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Os protestos de torcedores do Flamengo, que pedem a saída imediata do técnico Tite, incluindo pichações nos muros da sede da Gávea, não devem provocar mudanças drásticas no comando da equipe. De acordo com informações divulgadas pelo portal O Globo, a direção do clube já indicou que não pretende demitir o treinador, mesmo que o Mengão seja eliminado da Libertadores no jogo contra o Peñarol, no Uruguai.

Apesar das críticas e pressões da torcida, Tite e sua comissão técnica seguem à frente do Mais Querido até o final de 2024, com contrato vigente até dezembro. A atual administração não demonstra interesse em renovar o vínculo com o técnico, mas pretende mantê-lo no cargo até o fim das competições que o time ainda disputa.

Caso a eliminação na Libertadores se confirme, o clube carioca ainda terá pela frente a semifinal da Copa do Brasil, onde enfrentará o Corinthians em outubro. Já no Brasileirão, a situação do CRF se tornou mais complicada, com o título cada vez mais distante.

Embora os protestos estejam focados na saída do técnico, a diretoria do clube, curiosamente, não tem sido alvo das manifestações. Antes da partida contra o Grêmio, alguns membros de torcidas organizadas chegaram a visitar o CT para prestar apoio aos jogadores, sem mencionar diretamente o comando técnico ou a diretoria.

Faltando poucos dias para a partida de volta das quartas de final da Libertadores, o Peñarol usou suas redes sociais nesta segunda-feira (23) para emitir um comunicado importante a seus torcedores. A equipe uruguaia alertou que qualquer gesto de cunho racista durante o jogo contra o Flamengo, no estádio Campeón del Siglo, será punido severamente.

No comunicado oficial, o Peñarol afirmou que irá expulsar do quadro de sócios qualquer torcedor que seja identificado cometendo atos racistas durante a partida. Além disso, o infrator será adicionado a uma "lista negra" de torcedores problemáticos, o que impedirá sua entrada em eventos esportivos futuros.

O clube destacou a importância do respeito no futebol e reforçou que busca um ambiente de convivência e integração entre todos os envolvidos no esporte. "Depende de todos que seja assim", conclui o comunicado.

"Peñarol informa que toda pessoa que seja identificada no Campeón del Siglo realizando qualquer gesto racista em relação a torcedores ou atletas da equipe rival será imediatamente expulsa de todos os registros sociais do Clube e será enviada permanentemente para a lista negra, para que não possa voltar a participar de um evento esportivo. No Peñarol, acreditamos no futebol como um fator de convivência baseado no respeito e na integração."

O alerta do Peñarol acontece poucos dias após o atacante Carlinhos, do CRF, relatar ter sido alvo de gestos racistas durante o jogo contra o Grêmio, em Porto Alegre, no último domingo (22). O jogador afirmou que ouviu imitações de macacos enquanto deixava o campo, após ser expulso.

Após a vitória do Grêmio por 3 a 2 sobre o Flamengo na Arena, um possível caso de injúria racial envolvendo o atacante Carlinhos, do time carioca, veio à tona, desviando o foco do resultado em campo. Segundo o jogador, ele teria ouvido imitações de macaco vindas das arquibancadas logo após ser expulso. Além disso, um vídeo divulgado pelo site Lance! mostrou um torcedor supostamente chamando o atleta de "macaquinho".

Em resposta ao episódio, o Mais Querido emitiu uma nota oficial em suas redes sociais, condenando o comportamento e relatando o ocorrido. No entanto, o diretor jurídico do Grêmio, Luiz Paulo Germano, refutou categoricamente as acusações, chamando a situação de "canalhice" e afirmando que não há provas concretas que sustentem a denúncia de injúria racial.

Por sua vez, o Grêmio também se manifestou oficialmente sobre o incidente. O clube informou que conversou com o torcedor envolvido, que negou qualquer ofensa racial. O gremista alegou ter apenas gritado "tá brabinho?" após ver Carlinhos quebrar a cabine do VAR. O clube reiterou sua posição firme contra qualquer forma de racismo, mas defendeu que, no caso específico, não houve injúria.

A polêmica envolvendo Carlinhos começou após sua expulsão no jogo contra o Imortal no último domingo (22). O atacante recebeu um cartão vermelho direto em um lance controverso, sem que o árbitro revisasse o incidente no VAR. Indignado, ao deixar o campo, o jogador desferiu um soco na cabine do VAR, quebrando a estrutura de acrílico.

O árbitro Matheus Candançan registrou o ocorrido na súmula da partida, afirmando que o jogador foi expulso por "conduta violenta" após dar um tapa no rosto de Walter Kannemann fora da disputa de bola. Carlinhos agora corre o risco de ser punido pelo STJD, que analisará a conduta do atleta.

CONSEQUÊNCIAS PARA O FLAMENGO E PRÓXIMOS PASSOS

Com a acusação de injúria racial e a possível punição para Carlinhos, o Mengão enfrenta um momento delicado tanto em campo quanto fora dele. O clube, que já se pronunciou contra o racismo, espera o desdobramento da investigação e a decisão do STJD sobre o comportamento do atacante.