Filipe Luís encarna Jorge Jesus em discurso no vestiário do Flamengo

O Flamengo surpreendeu ao anunciar que Filipe Luís, ex-jogador e ídolo do clube, seria o novo técnico do time. A escolha, inicialmente vista como arriscada, rapidamente mostrou sinais positivos. Filipe, com vasta experiência nos campos, trouxe uma perspectiva diferenciada ao comando rubro-negro. Seu entendimento tático e liderança já eram conhecidos dentro das quatro linhas, mas a transição para a área técnica levantou questionamentos.

Desde que assumiu o cargo, Filipe Luís teve de lidar com a responsabilidade de dar sequência ao trabalho iniciado por Tite, que deixou uma base sólida, mas com pontos a ajustar. A primeira grande decisão de Filipe foi manter Alex Sandro como titular na lateral-esquerda no jogo contra o Corinthians. A escolha foi estratégica, considerando a experiência e a capacidade defensiva do jogador, o que garantiu a vitória por 1 a 0. No entanto, na partida seguinte contra o Bahia, optou por descansar Alex Sandro e dar uma chance a Ayrton Lucas. O jovem lateral correspondeu à altura, marcando o primeiro gol nos 2 a 0 contra o time baiano.

UM SISTEMA DE JOGO DE FILIPE LUIS 

Essas movimentações mostram que Filipe Luís está disposto a rodar o elenco e dar oportunidades a diferentes jogadores, algo essencial em um calendário apertado e com competições importantes pela frente. Mas a grande questão é como ele lidará com a entrada dos novos reforços, especialmente aqueles que chegaram com grande expectativa, como Carlos Alcaraz, Gonzalo Plata e o retorno de Michael.

Carlos Alcaraz, meia argentino de 21 anos, foi a contratação mais cara da história do Flamengo. Sua chegada foi cercada de expectativas, e muitos esperam que ele se torne um dos pilares do time. Porém, Filipe Luís foi cauteloso em suas primeiras aparições. Nos dois primeiros jogos sob o comando do novo técnico, Alcaraz teve poucos minutos em campo, o que gerou questionamentos da torcida.

No entanto, no confronto contra o Bahia, Alcaraz mostrou a que veio. Filipe deu mais tempo de jogo ao meia, que aproveitou a oportunidade para impressionar. Com passes rápidos, dribles e boa visão de jogo, ele não só distribuiu bem as jogadas, mas também marcou um gol de pênalti, após uma gentileza de Gerson, que abriu mão da cobrança. Durante o segundo tempo, o argentino foi ainda mais incisivo, colocando uma bola no travessão com o pé esquerdo, apesar de sua perna dominante ser a direita.

Faltando nove rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, o Flamengo ainda mantém a esperança de conquistar o título. O Rubro-Negro recuperou seu bom futebol e garantiu duas vitórias consecutivas na competição, superando Athletico-PR e Bahia. Além disso, há motivos para acreditar na conquista do torneio nacional.

Atualmente, ainda restam 27 pontos em disputa no Campeonato Brasileiro para os primeiros colocados. O Flamengo ocupa a quarta posição, com 51 pontos, nove a menos que o líder Botafogo. Na última rodada, o Rubro-Negro venceu fora de casa, se aproximando do Palmeiras, que empatou, e do Fortaleza, que foi derrotado.

Vale ressaltar que o Flamengo tem um jogo a menos em relação aos adversários diretos. Caso vença o Internacional, em duelo agendado para o dia 30 de outubro, a diferença para o líder cairá para seis pontos. Com 27 pontos ainda em jogo, o sonho do título brasileiro continua vivo.

FLAMENGO TEM UMA TABELA FAVORÁVEL?

Além do jogo a menos, o Flamengo conta com outro trunfo para brigar até o fim pelo eneacampeonato. Em teoria, a tabela do Rubro-Negro é menos complicada do que a do Botafogo até a 38ª rodada.

Nas últimas rodadas do torneio, o Flamengo enfrentará cinco equipes posicionadas entre 11º e 20º na tabela. Somente dois dos nove adversários restantes estão no G-6 da competição: Fortaleza e Internacional. No entanto, é importante lembrar que o Mais Querido terá dois duelos com a equipe gaúcha devido ao jogo atrasado.

E O BOTAFOGO?

Por outro lado, o Botafogo terá um caminho mais difícil para confirmar o título. O rival carioca enfrentará apenas quatro equipes na parte inferior da tabela. Dos cinco jogos restantes, três serão contra times do G-6, incluindo um confronto direto com o Palmeiras na reta final. Para encerrar, o último jogo do Alvinegro será contra o São Paulo, enquanto o Flamengo enfrentará o Vitória no Maracanã.

Desde que assumiu o comando técnico do Flamengo, Filipe Luís tem deixado claro que sua prioridade é transformar o time de maneira rápida e eficiente, aproveitando sua vasta experiência como jogador para implementar novas ideias. Um dos focos centrais de seu trabalho inicial é a recuperação de Gabriel Barbosa, o Gabigol. O atacante, que já foi decisivo em muitos momentos, estava em queda de rendimento com o técnico anterior, mas começa a mostrar sinais de recuperação sob a orientação do novo treinador.

Nas entrevistas e nas escalações iniciais, Filipe Luís sempre ressaltou a importância de contar com Gabigol para a recuperação do poder ofensivo do Flamengo. O ex-lateral acredita que a presença do atacante no time titular é vital não apenas pela sua qualidade técnica, mas também pela moral que ele traz ao grupo. “Os jogadores gostam de tê-lo em campo. Ele é um líder”, destacou Filipe Luís após a última partida contra o Corinthians.

PARTICIPAÇÃO DE FILIPE LUÍS AUMENTA EMPENHO 

A aposta em Gabigol vai além do aspecto tático: Filipe Luís quer que o jogador recupere a confiança que o fez um dos atacantes mais letais do futebol brasileiro. Com Tite, o atacante parecia desconectado, sem o ímpeto que o caracterizava. As falhas na finalização e a baixa mobilidade fizeram com que seu protagonismo no time diminuísse. Contudo, Filipe vê o ex-companheiro de equipe — agora seu pupilo — em um claro processo de recuperação.

Contra o Corinthians, Gabigol já mostrou uma postura diferente. Embora não tenha balançado as redes, sua movimentação foi mais intensa e ele quase marcou um golaço, mostrando uma leitura de jogo que parecia adormecida nos últimos meses. Além disso, teve um gol anulado por milímetros, o que denota um avanço em relação ao período anterior. Filipe Luís analisou a performance e destacou: “Ele saiu da inércia. É esse o Gabriel que precisamos.”