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O Flamengo mudou de diretoria. Com a chegada de BAP à Presidência, muitos nomes estão chegando e outros saindo do clube. Nesse sentido, ocorre uma grande reformulação em todos os departamentos. Na última terça-feira, o fisiologista Tadashi Hara oficializou sua saída do Rubro-Negro em sua conta no Instagram.
"Com a sensação de dever cumprido, encerro meu ciclo no Clube de Regatas do Flamengo. Foram anos de dedicação e paixão por essa camisa, onde tive a honra de celebrar grandes títulos e levantar troféus ao lado de uma equipe excepcional. Vestir esse manto foi uma honra e uma experiência única. Vivi momentos inesquecíveis e fiz amigos para a vida toda. Agradeço a todos que fizeram parte dessa história. A paixão pelo rubro-negro permanecerá para sempre em meu coração", publicou.
Em entrevista exclusiva ao jornalista Diego Alarcon, do Gazeta do Urubu, Tadashi Hara falou sobre sua demissão do Flamengo. O agora ex-fisiologista rubro-negro falou que sua demissão está atrelada a chegada de José Luiz Runco, novo chefe de Departamento médico do Fla.
"A demissão foi pela chegada do Runco. Trocou todos sem ao menos ter a chance de mostrar o que estava sendo feito eu nem cheguei a ver. Rumores com a troca de todos do departamento", declarou Tadashi.
Além disso, Tadashi Hara doi perguntado sobre as críticas que o Departamento médico em geral, vinha sofrendo ultimamente, principalmente na recuperação de jogadores importantes. O fisiologista foi enfático:
"Se você olhar cada lesão e cada histórico de cada jogador, tem uma explicação. Existiam jogadores que poderiam ter problemas ou qualquer tipo de desordem, por isso não dava pra cravar se esse ou aquele jogador jogar, sofrerá lesão. Por isso se tinha dados clínicos, que são moderados, leves ou altos de cada atleta, através de dados físicos, fisioterápicos. bioquímicos e de queixas, logo são um acúmulo de fatores. O clube e a comissão técnica resolvia poupar ou não o atleta. Logicamente que se poupava em treino para poder ter os melhores em condições de atuar nas partidas", disse Tadashi, que continuou...
É impossível um jogador atuar 73 partidas em um ano. Por isso, acredito que o DM do Flamengo que estava usava todo o aparato a respeito, que se usa no mundo todo. Claro que a mágoa que fica pela parte da torcida é alta, e alguns jogadores importantes que tiveram lesão pesaram bastante nas críticas, como PEdro, Vina, Cebolinha, Michael que tinha voltado da Arábia. Agora, se você vê o percentual de disponibilidade no ano, tivemos 90% dos jogadores dispóníveis, o que é um padrão mundial. O problema foram mesmo as lesões graves", concluiu.
Nova era com Runco
Após a saída do chefe do departamento médico Márcio Tannure, o novo diretor José Luiz Runco está indicando profissionais de sua confiança para todos os setores da saúde do Flamengo. O elenco irá se reapresentar nesta quarta-feira (8), no CT Ninho do Urubu.
A menção à expressão “gelo no sangue” e o trecho de uma música foram interpretados por torcedores como uma crítica direta à atual gestão comandada por Bap
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O Flamengo vive dias de instabilidade nos bastidores. A gestão de futebol liderada por Luiz Eduardo Baptista, o Bap, passa por críticas e questionamentos, enquanto o nome de José Boto, contratado no início da temporada como diretor técnico, tem sido centro de tensões recentes. No meio do furacão, Marcos Braz, ex-vice-presidente de futebol e figura influente nas conquistas de 2019, voltou à tona nas redes sociais com uma publicação que causou burburinho entre torcedores e bastidores do clube.
A expressão “gelo no sangue”, eternizada por Braz durante o ano mágico de 2019, ressurgiu. Em um story publicado em sua conta no Instagram, o ex-dirigente exibiu uma imagem com a frase, acompanhada por um trecho da música “Deixe a Vida Rolar”, do cantor Clovis Pê: “De boa, de nada. O tempo diz tudo. Faz o que der vontade. Sem medo do mundo.”
A combinação entre a legenda e a imagem não passou despercebida pela torcida, que viu ali um recado direto à cúpula atual do futebol rubro-negro. Torcedores rapidamente repercutiram a postagem. Muitos interpretaram como uma crítica velada à forma como o departamento de futebol vem sendo conduzido após a saída de Braz. Outros, porém, lembraram os maus resultados sob sua gestão nos últimos anos, especialmente em 2023 e 2024, e trataram a publicação como oportunismo.
O alvo da crise é José Boto, português com passagem por clubes como Shakhtar Donetsk e Benfica. Desde que assumiu o cargo no Flamengo, no início de 2024, o dirigente luso tem encontrado dificuldade para aplicar sua filosofia de trabalho no Ninho do Urubu. Relatos de bastidores indicam desgaste com o presidente Bap, principalmente após o veto da contratação do atacante irlandês Mikey Johnston, indicado por Boto.
A situação acendeu o alerta vermelho dentro do clube e pode culminar em uma eventual saída do profissional. Fontes próximas ao departamento de futebol indicam que uma reunião entre as partes deve acontecer nos próximos dias para discutir o futuro de José Boto. A relação entre ele e Bap se deteriorou ao longo das últimas semanas, e o veto a Johnston foi apenas a gota d’água.
A decisão do Mengão de recuar nas negociações por Mikey Johnston continua repercutindo internamente e nas redes sociais, entre dirigentes e influencias
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O assunto dividiu opiniões entre torcedores e reacendeu críticas à postura da diretoria, especialmente em relação ao compromisso com o profissionalismo prometido por Bap. De um lado, parte da torcida entendeu que o recuo foi sensato. A avaliação interna, conforme apurado, considerou o histórico de minutagem do jogador, a intensidade exigida pelo calendário brasileiro e o estilo de jogo do elenco atual. Esses fatores, somados, indicaram risco alto para uma contratação que exigiria imediatismo.
Entretanto, a ala mais crítica da torcida vê a desistência como um sinal de fraqueza. Na visão desses torcedores, a diretoria cedeu à pressão externa, contrariando justamente o discurso de profissionalismo e autonomia técnica que foi um dos pilares da eleição de Bap. Em meio ao impasse, uma entrevista antiga de Bap ao Flow Sport Club, dada ainda durante a campanha presidencial, ganhou destaque novamente.
O trecho, viral nas redes sociais, traz o dirigente falando sobre a importância dos scouts e criticando o peso excessivo da opinião popular. A declaração mais comentada e compartilhada foi direta: “Mas a gente acha que, porque assistimos a 500 horas de futebol, que enxergamos e conhecemos mais do que os caras. A gente não conhece.” A frase sintetiza o ponto de vista da diretoria sobre como decisões devem ser tomadas — com dados, análise e critério, não com base em clamor popular.
Durante a entrevista, Bap detalhou como o departamento de scout trabalha, revelando processos que vão muito além da simples observação de partidas. São cruzamentos de dados, análises de comportamento físico e psicológico e adaptação ao estilo de jogo da equipe. Sem citar nomes, Bap contou que o Flamengo analisava a contratação de um atleta, mas que os analistas identificaram que o jogador só conseguia manter intensidade por dois blocos de 30 minutos. Após esse período, tornava-se lento e vulnerável — algo que inviabilizaria seu uso em jogos de alta exigência.
Embora o presidente não tenha ligado diretamente esse caso ao nome de Mikey Johnston, a explicação é interpretada por muitos como uma justificativa embasada para a decisão recente. O clube analisou, ponderou e concluiu que a contratação não se encaixava no perfil necessário. O dirigente ainda destacou a evolução tecnológica no futebol, com softwares que comparam desempenhos e projetam cenários. Para Bap, isso permite ao scout ver mais do que os olhos captam ao vivo — e, por isso, devem ter autonomia.
A empresa havia adquirido o mando de campo do confronto, transferindo o jogo para o Maranhão, com a promessa de arcar com todos os custos logísticos do Flamengo
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O Flamengo decidiu recorrer à Justiça para cobrar uma dívida de R$ 587.354,00 da empresa JJ Produções Eventos, responsável pela organização da partida contra o Botafogo-PB, realizada no dia 1º de maio, pela terceira fase da Copa do Brasil. Nesse sentido, a empresa quitou metade do valor ao rubro-negro.
A empresa havia adquirido o mando de campo do confronto, transferindo o jogo para o Maranhão, com a promessa de arcar com todos os custos logísticos do Flamengo, incluindo transporte, hospedagem e demais despesas operacionais.
O objetivo da negociação era potencializar a arrecadação com bilheteria, já que o jogo, originalmente marcado para João Pessoa (PB), foi transferido para o Estádio Castelão, em São Luís (MA). No entanto, o acordo não foi cumprido integralmente. Segundo o Flamengo, o clube tinha gasto R$ 887 mil com a operação da partida, mas recebeu apenas R$ 300 mil de reembolso até então. Restando, portanto, mais de meio milhão de reais.