Demorou 16 dias, mas o técnico finalmente decidiu tratar do assunto com o jogador
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0Jorge Sampaoli e Pedro conversaram sobre a agressão que o atacante sofreu. O ex-preparador físico que lhe deu um soco, Pablo Fernández, era braço direito do treinador do Flamengo e o silêncio do uruguaio estava incomodando a torcida. Rumores circulam, desde o fato, de que o clima interno com o elenco não está bom.
Nesta segunda-feira (14) o treinador, Sampaoli, finalmente chamou o camisa 9 do Mais Querido para tratar da polêmica envolvendo o seu nome. Pedro foi agredido 16 dias antes da conversa, no dia 29 do mês passado, após um jogo em Belo Horizonte, contra o Atlético-MG.
A conversa aconteceu no Ninho do Urubu após o treino. O objetivo do bate-papo, que demorou aproximadamente meia hora, era que ambos pudessem "seguir em frente". A informação foi divulgada pela ESPN.
Pedro levou um soco no rosto de Pablo Fernández, que, depois, foi demitido. Minutos depois do fato, o atleta publicou um relato em suas redes sociais dizendo sobre como vinha sofrendo "covardia pscicológica" no clube. Desde então, ele não deu entrevistas a Imprensa, de maneira a poupar a sua imagem.
Sampaoli vinha confortando o público de que tudo ser tratado internamente, mas rumores circulavam que eles nem mesmo conversaram em duas semanas, evitando o caso sério. Isso acabou por aquecer ainda mais discussões da Nação rubro-negra acerca da má relação que o treinador uruguaio mantém com o elenco.
O clube tem seu ponto de vista diferente do treinador
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0Em uma entrevista concedida após a derrota do Flamengo para o Peñarol, por 1 a 0, o técnico Tite foi direto ao responder sobre as vaias recebidas por parte da torcida. A declaração, marcada por um tom franco, expôs a visão pragmática do treinador em relação à cobrança dos torcedores e à pressão por resultados. “Respeito o sentimento do torcedor. Claro que sinto isso (as vaias), sou humano”, afirmou Tite, reconhecendo a frustração da torcida diante do revés.
A fala de Tite revela que ele compreende o papel dos torcedores como parte fundamental no contexto de um clube, especialmente em um time de grande expressão como o Flamengo. Ao mencionar que as vaias o atingem como ser humano, o técnico demonstra empatia, mas não deixa de destacar que a única forma de reverter essa situação é com conquistas em campo. “Só se reverte de uma forma”, pontuou o treinador.
O ERRO QUE CUSTOU EXTREMAMENTE CAROA resposta reflete a experiência de Tite em lidar com a pressão que acompanha o comando de grandes equipes no futebol brasileiro. Com passagens vitoriosas por clubes como Corinthians, Grêmio e pela própria seleção brasileira, o treinador possui um histórico que o coloca em uma posição de entender, talvez como poucos, a relação entre desempenho em campo e a expectativa dos torcedores. Para ele, essa conexão é clara: “Sabe como se conquista torcedor? Sabe como conquistei os torcedores dos outros clubes que passei? Ganha título importante”, declarou.
A frase evidencia a centralidade dos títulos no futebol, especialmente em clubes de massa como o Flamengo. No Brasil, a cultura de resultados é intensa, e Tite reconhece que o torcedor tem uma tolerância limitada para resultados negativos. A conquista de títulos, para ele, é a chave para ganhar o apoio da torcida, e qualquer coisa diferente disso resulta em descontentamento: “Se não for, tchau.”
Essa última parte da fala de Tite sintetiza a impaciência característica de torcidas exigentes como a do Flamengo. O técnico deixa claro que, sem a obtenção de troféus relevantes, a relação com a torcida se deteriora rapidamente. A pressão é constante e faz parte do cotidiano de quem assume a liderança de equipes de ponta. Tite parece, no entanto, estar ciente desse cenário e de como ele precisa ser enfrentado.
O clube tem seu maior momento de inconstância
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0A declaração de Tite ocorreu após um momento delicado para o Flamengo. A derrota para o Peñarol, em casa, em uma partida da fase de grupos da Copa Libertadores, acendeu o sinal de alerta para os torcedores e para a comissão técnica. O Flamengo vinha com grandes expectativas para a temporada, principalmente após reforços de peso e a chegada de Tite, um treinador com amplo reconhecimento no cenário nacional e internacional.
A pressão sobre o Flamengo não é uma novidade. O clube, que tem uma das maiores torcidas do mundo, é conhecido por sua alta expectativa por títulos. O elenco caro, composto por jogadores renomados, também aumenta essa cobrança. Cada tropeço é amplamente repercutido pela mídia e amplifica a insatisfação de parte da torcida, que exige resultados imediatos.
PODE DAR RUIM NO MOMENTO ?A Copa Libertadores, em especial, tem um significado importante para o Flamengo e seus torcedores. O torneio continental é visto como um dos principais objetivos do clube a cada temporada. Qualquer resultado que não seja a vitória pode gerar insatisfação e pressão sobre a comissão técnica, como ocorreu após o revés contra o Peñarol.
Nesse contexto, a fala de Tite não apenas reconhece a insatisfação dos torcedores, mas também se coloca de maneira realista em relação ao que se espera de um clube como o Flamengo. A cobrança por títulos é parte do pacote ao se assumir um clube desse porte, e o técnico parece estar consciente disso ao pontuar que só conseguirá conquistar o apoio da torcida com vitórias significativas.
O Mais Querido chegou à final da competição contra o São Paulo com uma sequência de derrotas, além do clima bem pesado no vestiário e nos treinos
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0Filipe Luís relembrou, nesta sexta-feira (08), um dos episódios mais difíceis para o Flamengo neste ano de 2023. Durante entrevista com o Charla Podcast, o lateral falou sobre a situação triste que aconteceu entre Pedro, Sampaoli e o preparador físico, Pablo Fernández. Inclusive, o ídolo rubro-negro pontuou como o clima no clube mudou depois disso.
"Eu estava a dois metros", começou Filipe, lembrando exatamente do momento em que a agressão ocorreu: "Ninguém acreditou naquilo. Ninguém acreditava no que estava acontecendo. Pedro não fez nada, só não quis aquecer. Ele (Pablo Fernández) chega e faz aquilo. O Pedro não acreditou, tanto que nem revidou. Nenhum companheiro do Flamengo foi lá para bater nele".
"A partir daquilo, tornou-se insustentável", explicou o craque, "porque o Pablo (Fernández) era a pessoa mais importante da comissão técnica de Jorge Sampaoli. Por mais que ele (Sampaoli) colocasse alguém de sua confiança, o ambiente não era bom. O time não progredia. O ambiente estava pesado, com uma energia negativa. Na sequência, perdemos a final (contra o São Paulo)."
Tudo aconteceu depois da vitória do Flamengo sobre o Atlético-MG, pelo Campeonato Brasileiro. Pedro foi interpelado pelo profissional de que não o respeitou por sentar no banco e finalizar o aquecimento depois de todas as substituições serem feitas no estádio Independência, em Minas Gerais.
No vestiário, Pablo Fernández falou que não era para Pedro sentar no banco. O atacante, então, retrucou, disse que não era iria entrar, e demonstrou sua insatisfação com a comissão técnica. Foi quando levou um soco na boca.
No dia seguinte, a diretoria do Flamengo demitiu Pablo Fernández. Por conta disso, Jorge Sampaoli trouxe outro profissional para compor a comissão técnica, mas o clima não melhorou. Na época, muitos questionaram a decisão dos mandatários de manterem o argentino, que já vinha recebendo muitas críticas sobre o seu desempenho. Sampaoli acabou sendo demitido dois meses depois, após perder a final Copa do Brasil.
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