Dirigente do Atlético-MG projeta duelo contra o Flamengo pela Copa do Brasil

O médico José Luiz Runco quebrou o silêncio sobre a polêmica que resultou em sua saída do Flamengo, após o vazamento de uma mensagem na qual comentava o estado físico do meio-campista Nicolás de la Cruz. O episódio gerou forte repercussão interna, com críticas do estafe do jogador e questionamentos sobre a conduta profissional do então chefe do departamento médico rubro-negro.

José Luiz Runco sobre polêmica com De La Cruz no Flamengo: "Se eu, nesses comentários, fui infeliz, o tempo vai me dizer"

Em entrevista ao ex-jogador Getúlio Vargas, no canal Super Mundo GV, Runco classificou o ocorrido como uma “infelicidade” na hora do envio da mensagem: “Na verdade, acho que mais uma vez usaram uma colocação minha que foi posicional, para um profissional médico, e numa infelicidade minha, em vez de mandar no privado, foi para um grupo”, explicou.

RUNCO MINIMIZA SITUAÇÃO

O médico minimizou a intenção do comentário e criticou a proporção que o caso tomou. Runco também comentou sobre a reação de apoio dos jogadores ao meia uruguaio: “Alguém do grupo detonou e fez um estardalhaço do tamanho de um bonde. Eu entendo que existe entre os profissionais, somente entre os jogadores, claro, um senso de cobertura”, disse.

Encerrando sua fala, o ex-médico do Flamengo deixou uma reflexão sobre o episódio: “Se eu, nesses comentários, fui infeliz, o tempo vai me dizer. E se eu tinha um ponto de vista com ponderações razoáveis, o tempo também vai dizer”, concluiu.

A POLÊMICA ENTRE RUNCO E DE LA CRUZ

A crise começou após o vazamento de uma mensagem de WhatsApp enviada por Runco em um grupo profissional. No texto, ele afirmava que De La Cruz tinha uma “lesão crônica e irreparável no joelho direito”, além de outro problema no esquerdo, o que comprometeria sua capacidade de atuar em “futebol competitivo”.

A divulgação da mensagem causou grande desconforto no clube, no jogador e também em Arrascaeta, compatriota e companheiro de equipe de De La Cruz, que saiu em defesa do amigo nas redes sociais. Diante da repercussão negativa e do abalo na relação interna, José Luiz Runco foi desligado do Flamengo, encerrando um longo ciclo de serviços prestados ao clube.

A arbitragem do último fim de semana do Brasileirão gerou revolta entre os torcedores do Flamengo. Além das polêmicas no clássico entre Palmeiras e São Paulo, o time carioca terminou a partida contra o Bahia com dois jogadores expulsos. No entanto, para o presidente rubro-negro, Luiz Eduardo Baptista, as justificativas precisam acabar.

Bap, do Flamengo, ao falar sobre arbitragem: "tem que parar de buscar muletas quando não joga bem"

“Como dirigente, a gente também tem que parar de buscar muletas quando não joga bem. Eu não acho que o Flamengo perdeu para o Bahia por causa da expulsão do Danilo. Ela compromete uma estratégia? Compromete. Atrapalha o plano montado? Atrapalha. Mas não é verdade que o Flamengo perdeu aquele jogo e a liderança apenas por causa disso”, afirmou Bap, em entrevista ao GE.

O dirigente ressaltou que derrotas são sempre resultado de um conjunto de fatores, e não de um único erro: “Nunca é um fator só. Parte é de nossa responsabilidade, parte vem do imponderável do futebol e parte de eventuais erros de arbitragem. O Botafogo perdeu um jogador expulso com um minuto na final da Libertadores, dominou e venceu o jogo. Eles acharam alternativas para lidar com a perda. É isso que precisamos fazer também”, completou.

Bap ainda citou a segunda expulsão na partida: “A expulsão do Wallace Yan atrapalhou o Flamengo? Claro que atrapalhou. A gente já estava perdendo por 1 a 0, e o cartão vermelho veio no fim. Se ele tivesse ficado, talvez pudéssemos empatar ou virar, mas isso também não é garantido”, concluiu.

AS EXPULSÕES CONTRA O BAHIA

No primeiro tempo, Danilo levantou demais o pé e acertou o ombro de um adversário, sendo expulso diretamente pelo árbitro Rodrigo Lima. Já na etapa final, Wallace Yan recebeu dois cartões amarelos — um por reclamação e outro por falta, deixando o time com nove jogadores. Além das expulsões, o goleiro Agustín Rossi reclamou bastante da arbitragem no lance do gol do Bahia, alegando falta em Cleiton na origem da jogada.

POLÊMICA TAMBÉM EM PALMEIRAS X SÃO PAULO

O Palmeiras também esteve no centro das discussões após o clássico com o São Paulo. O árbitro Ramon Abatti Abel foi criticado por não expulsar Gustavo Gómez e Andreas Pereira, além de deixar de marcar um pênalti claro em Tapia.

Como o clube paulista disputa diretamente a liderança com o Flamengo, o episódio repercutiu entre os rubro-negros. Após o jogo em Salvador, Jorginho, Danilo, Emerson Royal, Filipe Luís e o dirigente José Boto comentaram publicamente as decisões da arbitragem.

O dia 23 de novembro de 2019 jamais será esquecido pelos torcedores do Flamengo e tampouco por quem esteve em campo naquela final histórica da Libertadores contra o River Plate (ARG), em Lima. Treinador do time na época, Jorge Jesus se emocionou ao recordar o duelo que consagrou o clube como bicampeão continental.

Jorge Jesus sobre Libertadores com o Flamengo: "Foi o título que mais felicidade me deu"

“Foi o título que mais felicidade me deu e o que mais me marcou na carreira. Teve a ver com o jogo. Aos 89 minutos, perdíamos por 1 a 0. E, em dois minutos, ganhamos. O Gabigol faz dois gols e foi uma emoção, num estádio em que 70% eram torcedores do Flamengo”, disse o treinador durante o evento Portugal Football Summit.

“Era um sonho para eles. Havia mais de 20 anos que não ganhavam (Libertadores). Foi uma vitória marcante pelo momento e pela importância da competição, que na América do Sul é como a Champions na Europa. Claro que na Europa há mais divulgação, mas a Libertadores é muito importante”, completou o técnico, que se confundiu quanto ao jejum rubro-negro, que na verdade durava 38 anos.

COMO FOI O JOGO

O Flamengo teve um primeiro tempo abaixo do esperado e saiu atrás no placar com gol de Rafael Santos Borré, hoje no Internacional. No entanto, o segundo tempo marcou uma virada histórica. Aos 43 minutos, Gabigol empatou após passe de Arrascaeta. Nos acréscimos, Diego Ribas lançou para o ataque, o zagueiro Pinola falhou, e o camisa 9 garantiu o bicampeonato da Libertadores para o clube carioca.

A PASSAGEM DE JORGE JESUS PELO FLAMENGO

Jorge Jesus comandou o Flamengo por pouco mais de um ano, em um período marcado por conquistas expressivas: Brasileirão, Libertadores, Recopa Sul-Americana, Supercopa do Brasil e Campeonato Carioca. No total, o português somou cinco títulos e apenas quatro derrotas à frente do time.

Com o avanço da pandemia em 2020, o treinador decidiu retornar a Portugal para ficar mais próximo da família. Desde então, passou por Benfica (POR), Fenerbahçe (TUR) e Al Hilal (SAU). Atualmente, Jorge Jesus dirige o Al Nassr (SAU), equipe comandada dentro de campo por Cristiano Ronaldo.