FLAMENGO ANALISA PROPOSTA POR SCARPA, MAS AGUARDA DECISÃO DO NOTTINGHAM FOREST

O meio-campista Andreas Pereira, atualmente no Fulham, da Inglaterra, mais uma vez demonstrou seu apreço pelo Flamengo. Em uma postagem nas redes sociais, o jogador compartilhou uma foto do presente recebido do clube carioca: o novo Manto Sagrado, modelo 3. Na legenda, o atleta expressou sua gratidão com um simples “Valeu Mengão pelo presente”, gesto que rapidamente virou assunto entre os torcedores.

Apesar de sua passagem pelo Flamengo ter sido marcada por momentos de altos e baixos, o carinho de Andreas pelo clube segue firme. A lembrança do Rubro-Negro reacendeu a discussão entre os torcedores sobre o impacto do jogador durante seu tempo no Mais Querido.

A RELAÇÃO DE AMOR E ÓDIO ENTRE ANDREAS PEREIRA E A TORCIDA RUBRO-NEGRA

Andreas Pereira chegou ao Flamengo com grandes expectativas e rapidamente conquistou a confiança da torcida com boas atuações. No entanto, o jogador belga-brasileiro vive uma relação de "amor e ódio" com os rubro-negros.

Isso porque, em 2021, na final da Copa Libertadores, um lance infeliz protagonizado por ele ficou marcado na história. Ao escorregar no meio de campo, Andreas permitiu que o atacante Deyverson, do Palmeiras, aproveitasse a falha e marcasse o gol decisivo que garantiu o título ao adversário.

Apesar do erro, Andreas seguiu vestindo a camisa do Mengão até meados de 2022. No entanto, o Flamengo decidiu não adquirir seus direitos junto ao Manchester United, o que culminou em sua transferência para o Fulham, onde atua atualmente na Premier League.

PERSPECTIVAS PARA ANDREAS PEREIRA NA SELEÇÃO BRASILEIRA

Agora, de volta aos holofotes, Andreas Pereira se prepara para defender a Seleção Brasileira em um importante compromisso pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Na próxima terça-feira (15), a Amarelinha enfrenta o Peru, pela décima rodada das eliminatórias. A expectativa é que o meio-campista, com sua experiência internacional e qualidade técnica, possa contribuir com a equipe comandada por Fernando Diniz.

O Corinthians tem enfrentado desafios financeiros significativos para contar com o goleiro, alvo de negociações intensas entre o clube paulista e a equipe detentora dos direitos do atleta. O clube já desembolsou R$ 1 milhão em duas ocasiões, referentes a multas, para garantir a participação do jogador em jogos decisivos, como os válidos pelo Campeonato Brasileiro e pela ida da semifinal da Copa do Brasil. Além disso, houve o pagamento de 200 mil euros, aproximadamente R$ 1 milhão na cotação da época, referente ao empréstimo do atleta até o final do ano.

Esses gastos expressivos refletem o esforço do Corinthians para assegurar a presença do goleiro em partidas cruciais, mas a questão financeira vai além desses valores já pagos. Nos bastidores, uma divergência sobre a forma de pagamento e a aceitação das garantias oferecidas pelo Corinthians tem causado um impasse nas negociações. A situação gera incerteza quanto à permanência do jogador, com rumores indicando que a resolução do caso pode até ser levada para a Justiça.

 VALORES PAGOS E VALORES EM DÉBITO 

Apesar das dificuldades, a intenção tanto do Corinthians quanto do clube detentor dos direitos do jogador é buscar uma solução pacífica e amigável, evitando maiores conflitos judiciais. Os dois clubes sabem da importância do goleiro e, por isso, tentam manter as conversas em um tom conciliador, ainda que os detalhes financeiros sejam complicados e estejam dificultando o avanço das tratativas. A busca por uma solução amigável, no entanto, exige flexibilidade de ambas as partes.

UMA "FAMA" DE MAL PAGADOR 

Em meio a essa disputa financeira, a presença do goleiro no Corinthians continua sendo um elemento crucial para as pretensões do time na temporada. Sua atuação tem sido um dos pontos altos do time, o que explica o esforço da diretoria em mantê-lo no elenco. A solução para o caso, porém, depende da resolução das pendências financeiras e do acordo entre as partes sobre os termos contratuais, especialmente no que diz respeito às garantias de pagamento oferecidas.

A divergência central, segundo fontes próximas às negociações, gira em torno das garantias financeiras que o Corinthians apresentou ao clube detentor do atleta. A recusa dessas garantias pode ser um dos maiores obstáculos para a finalização do acordo. Com isso, a pressão aumenta para que os dirigentes encontrem uma solução que atenda ambas as partes e evite o desgaste judicial, algo que poderia prejudicar ainda mais a relação entre os clubes.

Com o Flamengo entre os líderes do futebol brasileiro, o debate sobre a implementação de um fair play financeiro no país ganha força. A questão divide opiniões entre torcedores e dirigentes, especialmente aqueles de clubes estruturados como SAFs ou com grandes dívidas. Um estudo da Sports Value ajuda a explicar o motivo dessa divisão, destacando o Mengão como um dos poucos clubes que já se adequariam às regras propostas.

Assinado por Amir Somoggi, especialista em marketing esportivo, o estudo usa o modelo europeu de fair play financeiro como inspiração. Esse sistema foi introduzido na Europa em 2011, após os clubes atingirem um prejuízo recorde de € 1,7 bilhão. A iniciativa ajudou a restaurar a lucratividade dos clubes até 2017, com resultados que, apesar de afetados pela pandemia de Covid-19, permanecem controlados.

Analisando as falhas que permitem a alguns clubes europeus burlarem o sistema — seja por meio das SAFs ou de patrocínios —, a Sports Value sugere o modelo ideal para o Brasil: “Um fair play financeiro transversal, com análise de diferentes dados e índices financeiros”. Esses índices incluem:

- Controle rigoroso dos déficits das SAFs: máximo de R$ 20 milhões (média de dois anos);

- Limitação dos gastos com futebol: máximo de 73% das receitas;

- Controle do endividamento: índice de dívida líquida/receita inferior a 2,0.

- SAFs não atendem ao controle de déficit

O primeiro índice já revela o desequilíbrio causado pelas SAFs no futebol brasileiro. Apesar de alguns torcedores tratarem a questão como “clubismo” ou “inveja,” quatro dos seis clubes com maiores déficits entre receitas e gastos são empresas. O destaque negativo vai para o Botafogo, que gastou mais com contratações na temporada e acumula perdas de R$ 349 milhões, de acordo com dados financeiros de 2022 e 2023. Esses gastos só são possíveis porque o clube pertence à Eagle Holding, empresa do investidor norte-americano John Textor.

Outros clubes que superaram o déficit médio de R$ 20 milhões foram Vasco da Gama SAF, Bahia SAF, Grêmio, América-MG SAF e São Paulo. Enquanto isso, o Flamengo, que bateu recordes de receita e arrecadou R$ 1,4 bilhão em 2023, apresentou um superavit de R$ 455 milhões no período.

Controle de gastos

O controle dos déficits está diretamente ligado ao limite de gastos em relação à receita, um quesito em que o Flamengo também se destaca. A Sports Value recomenda que os clubes gastem, no máximo, 73% de suas receitas. Atualmente, apenas Flamengo, Internacional, Corinthians, Cuiabá SAF, Santos e Athletico-PR estão dentro desse limite. Já Botafogo e Bahia, ambos adquiridos por investidores estrangeiros, ultrapassaram a marca de 100%.

Endividamento

O último índice analisado é o endividamento líquido dos clubes, que compara as dívidas com as receitas e o caixa disponível. O índice não deve ultrapassar 2,0, segundo a consultoria. O Flamengo, com um índice de apenas 0,05, está entre os melhores. Na maioria dos casos, os clubes brasileiros estão dentro do limite, exceto Atlético-MG SAF, Cruzeiro SAF, Internacional, Vasco SAF e Coritiba SAF. Para ter acesso ao estudo completo, clique aqui.

Landim defende o debate sobre fair play financeiro

Como um dos líderes desse movimento, o Flamengo, através de seu presidente Rodolfo Landim, defende a implementação de um modelo de fair play financeiro no Brasil. Em entrevista recente, Landim mencionou os altos investimentos do Botafogo na temporada e afirmou que o tema precisa ser debatido com seriedade entre os clubes.

“Em breve, teremos que discutir questões que podem impactar o Botafogo. Se observarmos o valor que o clube investiu na aquisição de atletas este ano, certamente foi muito superior à receita do ano passado. Sob uma regra de fair play financeiro, isso não seria permitido. Hoje, o futebol brasileiro ainda é muito desregulado nesse aspecto, e acho que essas questões precisam ser discutidas seriamente para o futuro,” disse Landim.