precisar nos reerguer, ficou mais difícil porque são jogos fora de casa na Libertadores e com jogos pesados pelo Brasileiro. Vamos colocar a cabeça no lugar, precisamos pensar o que fazer contra o Flamengo, contar com a recuperação mental e física do time", afirmou o treinador.
O duelo contra o Nacional-URU foi um baque para os torcedores do Bahia. A equipe tricolor abriu o placar no começo do segundo tempo com Jean Lucas, contudo, sofreu o empate dez minutos depois.
Em seguida, o time uruguaio virou com gol de Nico López. Nos minutos finais do segundo tempo, o Nacional ampliou e decretou a vitória por 3 a 1.
"O torcedor foi exemplar, incentivou do começo ao fim. Poderia vaiar depois do jogo, mas apoiou, fez sua parte. Uma pena hoje a gente não entregar uma noite feliz como já fizemos outras vezes. Fora de casa vai ser difícil, são jogos pesados contra equipes fortes. Vamos lutar contra Flamengo e Atlético Nacional antes de voltar para casa”, finalizou o técnico.
Rogério Ceni perdeu todas as 15 partidas que disputou contra o Flamengo. Comandando o São Paulo, Fortaleza, Cruzeiro e Bahia, o treinador sofreu 30 gols e marcou apenas seis contra o Rubro-Negro. Confira as derrotas:
Flamengo 2 x 0 São Paulo: 02/07/2017, Brasileirão
Flamengo 2 x 0 Fortaleza: 01/06/2019, Brasileirão
Cruzeiro 1 x 2 Flamengo: 21/09/2019, Brasileirão
Fortaleza 1 x 2 Flamengo: 16/10/2019, Brasileirão
Flamengo 2 x 1 Fortaleza: 05/09/2020, Brasileirão
São Paulo 0 x 4 Flamengo: 14/11/2021, Brasileirão
Flamengo 3 x 1 São Paulo: 17/04/2022, Brasileirão
São Paulo 0 x 2 Flamengo: 06/08/2022, Brasileirão
São Paulo 1 x 3 Flamengo: 24/08/2022, Copa do Brasil (semifinal)
Flamengo 1 x 0 São Paulo: 14/09/2022, Copa do Brasil (semifinal)
Flamengo 1 x 0 Bahia: 30/09/2023, Brasileirão
Flamengo 2 x 1 Bahia: 20/06/2024, Brasileirão
Bahia 0 x 1 Flamengo: 28/08/2024, Copa do Brasil (quartas de final)
Flamengo 1 x 0 Bahia: 12/09/2024, Copa do Brasil (quartas de final)
Bahia 0 x 2 Flamengo: 05/10/2024, Brasileirão
Empate com o Central Córdoba evidencia queda técnica e mental do elenco; Thiago Leifert aponta soberba inconsciente como raiz da crise pontual
|
O cenário no Maracanã foi de frustração. Contra um adversário tecnicamente inferior, o Flamengo repetiu os erros que já haviam sido visíveis na derrota para o Cruzeiro, no último fim de semana. A equipe, novamente, esteve distante de qualquer padrão competitivo esperado de um clube com o investimento e o elenco do Fla.
Thiago Leifert, em seu canal no YouTube, não poupou críticas e reforçou que o problema ultrapassa a tática. Para ele, a queda de desempenho passa diretamente pelo comportamento mental dos atletas: um time que entrou em campo certo de que venceria sem precisar se esforçar. O jornalista destacou o papel do meio-campo nesse processo de queda. De La Cruz, Pulgar e Gerson foram os principais alvos da análise. Segundo Leifert, os três estiveram muito abaixo do nível habitual tanto na derrota para o Cruzeiro quanto no empate pela Libertadores.
"Contra o Cruzeiro já tem muita dificuldade, porque individualmente os jogadores estavam péssimos. De La Cruz, mal. Erick (Pulgar), mal. O Gerson também não fez uma partida boa ontem", disse Leifert. O comentarista foi além e levantou a hipótese de uma "soberba inconsciente" ter contaminado o time. Para ele, o Flamengo entrou em campo nas duas últimas partidas acreditando que a vitória viria naturalmente. Um erro recorrente em clubes com elencos estrelados que enfrentam adversários de menor expressão.
"O efeito que tem no jogador de enfrentar um time que ele sabe que é pior... É muito difícil os 11 caras do teu time colocarem na cabeça que precisa vencer com um pouco mais de pressa do que esperar acontecer", avaliou. A crítica ganhou ainda mais peso com a lembrança de um lance específico da partida contra o Central Córdoba: a segunda finalização de Arrascaeta, que para Leifert simboliza bem o nível de desatenção da equipe.
"Ontem, a segunda bola do Arrasca mostra que tem uma certa displicência. É o que acontece quando você está enfrentando um time que você sabe que é pior do que você. Fica displicente inconscientemente. A soberba vem inconscientemente", completou. Para o jornalista, o problema é mental e individual. Jogadores que costumam desequilibrar ficaram abaixo da média, confiando que poderiam mudar o jogo quando bem entendessem. A confiança, porém, beirou a arrogância — e custou pontos importantes.