Gerson e Arrascaeta chamam a responsabilidade após a derrota para o Penarol - Veja

A última partida do Flamengo contra o Peñarol foi marcada não apenas por uma atuação abaixo das expectativas, mas também pela insatisfação crescente da torcida rubro-negra com o técnico Tite. O jogo terminou com vaias e protestos por parte dos torcedores que compareceram em peso ao estádio. Com mais de 60 mil pessoas presentes, a frustração foi evidente tanto no intervalo quanto no apito final.

Embora o Flamengo seja um dos clubes mais populares e vitoriosos do futebol brasileiro, a equipe tem enfrentado desafios recentes em campo, principalmente sob o comando de Tite. O confronto contra o Peñarol foi mais uma prova de que o desempenho do time está aquém do esperado, principalmente quando se considera o nível dos jogadores e o investimento feito pela diretoria. O Flamengo apresentou uma atuação fraca, com poucas oportunidades claras de gol, o que foi suficiente para irritar os torcedores.

O futebol é um esporte movido pela paixão, e no Flamengo, essa paixão é ainda mais evidente. Os torcedores esperam que o time domine em campo, especialmente quando joga em casa e com um estádio lotado. Porém, o que se viu contra o Peñarol foi uma equipe que não conseguiu se impor, parecendo desconectada em diversos momentos do jogo. O resultado foi uma reação quase imediata dos torcedores, que começaram a demonstrar seu descontentamento ainda no intervalo da partida.

No intervalo, as vaias já eram audíveis. Muitos torcedores demonstravam insatisfação não apenas com o desempenho dos jogadores, mas, principalmente, com as decisões táticas de Tite. A equipe não conseguiu criar jogadas ofensivas consistentes, o que evidenciou uma falta de organização em campo. Com uma performance sem brilho e pouca criatividade, o Flamengo não conseguiu ameaçar de maneira contundente o time uruguaio.

O descontentamento que começou no intervalo se intensificou nos minutos finais do jogo. À medida que o apito final se aproximava e a frustração da torcida aumentava, as críticas ficaram mais diretas e intensas. Quando o árbitro encerrou a partida, os mais de 60 mil torcedores presentes no estádio uniram suas vozes em protesto, direcionando boa parte das críticas ao técnico Tite. Embora o treinador já tivesse sido alvo de críticas anteriormente, a manifestação desta vez foi significativamente mais forte e ampla.

Erick Pulgar, meio-campista do Flamengo, protagonizou uma de suas piores atuações desde sua chegada ao clube. O jogador foi vaiado pela torcida na sua saída de campo, em um jogo marcado por falhas que contribuíram diretamente para o resultado negativo da equipe. A partida contra o Peñarol evidenciou a queda de rendimento de Pulgar.

Logo no lance que resultou no primeiro gol da equipe uruguaia, o meia tentou um passe que não fazia sentido no contexto da jogada, forçando uma situação que acabou sendo interceptada e gerando o contra-ataque decisivo. Foi um erro crucial que colocou o Flamengo em uma posição vulnerável logo no início do jogo.

Apesar desse erro grave, Pulgar ainda teve um momento de lucidez ao arriscar um chute de fora da área que obrigou o goleiro do Peñarol a fazer uma boa defesa. Esse foi, no entanto, um dos poucos lampejos de produtividade em um jogo que, de maneira geral, foi muito abaixo do esperado para um atleta da sua posição e experiência.

O principal problema na atuação de Pulgar foi sua incapacidade de dar sustentação ao meio-campo. O Flamengo sofreu com a falta de controle no setor central, e o chileno, que deveria ser uma peça chave na organização do jogo, não conseguiu desempenhar essa função. Seus passes foram imprecisos, sua movimentação lenta e sua capacidade de marcação ineficiente. Isso deixou o time exposto, permitindo que o Peñarol tivesse mais liberdade para atacar e criar jogadas de perigo.

Essa atuação ruim não foi um caso isolado, mas sim parte de uma sequência de jogos em que Pulgar não tem conseguido se destacar. Desde que chegou ao Flamengo, ele vem oscilando entre boas e más performances, mas a queda de rendimento nas últimas partidas tem sido visível. O jogador, que chegou com status de titular e com expectativas de ser um dos pilares do meio-campo rubro-negro, tem tido dificuldades para se adaptar ao estilo de jogo da equipe e à intensidade das competições que o Flamengo disputa.

Com diversas baixas no setor ofensivo, Bruno Henrique, de 33 anos, será o principal nome no ataque do Flamengo nas próximas partidas. O atacante, que se destaca pela parceria de longa data com Arrascaeta, acredita que essa sintonia será fundamental para que o time mantenha o bom desempenho nas competições que disputa, como o Campeonato Brasileiro, a Libertadores e a Copa do Brasil.

"Somos os jogadores da frente. Arrascaeta é um meia clássico, que sabe criar jogadas e finalizar. Estar próximo dele aumenta as chances de fazer gol e dar assistência. Com a qualidade dele e os mais de seis anos que jogamos juntos, a gente se entende só no olhar", afirmou Bruno Henrique em entrevista à ESPN.

O Flamengo não contará mais com Pedro e Everton Cebolinha até o fim da temporada. Além disso, Michael e Luiz Araújo só devem retornar aos gramados na reta final de 2024. Gabigol, que também enfrenta problemas físicos, tem sido utilizado com menos frequência. Com essa série de desfalques, o protagonismo recai sobre Bruno Henrique, que tem a missão de liderar o ataque rubro-negro em um momento decisivo da temporada.

Para compor o setor ofensivo, o Mais Querido conta ainda com o recém-chegado Gonzalo Plata e Carlinhos, além de jovens promessas das categorias de base do clube. Apesar das baixas, a expectativa é que a experiência e a qualidade de Bruno Henrique sejam suficientes para manter o time competitivo nas competições.