EM DUELO CONTRA O GRÊMIO, FLAMENGO FARÁ HOMENAGEM A ÍDOLO HISTÓRICO

Na última rodada da fase de grupos da Libertadores, o Flamengo, agora sob o comando do técnico Tite, viu sua longa sequência invicta como mandante chegar ao fim. A derrota por 1 a 0 marcou o encerramento de uma série de 28 partidas sem perder em casa pela competição. O resultado negativo foi um choque para os torcedores, principalmente por ter ocorrido em um momento crucial da temporada e pela expectativa em torno da equipe comandada por um técnico consagrado como Tite.

A última vez que o Flamengo havia sido derrotado no Maracanã pela Libertadores foi em abril de 2019, quando o Peñarol venceu o time rubro-negro pelo mesmo placar de 1 a 0. O revés atual, portanto, trouxe à tona lembranças daquele jogo, criando uma sensação de déjà vu entre os torcedores. Vale lembrar que, naquela ocasião, o Flamengo estava em um momento de transição e buscando se consolidar como uma das potências do futebol sul-americano.

Com a chegada de Tite ao comando do Flamengo, a expectativa era de que o time ganhasse consistência tática e competitividade em torneios importantes, como a própria Libertadores. Tite, que possui um currículo respeitado, principalmente por seu trabalho na seleção brasileira, foi contratado com a missão de fazer o Flamengo voltar a ser dominante tanto no cenário nacional quanto no internacional.

A derrota em casa, porém, serviu como um balde de água fria para parte da torcida que esperava uma vitória tranquila. A invencibilidade como mandante era vista como um dos trunfos do Flamengo na competição continental, uma garantia de força dentro de seus domínios. Ao perder esse status, o time agora precisará lidar com a pressão e as dúvidas que surgem a partir desse resultado.

Após a derrota por 1 a 0 para o Peñarol, no jogo de ida das quartas de final da Libertadores, o técnico Tite concedeu uma entrevista coletiva no Maracanã. O time não conseguiu uma boa atuação e foi vaiado pelos torcedores. Apesar do revés, o treinador se manteve confiante para o confronto de volta, que será realizado no Uruguai.

Sobre as vaias vindas das arquibancadas, Tite admitiu que a insatisfação da torcida é compreensível. "É claro que isso dói, principalmente no lado humano. Mas a experiência mostra que, quando você entrega uma boa produção, a reação do torcedor é proporcional ao amor que sente pelo clube", afirmou o treinador, destacando o vínculo emocional entre a torcida e o Mais Querido.

O técnico também foi questionado sobre a dificuldade do Mengão em conquistar vitórias fora de casa na Libertadores, desde 2022. A última vitória longe de seus domínios aconteceu em 31 de agosto de 2022, contra o Vélez Sarsfield, com um expressivo 4 a 0. "Temos uma grande oportunidade de quebrar essa sequência. Isso é parte da história do futebol, e acredito que temos totais condições de chegar lá e mudar esse cenário", respondeu Tite, demonstrando otimismo.

Tite garantiu que o time será mais eficaz no Uruguai, prometendo um desempenho melhor. "Com dois ou três minutos, a gente faz o gol, e a partir disso, trabalha com o resultado. Em alguns momentos fomos precipitados, e o goleiro adversário também teve mérito. Mas estou confiante que vamos criar metade das oportunidades e converter em gol lá. Pode me cobrar depois", afirmou o treinador, projetando um cenário positivo para a partida de volta.

Evaristo de Macedo se tornou sucesso na internet. As histórias protagonizadas pelo ídolo de Flamengo e Bahia, sob a ótica de ex-jogadores e treinadores com quem trabalhou, arrancam gostosas risadas de quem ouve e assiste.

A imitação do seu tom de voz fino e os causos de bastidores — que têm uma mistura de gaiatice com marra — se tornaram virais nas redes sociais. Aos 91, Seu Evaristo "fura a bolha" e vê sua trajetória no futebol atingir uma geração que não o viu em campo e nem sequer à beira das quatro linhas.

"A gente brinca muito com ele. Às vezes, sentamos, colocamos no YouTube e ele assiste aos vídeos dos podcasts, ao lado dos netos. Ele brinca: 'eles só contam as piadinhas, não contam os esporros que eu dava'. Ele fica zoando: 'Eu falava mesmo de Barcelona e Real Madrid. Eles não conheciam, pô'. Ele leva de forma leve e, de vez em quando, conta algumas histórias. Tem muitas."

Luiz Macedo, filho de Evaristo

Evaristo, como não poderia deixar de ser, foi lembrado e convidado pelas diretorias de Flamengo e Bahia para estar no Maracanã, mas vai acompanhar o duelo desta quinta-feira (12) de casa. Ele ainda se recupera de uma cirurgia após fratura do fêmur, consequência de uma queda em casa em julho.

Evaristo de Macedo começou no Madureira e teve duas passagens como jogador do Flamengo, entre 1953 e 1957, e entre 1965 e 1967. Neste hiato, esteve na Espanha, onde defendeu os dois lados da rivalidade entre Barcelona e Real Madrid, e é lembrado até hoje por catalães e madrilenhos.

Em campo, pelo Rubro-Negro, foi tricampeão carioca em 1953, 1954 e 1955 e, posteriormente, ganhou mais um Estadual em 1965. Conquistou também a Taça dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo, em 1955. Também foi treinador do Fla em três oportunidades, entre meados da década de 90 e de 2000.

Ele tem um espaço reservado no Museu do Flamengo, inaugurado no ano passado, na sede do clube, na Gávea. "Evaristo, lenda viva do Mengão e um herói da Nação", diz post da página do museu nas redes sociais.

Evaristo se formou em educação física pela Universidade Federal da Guanabara, e teve longa carreira como treinador. No Bahia, foi o treinador campeão brasileiro em 1988, e não à toa dá nome ao centro de treinamento do clube.

No Tricolor, conquistou outros títulos, como os Estaduais de 1970, 1971, 1973, 1988, 1998 e 2001, o Campeonato do Nordeste de 2001. Em 2013, ganhou o título de cidadão baiano. No ano passado, quando completou 90 anos, foi homenageado no uniforme do Bahia com um patch com o dizer "Evaristo 90" e o rosto dele.

Flamengo e Bahia são dois clubes que estão no coração dele, é o amor e a paixão. Ele é muito agradecido aos dois. Ao Flamengo pelo que conquistou como jogador, e pela passagens como treinador, e ao Bahia pelo títulos como treinador. São um orgulho muito grande.

Evaristo também jogou e foi treinador da seleção brasileira. É, até hoje, o único a fazer uma "Manita" — marcar cinco gols em uma mesma partida — com a camisa canarinha. Isso aconteceu em 1957, em uma goleada sobre a Colômbia por 9 a 0, pelo Campeonato Sul-Americano.

Nos últimos anos, cresceu exponencialmente o número de podcasts com temas ligados ao esporte, e com papos com diversos treinadores, jogadores, dirigentes e ex-jogadores. Em meio a esse cenário, surgiu Evaristo de Macedo.

As histórias engraçadas envolvendo o ex-jogador e ex-treinador foram contadas, e os vídeos viralizaram. Há até mesmo canais que reuniram trechos das entrevistas para um compilado, e com direito a parte 1,2,3, e por aí vai.

Um desses jogadores foi o lateral-esquerdo Leandro, que defendeu clubes como Vitória, Cruzeiro e Palmeiras. Em uma das histórias, ele reproduziu um diálogo que teve com Evaristo: "Ele virou e perguntou: 'Você é de onde, Leandrinho?' Sou do Rio, professor. 'Rio onde?'. Falei: 'Sou de Nova Iguaçu, Austin'. 'Ih, não é Rio, não, hein'. Ah, está de sacanagem, professor" (veja após o texto).

"Outro dia estava aqui no escritório e estava tendo atendimento. Tinham dois caras conversando e um deles falou que morava no Rio, e o outro perguntou onde. Ele respondeu: 'Nova Iguaçu' e logo ouviu: 'Ih, Nova Iguaçu não é Rio, não, hein', imitando o modo de falar. E os dois caíram na gargalhada. E eles não faziam ideia que ali ao lado estava eu, filho do Evaristo. Os vídeos viralizaram, e as pessoas reproduzem, é engraçado."

Luiz Macedo